sábado, fevereiro 23, 2008

Umas no cravo e outras tantas na ferradura

FOTO JUMENTO

Intervalo para descanso

DUAS IMAGENS DO MESMO DIA

[Arne Dedert / EFE]

«Campeonato Mundial de Peluquería. Una modelo rusa se somete a horas de peluquería durante la competición en Darmstadt, Alemania.» [20 Minutos]

[Emilio Morenatti / AP]

«Obrero. Mohammed Haj, de 45 años de edad, se toma un respiro en una fábrica de ladrillos en Lahore, Pakistán.» [20 Minutos]

A ONU DOS POBRES

Pela forma como alguns países europeus se apressaram a reconhecer a independência do Kosovo à margem de resoluções da ONU ficou evidente que a ONU está reservada para o mundo pobre, em zonas do globo como a América do Norte ou a Europa isso é assunto para as potências ocidentais. Se assim não fosse Alguns conflitos como a Irlanda do Norte, a Catalunha, o País Basco, Gibraltar, Olivença e as Flandres seriam tratados naquela organização.

Independentemente dos méritos que possa ter a independência do Kosovo, sobre os quais tenho dúvidas, não é bom para o mundo que a ONU apenas sirva para pequenos conflitos regionais envolvendo países pobres ou para caucionar as operações militares que os EUA lança em zonas onde se produz petróleo.

Ficou visto que numa Europa que é cada vez mais tribalista a ONU não tem jurisprudência, se não fosse o facto de ter sido na Europa que foram iniciadas as maiores guerras a que o mundo assistiu até ficaria tranquilo com a forma como nasceu mais um país europeu. Só que além de um país nasceu também uma dor de cabeça que ninguém sabe como se vai resolver, para já o mundo e a própria UE estão divididos evidenciando que a tal Europa só existe nos tratados.

METER A CABEÇA NO BURACO COMO A AVESTRUZ

A resposta de Vitalino Canas ao estudo da SEDES é meter a cabeça no buraco como a avestruz, e pior do que negar a realidade é assumir uma postura que torna o PS no responsável por todos os males. As crítica feitas pela SEDES reflectem uma realidade que não é conjuntural nem resulta da actuação de um único governo ou unicamente dos políticos.

Algumas personalidades e personagens do PS começam a reagir muito mal a qualquer crítica, sintoma de nervosismo que só piora a imagem do próprio PS.

JUMENTO DO DIA

Um ministro muito justo

Na interpelação do BE sobre Política de Rendimentos o ministro das Finanças revelou-se um homem justo, diria mesmo muito justo, respondeu Louçã que defende que os bom trabalhadores devem ser recompensados e se Almerindo Marques ia gerir bem merece ganhar o triplo do seu antecessor. Só que o ministro esqueceu que os seus funcionários públicos, bons ou maus, há vários anos que perdem poder de compra, que o seu governo congelou carreiras e aumentos e que o aumento decidido para 2008 ficará aquém da inflação.

Que o ministro queira pagar bem aos gestores, incluindo os incompetentes pois não tive conhecimento de nenhum caso de redução de vencimentos de gestores por incompetência, só lhe fica bem. Mas devia ser suficientemente cuidadoso para não ofender os trabalhadores, fazendo-os passar por parvos.

Quando o ministro o desejar dou-lhe exemplos de funcionários públicos que deram mais "lucro" ao Estado do que alguma vez o Dr. Almerindo vai dar e que nunca foram promovidos, recompensados ou sequer reconhecidos pelo senhor ministro. Estou à disposição do ministro e depois veremos se os seus bons princípios são para todos os portugueses ou se só são para aplicar ao Dr. Almerindo.

O GOVERNO NÃO TEM UMA POLÍTICA DE RENDIMENTOS?

Claro que tem, o facto de nada fazer neste capítulo significa precisamente que visa os objectivos que a realidade evidenciam, os mais pobres ganham cada vez menos e os mais ricos cada vez mais. O governo sabe que o investimento só poderá vir dos mais ricos e espera que o enriquecimento fácil e acelerado resulte em investimentos que arrastem o crescimento económico. Entretanto dá umas gorjetas aos pensionistas mais pobres, pagas com os impostos dos que ganham cada vez menos, para dessa forma confortar as sondagens eleitorais.

