quinta-feira, maio 29, 2008

Umas no cravo e outras tantas na ferradura

FOTO JUMENTO

Coruche

IMAGENS DO DIA

[Andreu Dalmau / EFE]

«Roland Garros. La tenista polaca Marta Domachowska durante su partido contra la paraguaya Rossana de los Ríos en el torneo parisino.» [20 Minutos]

JUMENTO DO DIA

Patinha Antão líder do PSD?

Se os mortos-vivos do PSD votarem em Patinha Antão com o mesmo empenho que o defunto que assinou a lista da sua candidatura é muito provável que o antigo director-geral de Estudos e previsão chegue a líder do PSD.

ORA AUMENTAS TU, ORA AUMENTO EU

Não sei se as petrolíferas estão combinadas mas é assim o mercado, parece que cada dia é uma a aumentar o preço dos combustíveis para no final os preços serem os mesmos, hoje foi a vez da Repsol, amanhã ou depois será a Galp ou a BP. Outro aspecto curioso é a causa dos aumentos, uma vez a culpa é da cotação do crude, outras é das cotações da gasolina e do gasóleo.

OPORTUNISMO

Nunca vi os armadores da pesca fazerem manifestações quando os barcos são construídos com subsídios, quando vendem as licenças de pesca aos espanhóis ou quando o peixe atinge preços proibitivos. Nunca vi os armadores da minha terra protestarem enquanto esgotavam os stocks de gambas vendendo-as a dez, vente ou mais contos o quilo ou quando esgotaram os stocks de camarão de Monte Gordo.

Agora que os custos aumentaram e a pesca escasseia aproveitaram-se do desespero dos pequenos pescadores e dos assalariados, a quem não pagam quando os barcos não pescam, para exigir subsídios pagos por aqueles que há muito que não comem peixe.

CRISE? SÓ SE FOR DOS OUTROS

«Sobem os preços do pão e do dinheiro, moderam-se as previsões de crescimento, e a superstição da tribo manda uma ideia morrer por isso: há-de ser, segundo querem alguns, o "liberalismo". Mas estarão os nossos problemas resolvidos, se houver menos gente a ler Hayek? Em Portugal, por exemplo, com um Estado que gasta o equivalente de metade da riqueza nacional, que impôs uma carga fiscal inédita para o nosso nível de desenvolvimento, que conserva um sistema de protecção do emprego dos mais rígidos do mundo, que controla as empresas de mil maneiras - será justo debitar ao tal "liberalismo" a culpa de não crescermos e haver desigualdade? E terá a solução de consistir em mais Estado e em mais controlo da vida de cada um pelo Estado?

Ah, como os compreendo, a estes desesperados penduras ideológicos da corrente "crise". A sua táctica é velha: em vez de argumentarem, andam à procura de pretextos para declararem a morte dos adversários, poupando-se a todos os debates. É muito mais cómodo. Os chamados "liberais", aliás, fizeram o mesmo há uma geração atrás. Lembram-se de 1989? Era o fim do socialismo, da história - e da necessidade de examinar e refutar o que os socialistas diziam. E agora não conseguem perceber Chávez e os outros chavistas latino-americanos. Do outro lado da barricada, uma parte da esquerda começou a tratar o subprime como o Muro de Berlim do capitalismo. Não se entusiasmem, porque já não é a primeira vez que se enganam. Há cerca de 30 anos, o primeiro choque petrolífero também foi acolhido triunfalmente como "a crise final do capitalismo", "pior do que 1929". O Vietname, como o Iraque agora, e Nixon, como Bush, ajudaram à festa. Portugal passou então ao "socialismo". Era o vento da história. E que veio a seguir? Thatcher e Reagan. Há quem ainda não tenha percebido que a história não acaba quando nos convém.

