domingo, agosto 10, 2008

Umas no cravo e outras tanta na ferradura

FOTO JUMENTO

Pôr do sol ao largo de Monte Gordo, Algarve

IMAGEM DO DIA

[Jitendra Prakash/Reuters]

«A woman tried to fix her umbrella during a monsoon in the northern Indian city of Allahabad. The June to September rains are vital for farm output and the overall economy as they help to determine rural spending. Only 40 percent of India's cultivated land is irrigated.» [The New York Times]

JUMENTO DO DIA

Carvalho da Silva

É uma vergonha enganar trabalhadores levando-os a dormir à porta de uma fábrica só para conseguir espectáculos televisivos favoráveis ao PCP. Carvalho da Silva e os seus sindicatos controlados por homens escolhidos pelo avô Boca Doce não hesitam em enganar os trabalhadores se isso favorecer eleitoralmente o partido.

A CGTP-PCP SERVE-SE DOS TRABALHADORES

A situação denunciada por Manuel Monteiro e que foi capa no semanário Sol mostra bem a consideração que o PCP e a CGTP têm pelos trabalhadores, levaram mães de crianças a deixar os filhos para estarem à porta de uma empresa, devidamente ornamentadas com bandeiras da CGPT e bandeiras negras que serviram de funda para as entrevistas às televisões. Só que prometeram entrar com um processo em tribunal que permitiria a desmobilização, mas esqueceram-se, o espectáculo dava-lhes jeito.

Cada vez sinto mais nojo pelos métodos destes oportunistas que se armam em defensores dos trabalhadores só para conseguirem votos fáceis e à custa das dificuldades alheias.

O EXPRESSO

Imagine que tinha contratado um serviço online ao Estado e este não cumprisse com a sua parte. Imagine que enviava um mail a narrar a situação e o dito organismo do Estado não lhe desse qualquer satisfação. Imagine o que os senhores do Expresso escreveriam sobre o assunto.

Pois é, só que isso não me sucedeu com um serviço do Estado, aconteceu com a assinatura da edição premium online do Expresso.

O HOMEM QUE DERROTOU O IMPÉRIO DO MAL

«Sinal dos tempos e do país em que nos estamos a tornar, a morte de Alexander Soljenitsin não ocupou mais do que um curto obituário, preenchido com banalidades, mesmo nos jornais diários ditos “de referência”. A «silly season» jornalística - agora que, felizmente, o petróleo está a descer e não há incêndios - está toda devotada às aquisições do Benfica e às andanças algarvias do ‘jet seis’, cuja palpitante existência sustenta várias revistas da especialidade. Não sobrou assim espaço nem ousadia para imaginar que a morte do homem que abalou o Império Soviético e lhe deu a primeira machadada de morte pudesse interessar os leitores portugueses, nem ao menos como registo histórico.

E, todavia, raríssimos foram aqueles que no seu tempo de vida tiveram tamanha importância histórica como Soljenitsin. Ele não foi apenas o Prémio Nobel da Literatura, o autor de uma vastíssima obra (em cuja compilação em trinta volumes trabalhou até ao dia da sua morte, domingo passado), o escritor em cuja obra está presente e quase sufocante a imensidão e solidão da Rússia de sempre, na senda de Tolstoi, Pasternak, Tchekov, Bulgakov ou Nabokov, como foi, acima de tudo, uma testemunha vital e impiedosa dessa mancha negra na história da humanidade que foi o estalinismo. E só para ter uma vaga ideia do que representava enfrentar o estalinismo na própria União Soviética, basta recordar que vivemos num país onde, dezassete anos passados sobre a implosão da URSS, o nosso Partido Comunista, herdeiro jamais infiel do estalinismo, continua a achar que a Coreia do Norte talvez seja uma democracia e que o Governo de Angola defende os direitos humanos e combate a corrupção.