Milton Friedman não teria feito melhor, com a vantagem de em Portugal os trabalhadores serem tão mansos (como assegura o ministro Manuel Pinho) que nem precisaria de uma ditadura para o ajudar.

PORQUE É QUE O MUNDO É REDONDO?

Marcelo Rebelo de Sousa que é o homem que mais sabe sobre tudo neste país, principalmente quando o programa é preparado e tem tempo de estudar os assuntos nas enciclopédias, não soube responder a esta pergunta colocada por uma criança.

Respondeu afirmando que era crente e porque acredita que Deus decidiu assim, enfim, a mesma atitude das seitas evangélicas americanas. Será que Marcelo acha que é coincidência todos os planetas serem redondos?

PORTUGAL PRECISA DE LISBOA

Lisboa não é só a capital do país, é também uma grande cidade onde se concentram uma boa parte dos recursos qualificados do país, sem o seu dinamismo dificilmente o país sairá do impasse económico e social em que está entrando. Se o município da capital apresentou um projecto de consolidação da dívida a curto prazo faria sentido que o Tribunal de Contas considerasse todos os aspectos envolvidos, o dinamismo da capital, a situação financeira das suas empresas e mesmo o desenvolvimento do país.

Se o Tribunal de Contas entendesse que o empréstimo era ilegal a questão estaria resolvida, o saneamento financeiro da autarquia passaria pela intervenção governamental. Mas os juízes responsáveis pelo acórdão optaram por questionar o empréstimo do ponto de vista contabilístico e financeiro.

Esta opção não faz sentido, a negação do empréstimo não suprime a dívida, limita-se a torná-la mais difícil de negociar, limitar a capacidade de negociação financeira da autarquia e impedir o funcionamento da câmara estrangulando a sua tesouraria. O empréstimo não suprimiria a dívida, limitaria os credores a um único parceiro e consolidaria a dívida.

Se os juízes estavam preocupados com a viabilidade do pagamento não se entende que não tenham percebido que a situação actual é bem mais preocupante financeiramente do que a que resultaria da concessão do crédito. Com uma pequena diferença, se com a consolidação da dívida apenas estava em causa a viabilidade financeira da autarquia, que agora é mais difícil, com a negação do visto são dezenas de empresas que temem pelo seu futuro.

Os juízes não pensaram muito bem como criaram uma situação grave para a cidade. Mas é bom lembrar que não foram os juízes do tribunal de Contas que levaram a autarquia a uma situação de falência técnica, foram políticos irresponsáveis e populistas como Santana Lopes e Carmona Rodrigues, a capital é o exemplo do que sucederia ao país se Menezes e Santana chegassem a São Bento, Lisboa é o que se sabe e Gaia é a autarquia mais endividada.

No meio de toda esta confusão realça-se a tranquilidade e lucidez de António Costa que revela o devido respeito pelas instituições e seus titulares, preferindo dar uma palavra de confiança aos lisboetas.

INOPERÂNCIA

«Do ponto de vista do direito internacional, não há muitas dúvidas de que, face ao impasse no \Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre o plano Athisari, a subsequente declaração unilateral de independência é contrária à Resolução 1244, de Dezembro de 1999, que reconhecia que o Kosovo era parte integrante da Sérvia, gozando de uma ampla autonomia. Mesmo algumas interpretações forçadas da Carta das Nações Unidas (inspiradas numa surpreendente analogia com o direito de autodeterminação dos territórios não autónomos…) não são suficientes para esconder a realidade: mais uma vez a divisão entre os membros permanentes do Conselho de Segurança deixou o campo aberto para as actuações unilaterais e a imposição de situações de facto baseadas na relação de forças do momento.» [Diário de Notícias]

Parecer:

António Vitorino escreve sobre a inoperância da ONU.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