Mas desde então não tem sido a nossa história uma terrível marcha "liberal"? É verdade que há bancos e televisões privadas. Para além disso, porém, o que vimos nos últimos 30 anos foi a transferência crescente de recursos dos indivíduos e famílias para o Estado. Em Portugal, segundo cálculos do dr. Medina Carreira, a carga fiscal em percentagem do PIB duplicou: de 18,7% em 1965 para 36,9% em 2007. Chamam a isto "liberalismo"? E, já agora, também não lhe chamem "justiça social". Portugal, segundo o mesmo autor, foi o país da Europa em que mais aumentaram as despesas com protecção social em percentagem do PIB entre 1991 e 2002 (de 17% para 28%) - e aquele onde a desigualdade é maior e a pobreza não diminui.

Há aqui um grande equívoco. Na Europa do pós-guerra, o Estado social cresceu com a economia. Quando esta abrandou, por volta de 1973, passou a progredir através do fisco (na União Europeia a 15, os impostos em percentagem do PIB subiram, em média, de 33% em 1975 para 42% em 2000). E tem-se dado o nome de "liberalismo" à necessidade que os próprios defensores do Estado social sentiram de limitar esta progressão e de tentar relançar a economia, aumentando um pouco a margem de manobra dos empreendedores no mercado global. Mas o "liberalismo" não é a gestão do Estado social: é outro modelo social.

A esquerda "antiliberal" tenta fugir à discussão oferecendo-se, em sonhos, a cabeça do "liberalismo". Do outro lado, também não há mais frontalidade. A direita dita "liberal" prefere fingir que os seus projectos são uma simples questão de "bom senso", quando não os disfarça, como em Portugal, com os títulos do adversário ("social-democracia"). Há, neste momento, dois obstáculos a qualquer debate político interessante. Em primeiro lugar, a relutância de todos em assumirem o reverso do que propõem. O Estado social implica o controlo da vida de cada um pela burocracia - embora possa haver leis a garantir os indivíduos. O modelo cívico liberal pressupõe que cada um assuma as responsabilidades e enfrente as consequências das suas opções - embora possa haver instituições para impedir sofrimentos. Em segundo lugar, confunde-se o que se está a propor. O Estado social e o liberalismo não são receitas técnicas para diminuir a desigualdade ou para aumentar a riqueza. Não existem essas receitas - se existissem, não haveria debate, porque todos escolheríamos imediatamente o que nos garantisse maior conforto e maior igualdade. O liberalismo e o Estado social são maneiras de viver diferentes. E, em vez de andarmos a diagnosticar "crises" uns aos outros, talvez fosse melhor tentarmos esclarecer o que podemos e gostaríamos de fazer com as nossas vidas.» [Público assinantes]

Parecer:

Por Rui Ramos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

O ANO DA DESIGUALDADE

«Outrora, Portugal não precisava de desculpas para não se preocupar com a desigualdade e a pobreza. Durante gerações ela estava ali, e era um mero adereço da realidade. As nossas elites nunca se distinguiram por grandes realizações; distinguiam-se apenas pela pobreza dos outros. Somente após o grande susto da revolução essas elites aceitaram a contragosto uma série de coisas - salário mínimo, escolarização de massas, subsídio de desemprego - que em muitos outros países eram já banais.

Em tempos era estranho, quase desagradável, o filho do caseiro chegar a doutor. Passámos directamente daí para a fase do "há doutores a mais" e "já gastamos muito com a educação". Ou seja, uma geração depois da revolução a grande diferença está na indiferença: antes não nos interessávamos pela desigualdade, agora precisamos de boas desculpas para continuar a não ter interesse.

A desculpa mais à mão, nas últimas décadas, tem sido esta: a desigualdade é um preço a pagar pela competitividade e pelo crescimento económico. O resultado dessa desculpa foi: nem crescimento, nem competitividade, nem menos desigualdade.

Se cuidarmos da economia (diziam-nos em código, o que significa, se cuidarmos das grandes empresas), a economia cuida de nós todos. E agora apresenta-se uma dúvida: e se tivéssemos cuidado primeiro de nós? Se nos tivéssemos dotado de bons instrumentos públicos, se tivéssemos usado os impostos para redistribuir riqueza e recursos, se tivéssemos combatido activamente a desigualdade? Se cuidássemos primeiro de nós, não teríamos sido melhores a cuidar depois da economia?

