domingo, setembro 28, 2008

Semanada


Manuela Ferreira Leite reapareceu numa semana agitada para fazer uma importante declaração política, acusou o PS de ser masoquista por insistir em perguntar-lhe por ideias e projectos. Só que não reparou que não deve ser só o PS a questionar-se porque razão Manuela Ferreira Leite quer chegar a primeira-ministra sem dizer o que vai fazer, limitando-se a escrever e dizer o que Pacheco Pereira lhe sugere. Eu até já pensei se devia ir tratar-me a um psicólogo ou dedicar-me aos cabedais.

Curiosamente Manuela Ferreira Leite até tinha bons motivos para chamar masoquista a Sócrates, é preciso sê-lo para andar por esse país a distribuir computadores pelos putos enquanto o trabalho se acumula na sua secretária.

Quem também anda a atormentar-se com autoflagelações é o Pacheco Pereira que andou a semana a desancar no Magalhães, primeiro porque o Magalhães andou na enganar –nos e não é português, é um mestiço de muitas nacionalidades, depois embirrou com a RTP porque a estação de televisão deu demasiada importância e destaque ao Magalhães, por fim vei manifestar as suas interrogações sobre as vantagens pedagógicas do Magalhães. Só resta esperar que para a semana se lembre de questionar a cor do Magalhães, ainda vai sugerir que aquela cor azul lhe dá um ar de Viagra do Governo.

Quem também deve andar com um pé no galho nestas coisa do masoquismo é o Marques Mendes, depois de ter prometido deixar a política veio lançar um livro com uma mega operação que ocupou a comunicação social durante uma semana, em poucos dias chamou mais a atenção do que enquanto foi líder do PSD. Para quem não quer (não quererá mesmo?) substituir Ferreira Leite acabou por dar uma lição de boa política à líder e ofereceu-lhe um livro de ideias a ela que acha que a sua ausência estimula o masoquismo alheio.

Quem também deve ser masoquista é Pedro Santana Lopes que à volta com um processo quer voltar a ser candidato a Lisboa e, como se isso não bastasse, aguarda uma conversa com Manuela Ferreira Leite, precisamente quem mais o combateu e que, por fim, o substituiu no cargo de líder parlamentar. Enfim, vai ser uma reunião entre a má moeda e uma antiga moeda de colecção.

Outro que também deve ter tendência para o masoquismo é o inspector-geral da ASAE, depois de ter caído no descrédito, quase fechando o governo depois de ter fechado tudo quanto conseguiu, tem vindo a aparecer aos poucos, agora com intervenções onde tenta recuperar a imagem de protector da saúde dos cidadãos. A última vez que voltou a aparecer na comunicação social foi por causa dos produtos lácteos chineses, agora é só esperar que se anime e vá fechar o que não fechou na primeira fase, talvez seja desta que o masoquismo tenha como consequência a sua demissão.

Valentim Loureiro também se revelou uma masoquista por obrigação de cidadania, está todo contente por ir a julgamento esclarecer que é inocente no negócio dos terrenos que foram comprados por um milhão para uns tempos mais tardes serem vendidos a cinco milhões. Coitado do homem, atendeu a senhora que queria vender os terrenos à CML, não lhe foi possível fazer a boa acção e acabou embrulhado num negócio de empresários lá da terra, que por coincidência são familiares ou amigos próximos. É caso para dizer que é preciso ser masoquista para se ir para autarca.

Para terminar, veio João Salgueiro, presidente da Associação dos Bancos, concluir que os portugueses são mesmo masoquistas, mesmo tesos endividam-se até à medula, recorrem aos bancos para tudo, desde férias a iPhone para o filho. Vítimas do masoquismo bancário dos tugas os nossos banqueiros sacrificam-se, fazem das tripas coração para conseguirem emprestar todo o dinheiro que os clientes lhes pedem.