CONFIANÇA NO FUTURO

«Contudo, não é possível lograr o saneamento sem se proceder à consolidação da dívida a fornecedores. Converter dívida de curto prazo a fornecedores em dívida de longo prazo à banca. Esta é a solução que a Lei das Finanças Locais impõe, e bem. Não só os credores obtêm o pagamento a que têm direito, como o Município beneficia da redução de encargos, atenta a diferença entre o juro bancário e o juro de mora legal. No caso concreto do Município de Lisboa, a recusa de visto pelo Tribunal de Contas significa um encargo mensal de 1,8 milhões de euros apenas em juros!» [Diário de Notícias]

Parecer:

António Costa escreve para os juízes do Tribunal de Contas, resta saber se eles o vão perceber ou se não estarão mais preocupados com a sua vaidade pessoal do que com o futuro da capital.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

REGRESSÃO

«O nacionalismo é, como se sabe, uma ideia relativamente moderna e o Estado-nação mais moderna ainda. Até ao fim do século XIX, e à expansão do ensino primário gratuito e obrigatório, só uma pequena minoria falava as línguas "normalizadas", que são hoje oficiais. Menos de 30 por cento dos franceses falava francês. Quase nenhum italiano (sete por cento) falava italiano. Mesmo em Inglaterra (e não me refiro aqui à Grã-Bretanha), o grosso da população tinha dificuldade em se entender de sítio para sítio e de "classe" para "classe". Se havia patriotismo, era local. O camponês comum não se via como parte da França ou da Itália ou, por muito que nos custe, sequer de Portugal. Para ele, o mundo começava e acaba no seu pays, no seu paese, na sua terra, palavras que a seguir alargaram o seu sentido ao Estado-nação.

O Estado-nação e o sentimento que o inspirava, o nacionalismo, trouxeram consigo prodigiosas desgraças: duas guerras mundiais, o Holocausto e outros genocídios (a palavra foi inventada recentemente) que se conhecem mal ou não se conhecem. Mas, depois da catástrofe, também pareceram trazer uma certa universalidade, para além da "raça" (um conceito vazio), da língua e da cultura. Em teoria, no Ocidente, já não se procurava segurança e pertença na comunidade rural, ou na "região" (uma entidade difícil de definir) ou no Estado-nação. A pertença e a segurança vinham agora de uma ordem geral, que garantia, embora com diferenças de ênfase, a vida e os direitos de cada um. Precariamente, com certeza, imperfeitamente. De qualquer maneira, com uma liberdade nova na Europa e na história.

O colapso do império soviético mudou tudo isto. A antiga Europa comunista ficara na primeira metade do século XX e o nacionalismo renasceu, como no Cáucaso e na Federação Russa. Milhões de pessoas voltaram a procurar no Estado nacional a protecção que não encontravam fora dele. Esta semana, o Kosovo declarou a sua "independência", à sombra da ONU, da NATO, da América e da substância da UE: os kosovares vão viver num país minúsculo e, além disso, inviável, sob ocupação estrangeira. O seu destino não interessa muito. Interessa que o Ocidente não consinta e, principalmente, não promova um regresso ao primitivismo, em que as várias "tribos" da Europa resolvam reclamar o seu próprio Estado, para, no fim, ou se isolarem na xenofobia e na miséria ou, com alguma sorte, aprenderem inglês como toda a gente e como toda a gente obedecerem a Bruxelas.» [Público assinantes]

Parecer:

A opinião de Vasco Pulido Valente sobre a independência do Kosovo

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

ODE À ALEGRIA

«Passando à correcção. Com pudores e gritinhos vários, algumas falsas virgens insurgiram-se por eu ter alegadamente chamado gordo ao dr. Marinho. Quem olhe com atenção para a minha barriga crescente verá que nunca poderia isso ser um insulto, a menos que eu fosse masoquista. Mas o que afirmei foi que, em minha opinião, não há líderes populistas e demagogos magros e que, pelo contrário, todos em regra são gordos. Mas, neste ambiente de bondade e alegria em que me sinto, retiro cautelarmente a palavra gordo e substituo-a por uma das seguintes: "adiposo", "forte", "cheio", "volumoso", "espesso". À escolha.» [Público assinantes]

