terça-feira, setembro 30, 2008

O "Óptimo de Parente"


Agora que tanto se fala da mão invisível de Adam Smith faz também sentido lembrar o princípio do “óptimo de Pareto”. Não é que a nossa economia não nos dê muitos bons exemplos da actuação da “mão invisível” agora tão na moda graças ao esforço que Pacheco Pereira tem feito para encontrar fundamentação ideológico para o vazio criado por Manuela Ferreira Leite. Se há economia onde a “mão invisível” está sempre presente é precisamente a nossa, graças a essa mãozinha Belmiro enriqueceu de forma exponencial, Dias Loureiro e Oliveira e Costa tornaram-se banqueiros, o filho de Jardim Gonçalves teve acesso livre ao crédito e muito boa gente vive em casas da Câmara Municipal de Lisboa.

Igualmente importante na fundamentação dos marginalistas é o famoso “óptimo de Pareto” que assegura que “o aumento do bem-estar total recorre nas condições em que alguns melhoram o seu bem estar, sem que ao mesmo tempo, ninguém fique pior”.

Talvez seja tempo de aumentar a nossa auto-estima e afirmar que a nossa economia é um sucesso ainda que não respeite princípio nenhum, apesar disso cresce, já foi um modelo de sucesso, já foi um oásis e agora prepara-se para novas circum-navegações graças ao Magalhães, que já aportou a terras de Chavez.

Se o Marquês Vilfredo Frederico Damaso Pareto estabeleceu um princípio que explica como a economia deixa todos satisfeitos, ficando conhecido como o “óptimo de Pareto”, nós portugueses demos ao mundo um novo princípio de sucesso, capaz de optimizar a distribuição dos bens, é o “óptimo do Parente”.

O caso das casas da Câmara Municipal de Lisboa é um bom exemplo do funcionamento do princípio do “Óptimo do Parente”, em vez de ser o mercado ou regulamentos complexos a distribuírem as casas tudo se resolve de forma eficaz com a intervenção de um “parente”. Se a casa for modesta, algures no Bairro do Castelo é o motorista do vereador que tem um parente a quem a casa daria um grande jeito, se a casa for um Tn na Rua do Salitre ou nas avenidas novas o motorista percebe que é demais para os amigos e é um qualquer vereador, assessor de uma jota ou director que indica um parente a quem o apartamento caia que nem ginjas por uma renda de cento e tal euros. Mais tarde o mesmo parente manifesta o interesse em adquiri o apartamento, coisa que se resolve com dez ou quinze mil euros. Imagine-se a burocracia que se poupa, o dinheiro que os cidadãos não terão de pagar em autárquica e taxas de esgoto, tudo graças às poupanças conseguidas graças ao funcionamento do princípio do “Óptimo do Parente”.

São raros os negócios ou decisões económicas que não comprovem o funcionamento do princípio do “Óptimo de Parente”, desde o cidadão que vai comprar um automóvel a um stand indicado por um parente, aos investimentos em obras públicas que são adjudicadas a empresas onde há sempre um parente tudo passa pela intervenção de parentes. É por isso que parentes como Jorge Coelho e muitos outros encontram sempre cargos de administradores, para que o princípio funcione com eficácia é necessária a presença de parentes que assegurem uma decisão rápida e eficaz dos mercados.

Nem mesmo o mundo da política escapa à intervenção invisível do “Óptimo de Parente”, até se fala de “famílias políticas” e dentro de cada família os políticos são ordenados segundo grau de parentesco. Por exemplo, quando Menezes liderava o PSD o Pacheco Pereira era um primo afastado, agora que a liderança pertence a Ferreira Leite é tratado como primo-irmão. Dentro em breve teremos mais um bom exemplo do funcionamento do princípio, os candidatos a deputado pelos diversos partidos serão ordenados segundo o grau de parentesco.