A dúvida é mais do que legítima: ao ver que Portugal, um dos países mais desiguais da Europa, perde nas comparações com os outros países ano após ano, chegou o momento de entender que a desigualdade não é apenas um efeito dos nossos problemas. A desigualdade é uma das causas dos nossos problemas. Só por isso ganharíamos todos em combatê-la.

O combate à desigualdade deveria ser também um combate pragmático. Mas fazer esse discurso apenas - o de que temos a ganhar com o combate à desigualdade - não basta. Parece apenas uma inversão retórica em relação à situação anterior: em vez de procurar desculpas para não nos preocuparmos com a desigualdade (a economia, o crescimento, o défice), procuramos uma desculpa para nos preocuparmos (pessoal, reparem que ganhamos todos com isso).

Não. Há razões de princípio para combater a desigualdade e a pobreza, que justificariam esse combate, mesmo que todos perdêssemos um pouco com isso. As famílias que não têm dinheiro para comida a meio do mês, os idosos que não compram os remédios, os jovens que não podem pagar explicações - não são apenas potencial por cumprir, são pessoas a quem deixamos que aconteça o que não gostaríamos que nos acontecesse a nós.E a beleza da democracia é que há condições para tornar este problema num debate maioritário, num país como Portugal em que a maioria é feita de uma classe média-baixa com memórias da pobreza, e de muitos que ainda são pobres. Se nos deixarmos de desculpas, as próximas eleições poderão ser uma decisão entre quem quer combater a desigualdade e quem quer - como dizê-lo? - continuar a inventar desculpas.» [Público assinantes]

Parecer:

Por Rui Tavares.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

ESTALOU O VERNIZ DO RIBAU

«Foi um dos principais impulsionadores da candidatura de Luís Filipe Menezes há oito meses, mas ontem confessou o descontentamento com o líder demissionário pela sua decisão de abandonar a presidência do PSD. "É inacreditável, absurda e errada a decisão do dr. Luís Filipe Menezes de se demitir e de não se recandidatar", disse Ribau Esteves, à margem de uma conferência de imprensa sobre o processo eleitoral das directas, assumindo o seu voto em Pedro Santana Lopes.» [Correio da Manhã]

Parecer:

Mas não foi Ribau que chegou a dizer que um dia poderia candidatar-se a líder do PSD?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Ribau porque não se candidatou.»

PS IRRITADO COM SOARES

«Causou incomodidade no Governo e no PS o artigo de ontem, no DN, onde Mário Soares aconselhou o PS a fazer uma "reflexão profunda as questões que nos afligem mais: a pobreza, as desigualdades sociais, o descontentamento das classes médias". José Sócrates deu sinal dessa incomodidade evitando responder a jornalistas, em Angra do Heroísmo, na sessão de encerramento das jornadas parlamentares do PS. "Hoje não faço declarações", disse, seguindo logo para o púlpito, onde falou aos deputados do "momento de dificuldade"que Portugal atravessa, relativizando-o num contexto internacional: "É um momento de dificuldade que Portugal enfrenta, que todos os países da Europa enfrentam."» [Diário de Notícias]

Parecer:

Este PS começa a irritar-se com pouco.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Diga-se aos dirigentes do PS que tenha juízo.»

ACORDO NA FUNÇÃO PÚBLICA

«Os contratos a termo na Função Pública não poderão exceder os três anos, incluindo renovações. Esta é uma das alterações que consta dos acordos ontem assinado entre o Ministério das Finanças e os dois sindicatos da Função Pública afectos à UGT (Fesap e STE). A Frente Comum recusou assinar os documentos que estavam em cima da mesa e que praticamente concluem a reforma da Administração Pública.» [Jornal de Notícias]

Parecer:

Como era de esperar os sindicatos do PCP, os sindicatos a sério como lhes chamou Louçã, não assinaram o acordo, só foram às negociações para a Ana Avoila com aquele ar de camponesa de um sovkhoze.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Carvalho da Silva se tem autorização do Jerónimo para assinar acordos.»

MILITANTE FALECIDO APOIOU PATINHA ANTÃO

«Jorge Varanda, um dos membros que integra o Conselho de Jurisdição Nacional (CJN) do PSD, considera “inqualificável” e “vergonhoso” que Patinha Antão tenha incluído na primeira lista de assinaturas que apresentou para formalizar a sua candidatura à liderança do partido o nome de um militante já falecido.