Parecer:

José Miguel Júdice volta a estabelecer uma relação entre o perímetro abdominal e o populismo político. Júdice não conhece o Paulinho das feiras.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

A NOSSA VERGONHA

«Eu sabia tudo aquilo, eu tinha perfeita consciência dos factos, mas quando, mais uma vez, fui confrontado com os números voltei a sentir muita vergonha e (alguma) raiva. Estou a falar do nosso sistema de ensino.

Recentemente fiz parte de um júri de uma tese de mestrado da minha faculdade (1). Tinha, e tenho, plena consciência da situação do nosso sistema educativo face a outros países. Mas não pude deixar de me chocar, pela enésima vez, ao ver as estatísticas. Já não estou a referir o confrangedor nível de educação médio da população mas que resulta de políticas de há 20 ou 30 anos atrás. Estou a falar do que estamos a fazer actualmente, do que temos vindo a gastar e dos resultados. Infelizmente, vale a pena recordar. Por comodidade, cito alguns dos números da tese que, por sua vez, se baseava em dados da OCDE para 2005-6. A comparação era geralmente feita entre o nosso país, a média europeia (EU-19) e a média da OCDE (2)

Portugal, nos últimos decénios, tem evoluído de forma significativa, mas isso também é verdade para os outros países. De tal sorte que a sua situação relativa basicamente não se alterou e continua com níveis educacionais que as médias (note-se) da OCDE ou da Europa tinham há mais de 30 anos. Embora o ensino universitário não seja brilhante, longe disso, a situação é muito mais grave na educação pré-universitária.

Portugal tem salas de aula com menos alunos do que a média da OCDE ou da Europa. Mais, este valor (para alguns isto é importante) é particularmente verdade na escola pública, pois as privadas em Portugal têm mais alunos que nos outros países.

O número de alunos por professor em Portugal é sempre menor do que dos países de comparação. Por exemplo, no primário em 2005 Portugal tinha 10,8 alunos por professor, enquanto a OCDE tinha 16,7 e EU-19 tinha 14,9.

Além disso, a despesa com a educação no nosso país é comparável (e muitas vezes é superior) à média da OCDE e da Europa.

Por tudo isto os nossos filhos, aqueles que estão agora na escola, deviam ter resultados excepcionais em termos internacionais. Não é assim.

De facto, o número de horas de aula por ano no primário é mais elevado em Portugal (cerca de cinco por cento) que a média dos outros países. Mas já no secundário a situação muda radicalmente: há mais horas de aula na OCDE ou Europa (mais de 20 por cento) do que em Portugal.

Além disso, Portugal tem taxas de matrícula no secundário muito baixas. Felizmente existe sempre um México ou uma Turquia que não nos deixa em último.

Mas o mais assustador são os resultados de 2006, com testes devidamente estandardizados, sobre o que os nossos miúdos sabem em cada país da OCDE: leitura, 7.º a contar do fim; ciências, 4.º a contar do fim; e matemática, 5.º a contar do fim!

Se, em termos internacionais, há abundantes recursos financeiros para a educação (despesa em percentagem do PIB) e se há muitos professores (poucos alunos por professor, salas de aula pequenas), por que razão há tão maus resultados? Não é preciso ser um licenciado em "ciências da educação" (que não sou), nem estar ligado ao ensino (que estou), nem ser pai (que também sou) para concluir que há uma enorme ineficiência. As escolas, os professores e o sistema de ensino só podem ser pessimamente geridos!

Para melhorar a situação das escolas há certamente muito a fazer, começando no ministério e acabando em cada um dos estabelecimentos de ensino. No entanto, para além de outras, há três medidas necessárias: boa avaliação dos alunos; correcta avaliação dos professores; e gestão aberta das escolas. São mediadas necessárias, embora não suficientes.

