segunda-feira, setembro 17, 2007

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Tavira

A MENTIRA DO DIA N'O JUMENTO

Depois de ter lançado a ideia da marca Lisboa para vinho e azeite para acompanharem as amêijoas e as corvinas do Tejo, o vereador Sá Fernandes também quer registar o caldo verde como marca da capital e até já encontrou uma solução para que não haja problemas de abastecimento. Com a capital cheia de buracos a solução passa por aproveitar para a produção de couves galegas, uma solução que será muito apreciada pelos berdes-eufémios do BE e que o vereador Cardoso da Silva vai agradecer pois permite a poupança de muitos milhões de euros na manutenção das ruas.

IMAGEM DO DIA

[Uriel Sinai / Getty Images]

«The Aurora Borealisglows over a lake near the town of Kangerlussuaq in Greenland. The Nothern Lights phenomenon most often occurs from September to October and from March to April» [USA Today]

JUMENTO DO DIA

O PS ainda existe?

Enquanto partido onde os seus militantes decidem o que pretendem o PS já não existe, transformou-se numa plataforma de apoio a José Sócrates que a troco poder decide que o partido passou a ser de centro-esquerda sem consultar os militantes. Dantes o PS decidia esta coisas em congressos, procedimento normal nos partidos democráticos, agora é anunciado por Sócrates quando este bem entende e no local que achar mais apropriado.

Desta vez Sócrates aproveitou as Novas Fronteiras, as reuniões da Taparware dirigidas por António Vitorino, para informar os militantes do PS que agora deixaram de ser de esquerda para passarem a ser de direita. Ficamos à espera que numa próxima reunião da Taparware o mesmo Sócrates venha dizer aos militantes que estão deslocalizados em relação ao seu ovo pensamento político, que devem andar mais um pouco para a direita.

CUIDADO, ESTÃO A LIBERTAR OS HOMICIDAS E OS VIOLADORES

As televisões e os representantes corporativos das polícias, magistrados do MP e dos funcionários administrativos estão a lançar o pânico colectivo dando exemplos de perigosos criminosos que poderão ser libertados nos próximos tempos. A causa, dizem, é do novo Código do Processo Penal.

A mensagem que está a ser passada é que as ruas vão ficar cheias de grandes criminosos, dando-se a entender que a generalidade dos que foram libertados seriam homicidas e violadores. Mas isso não é verdade, mais de 70% dos casos são condenados a pequenas de prisão, só os restantes são presos preventivamente e de entre estes apenas uma pequena parte serão homicidas.

Se bem os entendi esses criminosos, como o homicida de Pombal, recorreram das sentenças e as decisões dos tribunais superiores serão adoptadas depois de concluído os prazos da prisão preventiva. Então porque motivo esses tribunais não decidem dentro dos prazos? Será assim tão difícil?

Seria interessante analisar os processos desses criminosos e verificar quantos os intervenientes terão respondido no termos dos prazos estabelecidos, retardando o mais possível a decisão dos tribunais.

NO PS JÁ NÃO HÁ CAMARADAS

Na versão do PS de Sócrates os camaradas passaram a ser "amigos e amigas" e as "Novas Fronteiras" foram transformadas em sessões de promoção das "Novas Oportunidades" à semelhança das reuniões da Taparware.

SÃO NECESSÁRIOS MAIS JOVENS PARA PAGAR A DESPESA DOS MAIS VELHOS

Nunca um político foi tão objectivo quanto à justificação da necessidade de políticas que promovam a natalidades, Cavaco Silva defendeu que "não é apenas o problema da diminuição do número de portugueses - diz um estudo que daqui a 50 anos não seríamos mais do que sete milhões - , é também a necessidade de termos homens, mulheres e jovens para criar riqueza e assegurar uma vida digna aos mais idosos".

Os mais jovens, os tais que suportam a flexibilidade, que saem das universidades e não têm emprego, a quem são impostas idades de reforma cada vez maiores, que pouco ou nada beneficiam da riqueza têm por função suportar os custos dos mais idosos. Fazem muito bem os que emigram.

EM DEFESA DAS ELITES AQUELAS QUE NÃO TEMOS ...