Umas no cravo e outras tantas na ferradura

FOTO JUMENTO

Viajando no Eléctrico n.º 28, Lisboa

IMAGEM DO DIA

[A. Garofalo/reuters]

«Le comédien britannique Sasha Baron Cohen envahit le défilé de la créatrice Agatha Ruiz de la Prada lors de la fashion week milanaise, le 26 septembre 2008. » [20 Minutes]

JUMENTO DO DIA

Jerónimo de Sousa

A um ano das eleições Jerónimo de Sousa decidiu ameaçar o PS procurando inibi-lo de gestos eleitoralistas. Seria um gesto nobre se Jerónimo de Sousa não tivesse passado mais de três anos a conferir as promessas eleitorais e a criticar tudo o que o governo fez. Na opinião de Jerónimo de Sousa o PS nem deveria fazer campanha eleitoral, caber-lhe-ia a si avaliar o Governo.

VEREADORA DA CML EXPLICOU-SE

«Precisando os factos, a vereadora que agora tutela os Pelouros da Habitação e da Acção Social referiu ter firmado um contrato de arrendamento com a Câmara, nos termos legais, em 1987 (quando Nuno Krus Abecassis era presidente da autarquia e geria os fogos entregues por privados), sobre um fogo de habitação, em moldes normais e não em regime de habitação social. Sara Brito informou que existiu desde então uma relação normal de senhorio-inquilino, com actualização anual de renda, nos termos legais, até ao momento em que, em 2007, foi eleita para a Câmara e passou a ter responsabilidades na área da Habitação, que inclui, para além da Habitação Social, o restante património habitacional disperso do Município. Assim, "entendendo que não podia ser senhoria de mim própria, por razões éticas e de consciência, entendi que não podia continuar naquela casa, saí e entreguei as chaves".» [CML]

Não se entende proque razão a CML tem milhares de fogos em Lisboa, assumindo sem qualquer vocação o papel de maiori senhorio da capital. Não cabe à câmara o papel de segurança social e muito menos de senhorio incompetente, a única solução está em vender este imenso património inútil e oneroso.

UM APELO DO INSTITUTO DE APOIO À CRIANÇA

«O Instituto de Apoio à Criança e a Child Focus (Bélgica) dirigem-se aos cidadãos portugueses para que nos ajudem a encontrar 3 meninas Belgas, desaparecidas de Antuérpia no início de Janeiro de 2008.

As meninas foram trazidas pelo seu pai para Portugal contra a sua vontade e da sua mãe.

É provável que se desloquem numa carrinha Peugeot Partner branca com a matrícula XXH-802, ou numa auto-caravana com a matrícula YBE-688. Como meio de subsistência, o pai dedica-se á mendicidade com as crianças, tocando um realejo em locais públicos.»

OS CENTROS DE DECISÃO REVISITADOS

«Falando da missão da Caixa Geral de Depósitos enquanto banco do Estado, o seu presidente, Faria de Oliveira, incluiu nela a defesa estratégica dos centros nacionais de decisão empresarial, através da participação no capital de algumas empresas (entrevista ao PÚBLICO e à Renascença no programa Diga lá, Excelência do passado dia 21). Aliás, e antes de mais, a CGD pertencer ao Estado permite que se mantenha no país o seu centro de decisão.

Por esse motivo defendi a permanência na órbita do Estado da CGD, o principal banco português, quando há anos se debateu a importância de manter entre nós centros de decisão empresariais. Outros tipos de intervenção estatal nas empresas, como as golden shares (que o Estado português detém na PT e na EDP, por exemplo), ou outras formas de protecção mais ou menos disfarçada por um alegado interesse nacional, em regra apenas fomentam a promiscuidade entre os negócios e a política. Além de que a batota é contraproducente, pois uma empresa amparada pelo Estado dificilmente se torna competitiva.

Há seis anos um grupo de empresários, gestores e economistas manifestou preocupação quanto à saída de Portugal de centros empresariais de decisão, em resultado da compra por estrangeiros de empresas nacionais. Foi o "manifesto dos quarenta". Curiosamente, António Borges, subscritor do manifesto e agora vice-presidente do PSD, propôs há semanas a privatização da CGD. O que, a concretizar-se, iria abrir a porta à sua compra por estrangeiros.

É verdade que a coerência não parece ter sido o timbre desta iniciativa. Passado pouco tempo, vários empresários subscritores do documento venderam empresas suas a estrangeiros (Soponata, Somague, Banco Nacional de Crédito Imobiliário, etc.).