Comecemos pelo princípio: avaliação dos alunos. Já tive a oportunidade de me pronunciar sobre a (má) qualidade técnica dos exames nacionais que impedem a comparabilidade entre anos. Assim, ficamos sem saber qual a evolução, de ano para ano, da preparação dos nossos filhos: uma melhor média a Matemática significa que o teste foi mais simples ou que estão melhor preparados? Ninguém, com honestidade, pode garantir nada.

Em segundo lugar, a avaliação dos professores é das questões mais delicadas. Antes de mais há bons professores mas também há maus professores, há-os honestos e profissionais e outros nem tanto. E em todos os graus de ensino. Na universidade a minha escola introduziu há quase 30 anos a avaliação dos professores pelos alunos e, hoje, é prática relativamente comum. Mas na primária e no secundário é mais complicado. E um método baseado nas notas que próprios professores dão aos seus alunos não não me parece correcto. Aliás, professores desonestos (que também os há, certamente) ficam sempre a ganhar.

Neste caso, tal como no anterior, aprender com a experiência de outros países poupa-nos anos de asneiras e milhões de jovens ignorantes.

Quanto à gestão: é preciso acabar com a autogestão das escolas. A reforma das escolas vem sempre de fora para dentro. Meter na gestão da escola representantes das autarquias e dos pais é certamente uma ideia correcta. Vai nesse sentido o ministério e bem. Iria mesmo mais longe, os professores deveriam participar mas, eventualmente, sem direito a voto nalgumas matérias.

Mais ainda e muito bem, o ministério defende a existência de um director. É fundamental que as instituições tenham uma cara e não um conselho, em que ninguém é verdadeiramente responsável. A accountability é fundamental, embora o director ser, necessariamente, um professor já é uma cedência séria. A "cara" (goste-se ou não) que representa Portugal é o Presidente da República e não é, por absurdo, um conselho presidencial.

Se tudo isto fosse feito, os nossos miúdos seriam certamente melhor preparados: os recursos estão lá, basta gerir melhor. Com aquelas medidas acabavam-se com as balelas propaladas pelos cursos de "ciências da educação" da gestão "democrática" das escolas e da avaliação contínua. São tudo conceitos em contradição com a ideia de Escola, em que quem sabe ensina e quem não sabe deve aprender. E na Escola, professores e alunos devem aprender de tudo, incluindo aprender a decidir, aprender a protestar e aprender a ser responsabilizado. Professor universitário

1) Ana Rita Silva Reis, Human Capital: Different Measures and their impact on growth. Implications for the Portuguese case, 2007.2) Para aqueles que não têm presente, a OCDE é uma organização de países desenvolvidos muito diversos que incluiu, para além dos países europeus, outros como a Turquia ou o México e os EUA ou a Nova Zelândia.» [Público assinantes]

Parecer:

Um bom artigo do Prof. Luís Cunha sobre a educação em Portugal.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

CMVM FEZ BUSCAS NO BCP

«A Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) teve de enviar ao Millennium BCP uma equipa de funcionários para apressar a recolha de documentação. As diligências de recolha de documentação (que os bancos são obrigados a respeitar sob pena de incorrerem no crime de desobediência) ocorreram entre 7 e 23 de Dezembro e o objectivo era obrigar a administração de Filipe Pinhal a clarificar a situação do banco antes da realização da assembleia geral extraordinária (que se realizou a 15 de Janeiro).» [Correio da Manhã]

Parecer:

Por este andar arriscam-se a descobrir o que procuravam e o que não procuravam.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se à CMVM que faç também uma busca no contencioso fiscal do BCP.»

INTERNET A 48Mbps NAS ESCOLAS

«Este projecto surge no âmbito do Plano Tecnológico da Educação e pretende também "melhorar as ligações à Internet em banda larga dos organismos centrais, regionais e tutelados do Ministério da Educação." O objectivo é que todas as escolas do 5.º ao 12.º ano tenham pelo menos 48Mbps como velocidade de acesso à Internet, multiplicando-se por mais de 10 a velocidade actual de acesso à Internet destas escolas» [Jornal de Notícias]

Parecer:

É uma medida positiva e até sinto inveja, no meu serviço o acesso deve rondar os 48Kbps.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Elogie-se o investimento.»