«Uma das tragédias do sistema de ensino português é que este, em nome da igualdade, da massificação e da unicidade, mais depressa se uniformizou por baixo do que procurou estimular os melhores. O que é um tremendo erro, como mostram outros sistemas de ensino - designadamente o francês, formalmente igualitário mas que nunca abdicou de escolas de elite, para não falar do inglês ou do norte--americano - e como também mostra o que se passa nos campos de futebol.

Este último exemplo é elucidativo, porque não deve haver muitas actividades, se é que mesmo outra actividade, em que Portugal figure entre os melhores do mundo. Ou que tenha produzido, em número e qualidade, nos últimos 15 anos, tantas estrelas de topo (Figo, Rui Costa, Paulo Sousa, José Mourinho, Ronaldo, Simão, só para citar os exemplos mais sonantes). E porque é que isso aconteceu num desporto tão competitivo? Porque, apesar de sermos um país pequeno, não há miúdo que não "jogue à bola" nem há "olheiro" de clube que não ande por aí à pesca de futuros talentos. Quando os descobre, não tarda que o leve para longe, para a escola de um grande clube, o equivalente às escolas de elite de outros países.

O sonho do sucesso faz o resto, até porque se sabe que os melhores talentos só se revelam com muito, muito trabalho. Os grandes violinistas, por regra, iniciaram-se aos quatro, cinco anos, tal como os bailarinos de excepção. Ou os ginastas capazes de arrancarem uma medalha olímpica. Ou campeões como Casey Stoner, o motociclista cuja incrível história contamos nesta edição, no dia em que corre em Portugal e tem a primeira oportunidade de se sagrar campeão mundial em MotoGP.

Se aceitamos naturalmente que em todos esses casos os miúdos se esforcem desde muito novos - mesmo que não o sintam, como acontecia com o Eusébio descalço dos bairros pobres de Moçambique, ou com Maradona, ou com Ronaldinho -, não falta quem discuta se é lícito introduzir no sistema de ensino regras tão competitivas como as que permitiram a transformação da Coreia do Sul num país próspero após ter sido totalmente destruída pela guerra. Regras não escritas, mas assumidas, que fazem com que aos dez, 10 anos, entre estudo nas aulas, em casa e com professores especiais, as crianças tenham de se aplicar oito a dez horas por dia.

Em Portugal, para além de não se acreditar que saber mais é um factor de sucesso - mais depressa se pensa em que é a chave para um empregozito estável... -, raros são os que cultivam a excelência. Mas quando isso sucede, mesmo em áreas que temos por aziagas para as nossas circunvoluções mentais, caso da detestada Matemática. O feito alcançado esta semana pelos quatro estudantes portugueses nas Olimpíadas Ibero-Americanas de Matemática (uma medalha de ouro, uma de prata e uma de bronze) indica que também nessa área possuímos talentos. A questão está, como no futebol, em descobri--los, estimulá-los e treiná-los. E que estes correspondam com a mesma disponibilidade daqueles jovens que abdicaram de boa parte das suas férias de Verão para irem estudar numa escola organizada em Coimbra pela Sociedade Portuguesa de Matemática.

O nosso sistema de ensino não está, contudo, desenhado para estudantes como aqueles. Na maior parte dos casos, os bons alunos, os que podiam evoluir mais depressa, arrastam-se em turmas onde os professores têm, sobretudo, de tentar recuperar os que estão a ficar para trás. Ou, nalguns casos, em turmas onde há colegas com problemas reais de aprendizagem. O erro não está, como é óbvio, em não querer deixar para trás os mais fracos, mas sim nos preconceitos que impedem que sejam dadas aos mais válidos, aos mais talentosos, as melhores condições. Sem olhar à sua origem social, sem ficar condicionado pelo tipo de escola em que anda a estudar.