Quando Soljenitsin publica em França ‘O Arquipélago do Gulag’, já tinha ganho o Nobel e já era um escritor consagrado no Ocidente, onde algumas das suas principais obras, como ‘O primeiro círculo’, ‘O Pavilhão dos Cancerosos’ ou ‘Agosto, 1914’ o tinham suficientemente revelado. Mas tudo começara antes ainda, em 1962, quando deu a ler o manuscrito de ‘Um dia na vida de Ivan Denisovitch’ a Andrei Tvardosky, membro da direcção da Academia das Letras soviética e do Comité Central do PCUS. Vivia-se os anos de Nikita Khrustchov, a suave destalinização, e, apoiado por Tvardosky, Soljenitsin conseguiu que Khrustchov autorizasse a publicação do pequeno livro, relatando a vida de um prisioneiro político nos campos de concentração estalinistas - onde ele vivera oito anos, de 49 a 57, condenado depois de o KGB ter interceptado uma carta sua a um amigo onde criticava Estaline. De nada lhe valera então o seu estatuto de herói de guerra, com várias condecorações ganhas a combater a invasão nazi. Outros milhões de russos que, como ele, seguiram directamente da guerra para os campos de concentração do estalinismo, fizeram do livro um sucesso instantâneo, com o valor de um resgate da ignomínia sofrida.

Duraram pouco as suas tréguas com o regime. Soljenitsin não aproveitou para se submeter à linha oficial do Partido nem à sua suposta nova face branda e, tendo-se tornado praticamente o único símbolo da dissidência no Ocidente, a sua sorte ficou traçada. Em 1974, a publicação do ‘Arquipélago do Gulag’, em França, deixava tudo perfeitamente claro: de um lado, absolutamente sozinho, Soljenitsin; do outro, a URSS. Jamais houve luta tão desigual e jamais a obstinação e a coragem de um só homem haviam conseguido pôr à defesa uma força tão desmedidamente superior. Vários anos antes, um outro escritor russo, Ossip Meldeston, morto num campo estalinista, deixara inédito um livro cujo título se aplicava como uma luva ao combate desigual de Alexander Soljenitsin: ‘Contra toda a esperança’. Era isso que ele se propunha fazer, com toda a lucidez e sem nenhuma esperança. Por dever de memória.

Na introdução de ‘O Arquipélago do Gulag’, Soljenitsin escreveu: “Com o coração despedaçado, abstive-me durante anos de publicar este livro, todavia já pronto. O dever para com os vivos impunha-se ao dever para com os mortos”. Foi só quando o KGB deitou mão a uma cópia do manuscrito, que ele se apressou a fazê-lo chegar ao Ocidente e ser publicado. ‘O Arquipélago do Gulag’ é um relato exaustivo e esmagador das vidas destroçadas de centenas, milhares de prisioneiros levados para o universo concentracionário estaliniano, conhecido como o Gulag, ao longo do imenso território soviético, entre 1918 e 1956. Ele dedica-o “àqueles a quem a vida faltou para contarem estas coisas. E que me perdoem por não ter visto tudo, não ter guardado tudo, não ter adivinhado tudo”. Mas o que ele viu, o que ele guardou, o que ele adivinhou e o que ele contou, abalou a União Soviética e o que restava do mito da libertação comunista. E caiu na pior altura para o regime comunista, então já liderado pelo sinistro Leonid Brejnev e tendo como principal ideólogo e guardião da ortodoxia Boris Ponomarev - o convidado de honra dos primeiros congressos em liberdade do Partido Comunista Português.

Em 1974, a Revolução Portuguesa, que Cunhal garantira que jamais degeneraria numa “democracia parlamentar burguesa”, do tipo ocidental, dera aos comunistas do Ocidente, e até certa altura ao próprio PCUS, a ilusão de poder restaurar nestas paragens uma Frente Popular, ao estilo francês e espanhol dos anos trinta, que mais tarde abrisse caminho ao clássico golpe leninista da tomada de poder pelos comunistas. Um ano antes, caíra às mãos ensanguentadas de Augusto Pinochet a Frente Popular chilena, que dera à causa comunista novos mártires e novas simpatias. O estalinismo e a perpetuação dos seus sinais essenciais na era de Brejnev estava ainda longe de estar suficientemente conhecido e denunciado. É certo que as terríveis purgas dos tempos do “pai dos povos”, aquele clima de absoluto terror e abjecção moral tão brilhantemente exposto, por exemplo, nesse fantástico filme de Mikhalkov, ‘O Sol Enganador’, tinham já passado à história. Mas o estalinismo nunca fora exposto, abjurado, nunca pedira perdão, ao contrário da Shoah. Quando os primeiros relatos das purgas, dos julgamentos-fantoche e dos campos de concentração do Gulag começaram a chegar ao Ocidente a esquerda estabeleceu uma espécie de bloqueio mental à verdade. Denunciar o estalinismo era ser anticomunista e, como dizia Sartre, “um anticomunista é um cão. É um cão e daqui não saio!”. Os estalinistas mataram tanta gente como os nazis, mas a ditadura intelectual da esquerda ocidental não dava a esses mortos distantes e sem nome o mesmo valor que dava às vítimas do nazismo. Foi isso que o ‘Arquipélago do Gulag’ tornou insuportável, a partir de então. De aí em diante, ninguém mais pôde dizer que não sabia, não tinha lido, não tinha adivinhado.