CTT GASTOU 3,4 MILHÕES DE EUROS COM OS SEUS SINDICALISTAS

«Os CTT revelaram , ontem, que gastaram 3,4 milhões de euros com as horas não trabalhadas, dispendidas em trabalho sindical em 2007, e reforçaram a intenção de reduzir o número de dirigentes sindicais com dispensa total ao trabalho.A soma das horas pagas pelos CTT não trabalhadas e ocupadas por trabalho sindical ascendeu, em 2007, a 28 mil dias, mais do que os 26 mil dias que pagaram no ano passado por licenças de maternidade, paternidade, luto, casamento e para trabalhadores estudantes, salientou a empresa.» [Jornal de Notícias]

Parecer:

Muito cheiro a suor deve sentir-se no sindicato.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Questione-se se faz sentido serem as empresas a pagar aos sindicalistas.»

INSPECTORES DA PJ VÃO SER JULGADOS POR AGRESSÃO À MÃE DA LEONOR

«Os cinco inspectores da Polícia Judiciária (PJ) acusados por Leonor Cipriano, mãe de Joana, a menina algarvia que desapareceu em 2004, de agressão durante os interrogatórios no âmbito das investigações ao caso, vão ser julgados.

O Ministério Público acusa os elementos da Judiciária de tortura, avançou a SIC. As alegadas agressões terão ocorrido durante os interrogatórios a Leonor Cipriano, em Outubro de 2004, com o objectivo de obter uma confissão. Os cinco elementos da Polícia Judiciária estão acusados de tortura, omissão de auxílio e falsificação de documento. » [Público]

Parecer:

Depois de terem justificado os olhos negros recordando o caso da princesa Diana começo a esperar tudo, comparar uma suposta queda com um choque brutal a alta velocidade é algo que me faz confusão, ainda não percebi como se fica com olhos negros numa queda.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pelo julgamento.»

MANUEL MONTEIRO SUGERE A PORTAS QUE SE DEMITA

«Manuel Monteiro desafiou ontem Paulo Portas a demitir-se da presidência do CDS-PP, "em nome da coerência do que defendeu no passado", e a libertar o partido das "suspeitas de corrupção e favorecimento" que minam a credibilidade e lhe retiram espaço para se afirmar como alternativa ao PS. E apela mesmo a uma "revolta das bases do CDS", para que seja possível construir "uma plataforma alargada de direita" que discuta as legislativas de 2009 em pé de igualdade com os socialistas. » [Público assinantes]

Parecer:

Foi um bom golpe de Manuel Monteiro que finalmente ataca Paulo Portas frontalmente.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Apoie-se.»

MENEZES DÁ POUCO VALOR À PALAVRA DADA

«O líder da bancada do PSD, Pedro Santana Lopes, não terá gostado, mas a decisão do partido está tomada. A ano e meio das eleições, Luís Filipe Menezes enterrou os acordos, tal como o próprio já tinha anunciado na sua campanha interna. Hoje o PSD vai anunciar publicamente que, além do mapa judiciário, vai deixar cair o acordo com os socialistas sobre a lei eleitoral para as autarquias, já aprovada na generalidade no Parlamento, e por arrasto a reforma da lei eleitoral da Assembleia da República, que ainda não começara a ser negociada entre os dois partidos.» [Público assinantes]

Parecer:

Menees não sabe o que fazer para evitar a sua desgraça.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Menezes o que vai fazer para recuperar a credibilidade.»

GEORGE CLONNEY SENTE-SE COMO A CLINTON DOS ÓSCARES

«El actor estadounidense George Clooney dice que será como la precandidata demócrata Hillary Clinton cuando el domingo pierda frente al británico Daniel Day-Lewis el Oscar a Mejor Actor, dijo a la revista Time el artista, que apoya al otro aspirante en la liza partidaria, Barack Obama.