Sem que isso aconteça, nunca teremos uma massa crítica mínima de talentos nas principais áreas do conhecimento. Teremos apenas excepções. Mas para criar essa massa crítica de talentos é necessário tratar de forma diferente alunos diferentes, não querer impor o mesmo padrão (necessariamente baixo) a todas as escolas e compreender que se algo corrói as nossas universidades é a sua dispersão bairrista ou tribal.» [Público assinantes]

Parecer:

José Manuel Fernandes defende a criação de escolas de elite.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

CHINA TOWN

«O "projecto" de uma "China Town" de Maria José Nogueira Pinto (que votou em Salazar para os Grandes Portugueses, com a mesma sublime inconsciência com que votou em António Costa para a Câmara de Lisboa) provocou por aí uma polémica. Há quem o ache racista, xenófobo e discriminatório e há quem o ache realista, iluminado e patriótico. Infelizmente, o cidadão comum não percebe muito bem do que se trata. O que se pretende é impor uma "quota" na Baixa para lojas chinesas, sem tocar no que está? O que se pretende é eliminar à força as lojas chinesas que já existem? O que se pretende é fazer, pelo licenciamento e o imposto, uma espécie de "gueto" de lojas "chinesas", com o nome abusivo de "China Town"? Ou o que se pretende, num incontrolável acesso de loucura, é criar mesma uma "China Town" genuína?

A última hipótese parece a menos provável. Para criar uma "China Town" genuína falta um ingrediente básico: uns bons milhares de chineses. Sabemos que os chineses são muitos, mas desconfio que os chineses de Portugal não chegam. Chegaram nas regiões de imigração antiga, como a Califórnia, mas cá com certeza que nem o Bairro Alto enchiam. De resto, uma "China Town" não vem ao mundo por ordem ou despacho de uma dra. que aprecia "mandar". Ou se forma espontaneamente, ou não se forma de todo em todo. E, para se formar, precisa de um sítio. Que sítio lhes destina a dra. Maria José Nogueira Pinto? Que arrabalde, que deserto? Ou será que tenciona remover uma pequena parte do indigenato, para instalar higienicamente os seus chineses?

No fundo, e tirando o delírio, o "projecto" de uma "China Town" não passa de código para o problema das lojas. Talvez por causa da sua alma tão nobremente aristocrática e nacionalista, a dra. Maria José Nogueira Pinto embirra com as lojas. Não tem no ADN o mais vago vestígio do amor português pela pechincha. Gostava de ver a Baixa como no bom tempo do dr. Salazar, cuidadosamente aggiornata pelo "bom gosto europeu". Para seu mal e mal da dra., os chineses destoam desta imaculada visão. Claro que eles vivem do dumping social, da ausência de horários, do trabalho da família. E vivem assim por uma única razão: porque os deixam. Se não os deixassem, não viviam. A coisa não se resolve inventando uma quota ou, pior ainda, um "gueto". Basta cumprir a lei. Só que uma ideia tão prosaica não é digna do vigor e do génio da dra. Maria José Nogueira Pinto.» [Público assinantes]

Parecer:

Vasco Pulido Valente acha que a MJNP está a delirar.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

CAVACO SILVA QUER MAIS JOVENS

«"Não é apenas o problema da diminuição do número de portugueses - diz um estudo que daqui a 50 anos não seríamos mais do que sete milhões - , é também a necessidade de termos homens, mulheres e jovens para criar riqueza e assegurar uma vida digna aos mais idosos", defendeu o chefe de Estado. Acrescentou que uma das vias é aposta no apoio às mulheres grávidas.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Para pagar as despesas dos mais velhos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Cavaco quantos netos tem.»

O PS PASSOU A SER DE CENTRO-ESQUERDA

«De Mário Soares a Ferro Rodrigues, o PS sempre se afirmou um partido de esquerda. Sócrates altera o léxico oficial, pondo os socialistas oficialmente na área do "centro-esquerda". Rigorosamente equidistantes da direita e da "esquerda imobilista". Por cada crítica ao PSD, o líder socialista preocupava-se em criticar simultaneamente o PCP e o Bloco de Esquerda. "Ao Estado não compete tratar da vida a ninguém mas ga- rantir mais oportunidades para a realização da vida", assegurou. Mencionando exemplos concretos: o programa "Novas Oportunidades" (destinado a "formar com o 12.º ano um milhão de activos") e o plano tecnológico para as escolas. » [Diário de Notícias]

Parecer:

Já tínhamos reparado.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Sócrates se nõ pretendia dizer centro-direita.»