A questão, de resto, tinha vindo a lume antes, quando em 1999 António Champalimaud vendeu aos espanhóis do Santander o Banco Totta, que supostamente havia adquirido para que ficasse em mãos nacionais. Numerosas vozes se ouviram, então, contra a venda de empresas portuguesas a estrangeiros - sobretudo a espanhóis. Estes, dizia-se, iriam conseguir pela via económica aquilo que ao longo de séculos não tinham obtido pela via militar, a conquista de Portugal. E não faltaram personalidades para considerar que, sem as principais empresas em mãos portuguesas, deixaria de ter sentido uma estratégia nacional, se não mesmo a própria ideia de país.

Fui e sou crítico dessa espécie de "marxismo empresarial", que considera a esfera económica como a instância decisiva da realidade, desvalorizando a política. E levantei objecções ao "manifesto dos quarenta", que me pareceu sobretudo um apelo proteccionista sob a capa do patriotismo económico.

Não vou reabrir aqui a polémica. Apenas estranho o silêncio quase geral dos subscritores do manifesto, quando agora assistimos à tomada de posição em empresas nacionais por parte de entidades que são braços de governos estrangeiros, agindo segundo as lógicas políticas desses governos. Entidades comparáveis aos chamados fundos soberanos, isto é, fundos estatais, sobretudo de países que estão a ganhar muito dinheiro com a alta do petróleo e do gás natural. É o caso da Sonangol, por exemplo. E poderá vir a acontecer com a russa Gazprom.

Eu sei que hoje os tempos são outros e que o acesso ao crédito é muito mais difícil e caro do que há seis anos, o que torna mais apetecível o dinheiro estrangeiro. Vários bancos americanos e europeus foram salvos da bancarrota graças a entradas de capital investido por fundos soberanos. Dá jeito o dinheiro, ainda que não se saiba qual o preço político a pagar no futuro.

Simplesmente, bem mais preocupante do que a compra de empresas nacionais por estrangeiros agindo segundo uma lógica de mercado é a tomada de centros nacionais de decisão por entidades que actuam de acordo com estratégias políticas de outros Estados. Ou que, pelo menos, são tão pouco transparentes que parece prudente presumir que o fazem.É o que se passa com a angolana Sonangol (que não publica relatório e contas) e a russa Gazprom. Recordo que, há meses, o representante da Sonangol se anunciou como o "patrão" da Galp. E a Sonangol tornou-se entretanto no maior accionista do BCP. Mas o assunto não parece preocupar quem tanto se afligiu com meras operações de mercado.» [Público assinantes]

Parecer:

Por Francisco Sarsfield Cabral.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

DESTA VEZ O ALBERTO PERDEU

«O presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, foi esta segunda-feira condenado pelo Tribunal Judicial do Funchal a pagar uma indemnização de 20 mil euros à eurodeputada Edite Estrela.» [Correio da Manhã]

Parecer:

Quem não gostaria de ganhar vinte mil à conta do Alberto?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao Alberto se não quer ofender o palheiro.»

ESQUECERAM-SE DO REGULAMENTO

«Desde 2006 que a Câmara Municipal de Lisboa tem pronto um regulamento geral de atribuição de casas para efeitos sociais aproveitando o vasto património disperso da autarquia (que rondará as 3200 habitações, segundo noticiou o Expresso). A autoria do documento pertence a Maria José Nogueira Pinto, vereadora na CML entre 2005 e 2007, sob a presidência de Carmona Rodrigues, independente eleito encabeçando uma lista do PSD.» [Diário de Notícias]

Parecer:

É incrível que uma CML tenha milhares de fogos para distribuir sem regras e critérios.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Venda-se o património.»

ALBERTO TENTA COMPRAR VOTOS COM AREIA DE MARROCOS

«Se se confirmarem as previsões do Instituto de Meteorologia, Alberto João Jardim preside hoje a mais uma inauguração na Madeira, sob céu muito nublado e aguaceiros fracos com pequena descida de temperatura. São condições climatéricas pouco adequadas à abertura de uma praia artificial de areia branca, já no fim da época balnear e sem quaisquer instalações de apoio aos banhistas, mas é isso que vai acontecer para "satisfazer a população" de um concelho que até aos dois últimos mandatos escapou ao controlo do PSD-Madeira, o Machico.» [Público assinantes]

Parecer:

Se a moda pega não vão faltar praias de areia branca.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao Alberto se também vai instalar pistas de neve.»