Tras reiterar que "es un honor solo ser nominado", Clooney agregó: "Para mí es como ser Hillary Clinton. Si no estuviera Barack Obama, hubiese sido un muy buen año. Yo creo que Daniel Day-Lewis hizo la mejor actuación del año", dijo el actor a la publicación.» [20 Minutos]

ANGELA MERKEL AMEAÇA LIECHTENSTEIN POR CAUSA DA EVASÃO FISCAL

«Algumas instituições financeiras alemãs terão ajudado os clientes a fugir ao pagamento de impostos, colocando dinheiro em fundações sediadas no Liechtenstein. Depois de Angela Merkel ter ameaçado o minúsculo principado de "isolamento" no contexto europeu, caso não tomasse rapidamente medidas contra a fraude fiscal, a imprensa alemã noticiou ontem que foram encontradas provas do envolvimento de bancos privados e instituições financeiras.» [Público assinantes]

Parecer:

Por cá é tudo mais fácil, para quem não quiser ir mais longe tem a Madeira.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Reanalise-se a questão da zona franca da Madeira.»

O JUMENTO NO TECHNORATI

  1. "A Minha Matilde & C.ª" pescou um vídeo de apoio a Obama, aliás, um excelente vídeo.
  2. O "Nos-Sela" pescou um editorial do Público.
  3. "A Barbearia do Senhor Luís" acusou a recepção da fotografia que lhe foi dedicada.
  4. "O Viver na Alta de Lisboa" agradeceu a escolha para blogue da semana. Não era para agradecer, o seu trabalho merece uma visita de todos.
  5. O "Alcáçovas" gostou de ver Constâncio a ser barbeado por Paulo Teixeira Pinto. Melhor, só se fosse na "Barbearia do Senhor Luís".
  6. "O Bitoque" gostou de um grafitti dedicado a Santana Lopes.
  7. O "De tudo um pouco" escolheu O Jumento para blogger do dia. Obrigado.

NO SOBRE O TEMPO QUE PASSA

Um post de grande lucidez do Professor Adelino Maltez que caracteriza muito do que passam na política portuguesa onde a democracia começa a ser dominada pela lumpen-canalha de gente que acha que a diferença entre o mundo da política e um bordel reside apenas na forma de pagamento:

«Em momentos de decadência, há certos dias em que sentimos, na pele, os riscos vingativos de certa canalha de unhas aduncas que subocupou os interstícios do poder dito democrático, confirmando como continua a mentalidade da persiganga, mesmo quando a facada é comandada a partir dos sofás de coiro dos altos gabinetes. Os descendentes dos moscas, dos formigas e dos bufos continuam a não compreender que o poder dos sem poder, o tal que alimenta a saudável desobediência individual e que há-de sublimar-se em resistência, não é passível de distribuição de cima para baixo. O poder antipoder, do cidadão contra os poderes, apenas se vai semeando, de centro a centro, de consciência a consciência, através da permanente corrente da libertação, daqueles que acreditam que o desenvolvimento impõe que se cresça não apenas pela estatística, mas sobretudo que se cresça para cima e por dentro.»


O PS LUMIAR CHEGOU ÀS 100.000 VISITAS

O PS Lumiar é um dos bons exemplos de respeito democrático próprio dos democratas, dos que andam na política a pensar nos cidadãos e não na carteira, gente que dá sem receber e que felizmente podemos encontrar ainda em todos os partidos. É por isso que aprecio o PS Lumiar, da mesma forma que gosto do meu Barbeiro, também um militante do PS, ou do Largo das Alterações, um blogue social-democrata de Évora (ainda não perdi a esperança de um dia me juntar à mesa com o PS Lumiar e o Largo das Alterações, quem sabe, na Tasca do Oliveira ou talvez n'A Maria, ali no Alandroal.

Parabéns pelas 100.000 visitas e, mais do que isso, pela excelente lição de democracia.


CHRISTOPHE HUET

BOUDEWIJN SMIT

MELVIN SOKOLSKY

MIKE SKELTON

SARAH SILVER

YOBA

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PUMA

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RUNNING FREE

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