OS Mc CANN JÁ NÃO QUEREM VIR A PORTUGAL

«O casal McCann recusa deslocar-se a Portugal de uma forma voluntária para ajudar na investigação sobre o desaparecimento da filha Madeleine. Kate e Gerry garantem que só regressarão ao Algarve se forem notificados legalmente para o fazerem, mas frisam que não querem ver o processo arrastar-se. Esta decisão, anunciada ontem pela nova porta-voz do casal, Natalie Orange, contraria o que os McCann têm afirmado publicamente nos últimos quatro meses. A disponibilidade anunciada é quebrada agora, uma semana depois de Kate e Gerry terem sido constituídos arguidos. Segundo a assessora, os McCann foram aconselhados a ficarem em Rothley para "tentarem manter uma normalidade familiar".» [Jornal de Notícias]

Parecer:

Já era de esperar.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Se os pais são ingleses e a criança era inglesa, que seja a polícia inglesa a investigar.»

A LIBERTAÇÃO DE PRESOS

«De norte a sul do país, as cadeias abriram-se ontem para libertar reclusos em situação de prisão preventiva, ao abrigo do novo e polémico Código de Processo Penal (CPP). De acordo com uma nota da Direcção-Geral dos Serviços Prisionais, até às 17h00 tinham sido libertados 115 reclusos, por decisão judicial, no âmbito da aplicação das alterações introduzidas na legislação penal. Destes, 38 saíram por terem ultrapassado a duração máxima da prisão preventiva e os restantes 77 por a mesma não se aplicar aos crimes pelos quais se encontram indiciados. Os reclusos agora libertados, para além do termo de identidade e residência, ficaram na sua maioria sujeitos a medidas de coacção alternativas à prisão preventiva, tais como a obrigação de permanência na habitação, prestação de caução, proibição de contactos e obrigação de apresentação periódica.» [Público assinantes]

Parecer:

Digamos que não há razão para o pânico que está a ser promovido pelos senhores da justiça.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se para ver.»

OS SOLDADOS DA GNR JÁ NÃO RECONHECEM UMA AMBULÂNCIA?

«Segundo o porta-voz da GNR, tenente-coronel Costa Cabral, "o que chamou a atenção dos militares foram as luzes de emergência ligadas numa ambulância com um aspecto diferente das normais". "Os dois militares fizeram a abordagem ao motorista, num período máximo de cerca de cinco minutos", disse ao PÚBLICO. Os guardas aperceberam-se entretanto de que no interior do veículo se encontravam os doentes, "cujo estado de gravidade era desconhecido pelo condutor da ambulância", acrescentou.» [Público assinantes]

Parecer:

O mínimo que se pode dizer da justificação oficial é que é idiota, se os soldados da GNR não perceberam que era uma ambulância teria bastado abrir uma porta para o perceberem, da mesma forma que teria bastado um teste para verificar se o condutor estava com os copos. A verdade é que há sinais evidentes de abuso da autoridade, parece que a BT só descansou quando percebeu que não tinha mesmo como multar o condutor.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Investigue-se a razão de tanta insistência em multar a ambulância.»

O JUMENTO NO TECHNORATI

  1. A "Fabulosamente Louca" decidiu estrelar O Jumento. Obrigado.
  2. O "Portugal e outras touradas" sugere o post aqui publicado, onde se compara o caso Somague com a máfia dos bingos.
  3. O "Vilaquistão" reproduziu uma crítica aqui feita ao autarca de Vila Real aquela, que andou a financiar a ida de doentes a Cuba para depois aparecer nas televisões a recebê-los no aeroporto. Enfim, talvez tenha ficado mais barato do que ter contratado o "Conde" para o seu Carnaval.
  4. O "Mais Actual" gostou do post "Máfia dos bingos, a Somague do PS".

SORTE

FELIPE RODRIGUEZ

DAN EDMUNDS

ISRAEL FISHMAN

CHRISTOPHER_S

JEFF WALDORFF

PASSAGEM RESERVADA A AUTOCARROS

PEA

[2][3]

Advertising Agency: DM9 DDB, Brazil

AMNISTIA INTERNACIONAL

[2][3]

Advertising Agency: DDB, Budapest, Hungary
Creative Director: Milos Ilic
Art Director: Lukasz Brzozowski
Copywriters: Milos Ilic, Lukasz Brzozowski
Photographer: Gabor Mate

ASKO

[2][3][4]

Advertising Agency: SMFB, Oslo, Norway
Creatives: Hans Martin Rønneseth, André Koot
Illustrator / Photographer: Red nose studios