A PORTNOGRAFIA MELHORA O SÉMEN

«Mirar imágenes pornográficas de hombres y mujeres juntos puede aumentar la calidad del esperma de un hombre. Al menos eso es lo que se deprende de un estudio dirigido por Leigh Simmons, profesor de Biología Evolutiva de la Universidad de Australia Occidental.

Según dicho estudio, el efecto no es el mismo si en las imágenes aparecen varias mujeres o si por el contrario sólo se ve a una. » [20 Minutos]

O JUMENTO NOS OUTROS BLOGUES

  1. O "Café Margoso" pescou u8m artigo de Miguel Sousa Tavares.
  2. O "Agora Blogo Eu" ficou preocupado por JPP andar a autoflagelar-se com o Magalhães.
  3. O "Não há mal que não se cure" também acha que MFL está dependente do discurso de JPP.

O PASSEIO CHINÊS NO ESPAÇO

Já estou a ver os astronautas da Estação Espacial Internacional a irem às compras a uma loja chinesa.

SASCHA HUETTENHAIN

INNOCENTE DRINKS

segunda-feira, setembro 29, 2008

Leite tóxico


Para desgosto dos liberais os governos concluíram que a “mão invisível” de Adam Smith devia ficar no bolso enquanto é o dinheiro dos contribuintes a salvar bancos e companhias de seguros do risco de bancarrota. Primeiros foram os EUA e agora é a Bélgica a nacionalizar parcialmente a companhia de seguros Fortis.

Mas se desta vez Adam Smith viu a sua “mão invisível” ficar no bolso ou, melhor ainda, ir ao bolso dos contribuintes, Karl Marx e Engels também não ficaram a rir, ainda não foi desta que o seu materialismo histórico e dialéctico levou a melhor, teremos que esperar por outra crise para ver se é dessa que o descalabro do capitalismo nos conduz ao paraíso.

Quem se deve estar a divertir com a situação são os membros da direcção do PC Chinês, enquanto Bush convencia o Congresso a recorrer ao dinheiro dos contribuintes para salvar os seus bancos na China um taiconauta divertia-se a passear no espaço. O taiconauta pode passear tranquilamente porque os dinheiros chineses investidos nos produtos tóxicos da bolsa de Nova Iorque serão salvos por uma manobra comunista de George Bush.

O confronto ideológico ficou por um empate, sobreviveu o capitalismo e ganhou o comunismo, o capitalismo escapou-se ao resultado determinístico do materialismo histórico e dialéctico, o comunismo porque o dinheiro poupado graças ao esforço árduo de uma imensidão de heróis do trabalho vai ser reposto pelos contribuintes norte-americanos.

Dentro em breve teremos outro confronto, os chineses já estão a juntar mais dinheiro para investir na bolsa, até produziram leite tóxico só para conseguirem melhores resultados financeiros. Não nos admiraremos se daqui a uns tempos se descobrir que os administradores dos bancos de investimento americanos inventaram novos produtos tóxicos para dar saída aos lucros que os chineses obtiveram com o leite tóxico.

Enfim, nem Adam Smith nem Karl Marx e Engels poderiam ter adivinhado uma coisa destas.

Umas no cravo e outras tantas na ferradura

FOTO JUMENTO

Pardal Comum (Passer domesticus) numa esplanada do Parque das Nações

IMAGEM DO DIA

[A. Deminachuk - Reuters]

«Une adolescente russe ajuste le béret de son uniforme dans le reflet de son téléphone portable, St Petersbourg, le 26 septembre 2008. » [20 Minutes]

JUMENTO DO DIA

Ana Sara Brito

Como poderá Ana Sara Brito, vereadora da CML, explicar que durante muitos anos teve uma casa da câmara na rua do Salitre pagando uma renda de 146 euros mensais? Estou ansioso por ouvir as explicações, tão ansioso que até acho que já deveriam ter sido dadas e se fossem insuficientes deveriam ter vindo acompanhadas de um pedido de demissão.

