quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Um nó cego chamado ensino



É cada vez mais evidente que o problema dos professores está a chegar a um impasse em que ninguém se entende, os professores não simpatizam com a ministra, a ministra não simpatiza com os professores, a Fenprof não simpatiza com Sócrates as associações de pais simpatizam com todos e a Associação Nacional de Professores tenta ser equidistante simpatizando com todos. No meu de toda esta baralhada há manifestações para todos os gostos, manifestações nacionais, distritais e locais, manifestações espontâneas, mais ou menos espontâneas e uma espécie de manifestações espontâneas.

Os professores não são do PCP mas contam com os sindicalistas da Fenprof porque estes são mis combativos ainda que saibam que por cada reivindicação dos professores a Fenprof acrescenta uma exigência do PCP. Por exemplo, os professores defendem a “gestão democrática das escolas” porque julgam ser o melhor modelo de gesto, em contrapartida o PCP considera que a gestão das escolas, depois de esquecida a reforma agrária, é a última lamparina comunista da Europa. Os professores até poderiam dialogar sobre esta questão mas quem supostamente os representa é a Fenprof e para esta está fora de causa deixar a Europa às escuras.

A ministra tem visões, cada vez que acorda descobre mais uma peça do imenso puzzle que é a sua reforma das escolas, mas na hora de negociar sai-lhe a Fenprof na rifa. Irrita-se com a Fenprof e com os professores e passa à próxima medida certa de que tem razão e de que os professores ou não a compreendem ou são uns malandros, torna-se incapaz de recuar ou de corrigir as suas decisões, acabando por empurrar os professores para a Fenprof.

Ainda não percebi muito bem se a ministra acha que está a enfrentar os sindicatos ou os professores, mas parece-me que confunde professores, sindicatos e PCP, todos eles parecem ser inimigos da sua reforma e não compreender as suas ideias, mesmo aquelas a que não se deu ao trabalho de explicar.

No meio de toda esta confusão já ninguém se entende, a ministra não se entende nem com os professores nem com os sindicatos, os professores começam a desentender-se com a Fenprof promovendo manifestações espontâneas, e, como de costume, os alunos continuam a ter muitas dificuldades em entender os professores.