“Essa irregularidade, [entretanto suprida], é, do meu ponto de vista, inqualificável”, disse ao PÚBLICO, fazendo notar que as candidaturas que discordam da forma como o processo eleitoral foi conduzido têm ao seu dispor instrumentos que lhes permitem impugnar a decisão, podendo sempre solicitar a intervenção do Conselho de Jurisdição.» [Público]

Parecer:

Este Patinha é mesmo patinho.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao Patinha se foi ele que assinou pelo defunto.»

CONCLUSÃO JORNALÍSTICA BRILHANTE

«A escalada de preços do petróleo afecta principalmente os 10 por cento de famílias mais pobres em Portugal, bem como as de rendimentos médios. Não apenas porque os seus orçamentos são menores, mas porque o peso relativo das despesas com energia nestes agregados é maior do que a média nacional. Cerca de 13,5 por cento do orçamento destas famílias destina-se a gastos com energia em casa e nos transportes, quando a média nacional é de 12,4 por cento.» [Público assinantes]

Parecer:

Mais um pouco e o jornalista ainda chegaria à conclusão de que os pobres andam de carro e os riscos de transportes públicos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao jornalista a que pobres se refere, só se for aos pobres de espírito porque os outros não costumam usar carro.»

DIRECTORA DA ASAE CRITICA EXCESSO

«A directora regional do Norte da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), Fátima Araújo, criticou ontem algumas inspecções que obrigaram instituições de solidariedade social a deitar comida fora e pediu aos inspectores para serem "suficientemente sábios" para compatibilizar a gastronomia tradicional com a segurança alimentar. » [Público assinantes]

Parecer:

Só que parece achar que a culpa é do excesso de zelo dos funcionários, esquecendo que recentemente foram os serviços a justificar a intervenção numa instituição de solidariedade social.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao senhor António Sousa quem são as próximas vítimas da sua vaidade.»

MICROSOFT APRESENTA WINDOWS 7

«A Microsoft fez uma demonstração de seu novo sistema operacional cuja interface será feita por toques na tela, como uma alternativa ao mouse.

Com lançamento previsto para 2010, a nova interface permite que os usuários ampliem ou reduzam fotos, tracem rotas em mapas, pintem quadros ou toquem piano com a ponta dos dedos diretamente na tela. » [BBC Brasil]

FARC PLANEOU ATENTADO EM MADRID

«El atentado que las Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia (FARC) planeaban en Madrid tenía como objetivo el vicepresidente de Colombia, Francisco Santos, según los datos del ordenador del que fuera portavoz de la guerrilla, Raúl Reyes.

Según informa la emisora colombiana La W, así lo confirma uno de los más de 700 correos electrónicos hallados en los tres ordenadores personales de Raúl Reyes que las autoridades se incautaron en el campamento ecuatoriano en el que fue abatido por el Ejército de Colombia el pasado 1 de marzo. » [20 Minutos]

CAMPANHA CONTRA O TABACO NO BRASIL

«Brasil pone en marcha este miércoles una nueva y durísima campaña antitabaco, que incluirá imágenes impactantes en las cajetillas.

Las imágenes se escogieron en función a un estudio elaborado por el ministerio de Salud brasileño, la Agencia Nacional de Vigilancia Sanitaria, el Instituto Nacional del Cáncer y varias universidades, en el que se valoró el impacto que causaron las instantáneas en los jóvenes.» [20 Minutos]

O JUMENTO NA BLOGOSFERA

  1. O "Cu-Cu" gostou da fotografia de Stefan Gesell.
  2. O "Câmara de Comuns" sugere a leitura do post "soluções fáceis".

NÃO ABASTEÇO NA GALP, NEM QUE A MIÚDA DA BILHA ME LEVE AO COLO!

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"GRADUATION DAY" NA RÚSSIA [imagens]

LAURENT AUXIETRE

LADRÃO ESTÚPIDO

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COMO POUPAR GASOLINA

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