PEQUENOS FAVORES

«Por mais que se mude, não se mudam os portugueses. Vem isto a propósito do novo "escândalo" da Câmara de Lisboa. Parece que, desde o começo do regime, a Câmara de Lisboa resolveu (por razões que excedem o entendimento) "atribuir" casas a quem lhe apetece. Até agora já "atribuiu" de 3200, com uma renda média de 35 euros. Pedro Feist, vereador de Aquilino Ribeiro Machado a Carmona Rodrigues, não vê nada de extraordinário nisto: é uma "realidade histórica", explica ele, como se a duração do abuso o justificasse. Ele mesmo "meteu uma cunha" ao "seu colega da habitação" para um motorista que morava na Curraleira e acha a coisa "perfeitamente humana". Toda a gente, de resto, fazia o mesmo, com a mais tranquila consciência. A título de caridade oficial ou particular.

Amigos da vida ou do partido, artistas, jornalistas, família, família de família, protegidos desta ou daquela personagem política, que não convinha directa ou indirectamente ofender ou era conveniente afagar iam à câmara "pedir" e a câmara dava. Dava, com generosidade e simpatia, património público. Não havia regras. Quem apanhava, apanhava; e quem não apanhava que fosse bater a outra porta. A câmara, no seu desinteresse, nem sabe ao certo quantas casas tinha (ou tem) na "bolsa" com que alimentava, e alimenta, o arbítrio e o compadrio. Existe um estudo que ela própria encomendou, mas que nunca pagou e nunca leu. Preferiu com certeza a fluidez da ignorância. A ignorância permite que o primo da cunhada do sr. dr. ou o meritório jornalista Norberto recebam um T1 em Benfica, discretamente, sem questões, nem ruído. Uma lista torna o exercício mais nítido e polémico.

De qualquer maneira, o que principalmente espanta neste episódio é inocência da autoridade. Uma inocência genuína e profunda. Que um funcionário (eleito ou não eleito) distribua como quem distribui uma mercê propriedade da câmara, ou seja, do contribuinte, não perturba a cabeça de ninguém. Então um favorzinho, que não custa nada, é agora um crime? Os portugueses sempre se trataram assim: com um "jeitinho" aqui em troca de um "jeitinho" ali. E a administração do Estado fervilha de grupinhos de influência e de pressão que promovem, despromovem, transferem e demitem - e vão, muito respeitosamente, ganhando o seu dinheirinho por fora, com uma assinatura e um carimbo. Ética de serviço? Quem ouviu falar nisso? » [Público assinantes]

Parecer:

Por Vasco Pulido Valente.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

MANUELA FERREIRA LEITE RENOVADA

«Manuela Ferreira Leite disse que, se houver "um mínimo de bom senso", o Governo não deixará de aceitar a proposta feita esta semana pelo PSD no Parlamento, para que o pagamento do IVA pelas empresas seja feito não no momento da entrega da factura mas no momento do pagamento.» [Diário de Notícias]

Parecer:

É pena que quando foi ministra das Finanças Manuela Ferreira Leite não tenha adoptado as medidas que agora propõe, nem se tenha preocupado com as PME.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a MFL porque não adoptou as medidas que propõe ao PS, tinha feito um brilharete.»

AUMENTAM OS LEILÕES DE CASAS

«A esmagadora maioria das muitas centenas de imóveis que este ano já foram "à praça" pertencem a bancos, que se vêem confrontados com uma subida dos casos de incumprimento. Divórcios, orçamentos pura e simplesmente mal geridos (que desembocaram em situações de sobreendividamento), desemprego e subida das taxas de juro são os factores que estão a contribuir para que muitas famílias tenham deixado de conseguir pagar a prestação do empréstimo e desistido de vender a casa pelos próprios meios. A dação da casa em pagamento ao banco é uma solução que evita o recurso aos tribunais.