Sem saber o que fazer dele, o regime expulsou Soljenitsin da Rússia. Exilado, ele continuou o seu combate contra o sistema soviético, sem nunca se sentir atraído pelo capitalismo, que, tal como o comunismo, via como uma excrescência à alma eslava, importado do Ocidente para desgraçar a Rússia. Regressaria em 1994 para continuar, lúcido e obstinado, a trabalhar até ao último dia e morrer uma misericordiosa morte fulminante, após “uma vida difícil, mas feliz”, como a resumiu a sua mulher. Sozinho, contra toda a esperança, foi decisivo para mudar o destino de um país que atravessa oito fusos horários, de Vladivostock a Moscovo, e o destino do mundo. Dele, sim, se pode dizer que foi maior do que a vida.

P.S. - A quem possa interessar: há para aí um blogue cujo autor garante ser eu próprio. Não é: como já aqui expliquei, não faço, não alimento e não leio blogues. Terão, certamente, muitas vantagens e utilidades, mas eu não me habituo a viver em territórios onde vivem o anonimato, a calúnia, a usurpação de autorias e a impunidade.

A quem mais possa interessar: vou de férias quatro semanas.» [Expresso assinantes]

Parecer:

Por Miguel Sousa Tavares.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

XL

«O XL é um restaurante de referência em Lisboa frequentado pela classe política e economicamente destacada da nossa sociedade. A classe dirigente.

O XL fica a 50 metros da porta da Assembleia da República, a 50 metros da porta da residência oficial do primeiro-ministro de Portugal e fica a 100 metros de uma esquadra da PSP.

Qualquer cliente que se preze ao chegar ao XL sai do carro de elevado estatuto e entrega-o ao porteiro para o estacionar. Numa zona da cidade onde o parqueamento é difícil, os automóveis acumulam-se em segunda e terceira fila à vista da despreocupada clientela (a classe dirigente), do poder legislativo, do poder executivo e até à vista dos que são pagos para fiscalizar e sancionar o incumprimento da lei.

Imaginemos esta cena de estacionamento em terceira fila a 50 metros de Downing Street, ou da Casa Branca!

Este é um micro exemplo, mas que ilustra o que é a lei em Portugal.

Há, em alguns casos, uma sensação difusa sobre a lei e a sua aplicação. Porque é que se eu for trabalhar não posso estacionar em cima da relva na 2ª Circular, mas posso fazê-lo se for assistir a um jogo de futebol ou a um concerto de rock?

Por que é que nos admiramos aplaudindo quando alguém aplica a lei? Não é de esperar que uma autoridade faça cumprir a lei? Por que elogiamos a Direcção Geral dos Impostos quando ela faz o seu trabalho ao aplicar a lei e ao sancionar os prevaricadores?

Chegámos já a ter uma lei que não era para levar a sério em todos os locais, uma vez que se criaram zonas de ‘tolerância zero’! Faltou, na época, a tolerância 10%, 20% e até 100% como nos saldos.

Por vezes, a lei não é justa. É demasiado severa e não toma em conta as especificidades. Nessas ocasiões, dependendo da bonomia, temperança e estado de humor, o agente fiscalizador assume o papel de legislador e desconta aqui, fecha os olhos ali, compreende acolá. A lei sobre as actividades económicas é excessiva? Acusou-se a ASAE de a fazer cumprir…

Uma lei justa, aplicada com celeridade e equidade promove o desenvolvimento do país, atrai o investimento e estimula o espírito de iniciativa. Há mais a fazer do que diplomacia económica.
Como dizem os brasileiros “a gente bota na lei, se pegar pegou!” E pegou, cara?»
[Expresso assinantes]

Parecer:

Por Luís Duque.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

A IRRELEVÂNCIA CAVAQUISTA

«DESDE QUE o Presidente Cavaco foi eleito ainda não lhe ouvi uma palavra de jeito. O Presidente alinhava umas palavras em forma de discurso, soletra umas solenidades de circunstância, meia dúzia de lugares-comuns da sensatez e outras tantas banalidades, junta uma pitada de preocupação social e vago fervor patriótico, acrescenta umas generalidades institucionais e já está. Analistas políticos esparsos e à míngua de assunto e de política, desempregados de um regime sem ideologia, pragmático e material, que não pensa, não discute, não argumenta e apenas age e reage, tentam desesperados encontrar em Cavaco um pensamento, uma coerência ideológica ou, dada a necessidade de drama, uma ameaça.

Trabalhos ingratos porque Cavaco nada disto tem para dar. Nunca teve. A sua mediania coloca-o a salvo das grandes perplexidades contemporâneas e o seu desinteresse pela cultura política, ou outra, abrigam-no das interrogações que perturbaram Soares ou Sampaio, infinitamente mais cultos e mais cosmopolitas. Cavaco é o sucessor de Eanes sem a educação sociológica e histórica de Eanes. Ou seja, Eanes tornou-se um quase-intelectual com a passagem do tempo, e Cavaco permaneceu igual a si mesmo, modesto e frugal, limitado e deslocado, amarrado à âncora da sua ignorância. Cavaco detesta tempestades e mar largo, prefere porto seguro e águas calmas. Não seria o Presidente que eu quereria eleger, é o Presidente eleito. Tanto Manuel Alegre como Mário Soares teriam sido melhores Presidentes. Como dizem os cavaquistas conformados, Cavaco não tem mundo. O mal nem é este, o mal é que ele continua a não ter mundo. E o mundo não o tem a ele.

Daí os episódios paroquiais da viagem à Índia, com as queixas do «picante», ou as caricaturas de jornada onde Cavaco seja obrigado a descontrair e fazer humor. Não é o seu género. O seu género é a casa e a família, com umas incursões no país que ele genuinamente sente como seu, a seu modo. Um herói local. E um herói local incensado por um partido fundado por um homem forte e brilhante, Francisco Sá Carneiro. Um PSD que nunca encontrou substituto para o fundador e confundiu pequenas manifestações de autoritarismo e irritação com autoridade e carisma. O PSD inventou Cavaco: barões e intelectuais, bases e cúpulas, populistas e elitistas inventaram um chefe que foi rodar o carro à Figueira da Foz. Ele foi - de facto - rodar o carro à Figueira da Foz e o partido fez o resto. Faz lembrar um filme de Hal Ashby, adaptado de um romance de Jerzy Kozinsky, que conta a história de um homem simples e dado a pequenos aforismos, o jardineiro Mr. Chance, que ascende a Presidente dos Estados Unidos por um conjunto de circunstâncias. «Being There», ou «Bem-vindo Mr. Chance». É a obra-prima do grande Peter Sellers.

Passava-se aquilo num tempo em que Portugal e o mundo eram mais simples e da Europa escorria leite e mel. Cavaco administrou a fortuna misturando a parcimónia e o escrúpulo moral com a amoralidade e a rapina de negociantes políticos que ascenderam a milionários graças ao Estado. Foi um período de fartar vilanagem, e chegou para todos e para duas maiorias absolutas. O currículo académico de Cavaco, um economista mediano, ajudou-o num tempo em que começava o primado da economia sobre a política e em que o défice entrou no léxico nacional. Desígnio para o país Cavaco nunca teve, e plano para o famigerado «desenvolvimento» também não. Ninguém soube ou quis saber o que seria de Portugal daí a vinte anos porque a política portuguesa caracterizava-se pela miopia e o resultado eleitoral. O curto prazo. Pagamos hoje, duramente, as consequências desta ignorância. Sempre imaginei, academicamente, o que teria achado Sá Carneiro do seu sucessor.

