domingo, abril 06, 2008

Semanada


Santana Lopes e Luís Filipe Menezes têm andado desencontrados, quando um brilha no parlamento o outro toma café na cafetaria nas traseiras do hemiciclo, quando Santana vai para as aldeias Menezes junta presidentes de juntas de freguesia em torno do lombo assado, quando Menezes segue obedientemente as sugestões do homem da imagem Santana dispensa os seus serviços. Finalmente encontraram-se em Alqueva, foi a imensa barragem onde se mete água que inspirou tão raro encontro, resta agora saber quem baptizou quem.

Na mesma semana em que os dois líderes do PSD se baptizaram nas águas de Alqueva o PSD e PS descem nas sondagens enquanto o BE e o PCP sobem por este andar Jerónimo de Sousa ainda se converte totalmente ao revisionismo chegando à conclusão de que as eleições e não o golpe de estado é a melhor forma de chegar ao poder. Os reformistas é que devem andar desorientados, quanto mais puro e duro é o PCP mais os eleitores gostem dele, os portugueses sempre tiveram tendência para ditadores com ar de avozinho ternurento.

Se muitos portugueses encontram no senhor Sousa a solução para os seus males os accionistas da Mota-Engil vão converter-se ao socialismo democrático elegendo Jorge Coelho para presidente da empresa, agora que estão prestes a chegar os tempos difíceis dos concursos de grandes obras públicas. Já se está a ver o novo lema comercial da empresa, quem se mete com a Mota-Engil leva., funcionário público que desagrade à Mota-Engil já sabe o que lhe vai suceder, fica ao alcance do longo braço do poder informal de Jorge Coelho.

Um ambiente menos pacífico do que aquele que se vai registar na assembelia geral da Mota-Engil que vai descobrir o que nenhum português tinha adivinhado, que Jorge Coelho é um gestor de empresas, ficámos a saber que as nossas escolas se estão transformando em campos de tiro, longe vão os tempos dos revolveres de cow-boy e das pistolas de água, puto que não use telemóvel e um 6.35 tem direito a acompanhamento psicológico para que não fique com complexos de inferioridade.

Quem decidiu dar uns tiros mesmo sem ter uma 6.35 foi António Borges, que acabou de engrossar a nossa longa lista de desempregados, reentrou na política portuguesa pela mão do seu amigo Belmiro de Azevedo, deu uma entrevista ao Público que mais não é do que o equivalente fino do livro da Carolina Salgada. Três anos depois de andar armado em José Mourinho da alta finança veio acusar Manuel Pinho de lhe ter acabado com os chorudos contratos que a Goldman Sachs mantinha com o Estado. Estão bem um para o outro.

O Alberto não quer jornalistas no seu congresso, o líder madeirense está farto de “cubanos”, os únicos jornalistas bons são o do jornal financiado pelo governo regional. Por falar em cubanos ficamos a saber que os verdadeiros, os da ilha do moribundo Fidel já podem ser felizes, a melhor democracia do mundo na acepção do tio Jerónimo já permite que os seus cidadãos possam entrar nos hotéis do país. Resta agora que tenham dinheiro para que não se limitem a entrar para fazer as limpezas ou para prestar serviços sexuais. Enquanto os cubanos do lado de lá já podem comprar botas, televisões e entrar nos hotéis, por cá houve um “cubano”, um dos pilares da terceira república tão odiada por Alberto João, que se tornou no primeiro arrependido do “contenente”, Jaime Gama descobriu que o Alberto está para a democracia com a Cláudia Schiffer está para a beleza feminina.

O ministro das Finanças não sabe onde o Estado investe o dinheiro, precisava de doze dias e mesmo assim só divulgaria os dados se houver alguma ilegalidade. Conclusão: o ministro das Finanças não só não sabe onde se investe o dinheiro dos portugueses como não sabe se são cometidas ilegalidades.