O mundo entretanto mudou e o estatuto de Cavaco também. De primeiro-ministro activo passou a Presidente corta-fitas. É um lugar onde ele não faz o dano que faria como chefe do Executivo. As suas inexistências ontológicas continuam, com certa ternura, a mobilizar oráculos e análises com tanto rigor como a astrologia. Ler o desígnio de Cavaco é como ler o horóscopo. Interpretar o seu silêncio é como olhar para as estrelas. Um passatempo inofensivo que se tornou profissão. Os pequenos anúncios dos jornais estão cheios de sábios e professores que lêem o destino alheio. Inventaram a coabitação, como agora inventam o ódio. Nem Sócrates nem Cavaco têm a profundidade que os politólogos desocupados lhes querem atribuir. Embora Sócrates navegue em águas mais fundas que Cavaco. Por tudo isto, devo ser uma das pessoas que não sentiu irritação com o discurso de Cavaco sobre o estatuto político-administrativo dos Açores. É mais uma cena paroquial e uma anedota de Verão. Não estava à espera que ele fosse falar sobre o mundo complexo em que vivemos e vamos viver, com a perspicácia e a inteligência de um homem de Estado. Podemos tirar o rapaz de Boliqueime mas não podemos tirar Boliqueime do rapaz, dir-se-ia com crueldade. O Presidente Cavaco é um rapaz de Boliqueime e isso não é uma coisa boa. Nem má. É o que é. Num grande país europeu como a França, a Alemanha ou a Grã-Bretanha, Cavaco seria um apêndice, nunca um órgão político.» [Expresso assinantes]

Parecer:

Por Clara Ferreira Alves

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

FAZ O QUE EU DIGO...

«Um desfile em cuecas, em sinal de protesto, não está para já em cima da mesa. Mas em alternativa a greve de fome será decidida na próxima quinta-feira, dia 14. O porta-voz da Comissão de Trabalhadores da Câmara de Setúbal, Tolentino Sardo, afirmou ontem ao Correio da Manhã que está disponível para fazer greve de fome junto à autarquia liderada por Maria das Dores Meira (CDU).

No centro da polémica está a transferência de funcionários de serviços dentro da Câmara e o sistema de avaliação dos funcionários.Aautarquia tem garantido queoprocessode mobilidade interna é pacífico, mas o porta-voz daComissãodeTrabalhadoresdiscorda.AComissão, aliás, emitiu um comunicado no dia 21 de Julho, acusando a autarquia de "terrorismo psicológico".» [Correio da Manhã]

Parecer:

É curioso como aquilo que a empresária comunista da autarquia de Setúbal quer fazer é condenável pelo PCP se for Sócrates a implementar.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Questione-se o avô Boca Doce sobre os critérios do seu partido.»

FUNDAÇÃO DO PSD METEU A MÃO NAS VERBAS DA FORMAÇÃO

«A Fundação Social-Democrata Oliveira Martins, ligada ao PSD, foi condenada a devolver ao Estado cerca de 80 mil euros, num processo relacionado com fundos comunitários.

O presidente do conselho de administração da Fundação - e seu fundador - é Rui Machete, que no último congresso do PSD regressou à actividade partidária, pela mão de Manuela Ferreira Leite, sendo agora presidente da mesa do congresso. O processo já decorre pelo menos desde 1997.» [Diário de Notícias]

Parecer:

E o presidente da Fundação é um velho amigo de Cavaco.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Rui Machete do que está à espera para devolver o dinheiro.»

CGTP/PCP SERVEM-SE E ABUSAM DOS TRABALHADORES

«Disse-lhes que tinha accionado um processo judicial, mas afinal não tratara de nada. As trabalhadoras acusam a central sindical de as usar como tropa de choque para manter a agitação. A intervenção de um advogado desmontou o ‘esquema’ e permitiu às operárias regressarem a casa.

Em simultâneo, Franclim Ferreira, um advogado estranho ao sindicato informou-as que uma simples providência cautelar de arresto teria feito com que fossem para casa em dois ou três dias.

«Há mulheres com filhos pequenos que estiveram aqui semanas sem condições nenhumas. Isto é uma vergonha. Sentimo-nos enganadas. Penso que daria jeito ao sindicato que a gente estivesse ali» , disse ao SOL Rosa Gomes. » [Sol]

Parecer:

Esta notícia só prova aquilo que aqui se tem defendido, que para a CGTP os objectivos políticos do PCP e do avô Boca Doce estão acima dos mais elementares interesses e direitos dos trabalhadores.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Solicite-se um comentário a Carvalho da Silva, se é que o avô Boca Doce o autorizou a fazer comentários sobre este assunto.»

TÍTULO 19

«O Presidente da República partiu para férias com mais de uma vintena de diplomas na bagagem, alguns dos quais susceptíveis de gerar dúvidas sobre a sua conformidade constitucional. Os casos mais críticos são os respeitantes ao Regime do Contrato de Trabalho em Funções Públicas e a Lei da Segurança Interna, a confirmarem-se os receios do próprio Partido Socialista. Apesar de continuarem a defender a solidez da redacção aprovada na Assembleia da República, há na bancada rosa quem admita que a força cruzada dos argumentos da oposição política e social possa encontrar eco junto do Presidente. O PSD que gostaria de ver as duas leis travadas em Belém, admite maiores fragilidades no Contrato de Trabalho da Função Pública até porque este diploma fica na prática ‘prisioneiro’ das soluções jurídicas que vierem a ser consagradas no novo Código do Trabalho. Pelo contrário, a ‘mal-amada’ lei de Segurança Interna poderá afinal não encontrar obstáculos em Belém. Segundo fontes próximas do Palácio, o Presidente até nem será desfavorável à contestada tese da concentração de poderes de direcção policial num único funcionário. Se tal acontecer, Cavaco Silva encontrará em Jorge Bacelar Gouveia, um professor de Direito ligado ao PSD, mas independente da direcção partidária, um apoiante. E nem mesmo Marcelo Rebelo de Sousa acredita na existência de fundamentos sólidos para um veto presidencial ou para uma fiscalização preventiva da constitucionalidade. Diferente é a sua opinião a respeito da Lei de Organização e Funcionamento dos Tribunais Judiciais, vulgo mapa judiciário, que levou à ruptura do Pacto de Justiça, uma iniciativa apadrinhada pelo próprio Presidente da República. Marcelo acredita que Cavaco Silva poderá recusar a promulgação, caso o diploma apresente falhas técnicas. Fontes da bancada social-democrata acreditam que a forma ‘descuidada’ como a lei subscrita pelo PS foi redigida constitui um convite à suspeita de inconstitucionalidade. No mesmo sentido se inclinam os sociais-democratas quando analisam o Conselho de Prevenção da Corrupção, uma avaliação que segue a par e passo as posições de João Cravinho. Recorde-se que o ex-deputado socialista tem criticado a ‘‘excessiva’’ dependência do novo órgão em relação ao poder político, sobretudo devido ao envolvimento do Tribunal de Contas, aspecto da lei que os especialistas entendem poder ser contestado em sede de apreciação da constitucionalidade.» [EExpresso assinantes]

Parecer:

Não é difícil de perceber que Cavaco Silva agora que é presidente já imagina a possibilidade de acumular com as funções de primeiro-ministro, colocando uma ajudante de campo no cargo. Afinal de contas, Manuela Ferreira Leite sempre foi uma modesta ajudante de Cavaco Silva.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Cavaco Silva se já combinou com Ferreira Leite quais os vetos que vai adoptar e quem os divulga em primeira mão.»

PND GOZA COM FÉRIAS DOS DEPUTADOS MADEIRENSES

«Na semana passada, o deputado do PND José Manuel Coelho, com um largo sorriso estampado no rosto, esteve deitado numa espreguiçadeira à porta da Assembleia Regional, e não dispensou a camisa havaiana, os óculos de sol, o chapéu, nem mesmo o cocktail com palhinha e ‘sombrero’. Quem passava não ficava indiferente. E o objectivo era esse mesmo: o de alertar a opinião pública para o que ele considera ser o “longo período de férias dos deputados” que interrompe os trabalhos durante dois meses no Verão.» [Expresso assinantes]

Parecer:

Aqui em Lisboa poderia ser instalada uam esplanada em São Bento.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Tenha-se consideração com os deputados madeirenses, só de abanarem a cabeça a dizer sim a Alberto vão ter que se reformar por doença profissional, hérnias discais no pescoço.»

O JUMENTO NOS OUTROS BLOGUES

  1. "A Minha Matilde & Cª." e a "Colheita 63" sugerem o post dedicado aos jogos olímpicos.
  2. O "Largo das Alterações" também é a favor dos prémios ao mérito no ensino secundário.
  3. O "Café Margoso" pede uma legenda para uma imagem aqui divulgada.

IGOR VOLGIN

WRANGLER