A tipologia dos imóveis que surge nos leilões espelha, também, esta realidade. "O mais comum são apartamentos T2 nas zonas à volta de Lisboa e do Porto", adianta a responsável da Luso-Roux. Ou seja, casas compradas por pessoas com pouca liquidez e em locais onde a oferta é tão vasta que não têm procura, se vendidas no mercado imobiliário habitual. É também por isto que dentro das cidades de Lisboa e Porto se vêem muitos anúncios de casa para venda, mas poucas surgem nos catálogos dos leilões. "Trata-se, por regra, de pessoas que já estão com dificuldade em manter aquela casa, mas ainda têm capacidade para tentarem vende-la pelos seus próprios meios", precisa Ana Luísa Ferro.» [Jornal de Notícias]

Parecer:

JPP diria que é a mão invisível.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»

UMA PIADA NOVA DE MANUELA FERREIRA LEITE

«Manuela Ferreira Leite acusou o PS de estar a governar "por anúncios" e até já "chegou ao extremo de anunciar que vai anunciar". Uma forma "original", admite a líder do PSD, mas que no seu entender "compete à oposição".

A presidente do PSD, que encerrou ontem em Santarém as jornadas nacionais dos Trabalhadores Sociais Democratas (TSD), admitiu que "o país não está habituado" a esta "verdadeira originalidade". "É às oposições que compete os anúncios e não ao Governo", disse Ferreira Leite, lembrando que no país, e em véspera de eleições "os governos costumam apresentar obra e inaugurá-la". O PS "não pode falar de obra, porque senão teria de mostrar as estatísticas, que são um desastre".» [Jornal de Notícias]

Parecer:

Estas piadas são mesmo do género das de Pacheco Pereira.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a MFL se é o JPP que lhe está dando as dicas.»

ANA SARA BRITO VAI EXPLICAR-SE

«A vereadora da Acção Social, a socialista Ana Sara Brito, habitou numa dessas casas durante 20 anos, revelou esta semana o Diário de Notícias, a troco de 146 euros mensais. O apartamento em questão situa-se na Rua do Salitre, no centro da cidade, e a autarca só devolveu a sua chave à câmara no final do ano passado, meses depois de tomar posse como vereadora.

Ana Sara Brito promete quebrar amanhã o silêncio que tem mantido sobre a questão, dando finalmente explicações sobre o caso. Sob suspeita está também a atribuição pela câmara de perto de quatro mil fogos, o chamado património disperso do município, que se situa fora dos bairros sociais. A falta de critérios claros de atribuição destas casas permitiu a sua entrega a pessoas que delas não necessitavam. Além disso, não há garantia de que mesmo os milhares de fogos dos bairros sociais sejam todos habitados por aqueles que mais necessitam: "Também vivem lá pessoas com rendimentos muito superiores aos estipulados", observa a ex-vereadora Maria José Nogueira Pinto, que tentou, sem sucesso, alterar os regulamentos de atribuição de casas. "Há quem venda a chave do fogo que lhe foi atribuído."» [Público assinantes]

Parecer:

Já o devia ter feito.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Ofereça-se uam esferográfica BIC à vereadora, pode ser que precise de uma para assinar a carta de demissão.»

O JUMENTO NOS OUTROS BLOGUES

  1. O "Despistagens" gostou da escolha de Pacheco Pereira para Jumento do Dia.
  2. O "República das Opiniões" acha que esta notícia devia ter vindo parar a'O Jumento. Escapou.
  3. A "Alma da Flor" decidiu redistribuir o prémio "blog de ouro" pelo Jumento. Obrigado.

NA "BARBEARIA DO SENHOR LUÍS"

A colaboradora da semana foi a Ug Cjavezytta:

«Ug Chavezytta é a nossa colaboradora internacional mais aficionada da técnica do lambe-botismo. É ela quem mais se deixa seduzir na barbearia universal pelo fetiche e pratica-o de saltos altos e esporas, de preferência montada no flanco de quem a deifica e a considera a mais boa de todas as besuntadas de vaselina petrolífera.

Ug adora que lhe digam que ela governa exemplarmente e sempre que o fazem ela consegue espasmos delirantes. Os clientes, quanto mais lhe lambem as botas vermelhas mais clímax atingem por cada afogueamento da espora do calcanhar.

Chavezytta é democrática de gema e fantasia conseguir encontrar na Europa par que a excite nos seus fetiches.

Traz-nos imensos lucros. É uma valiosa colaboradora desta casa.»

Que maldade...

NO "ÁGUA LISA"

O post "A treinarem para o 'bom socialismo':

Nas Teses do PCP para o XVIII Congresso, sobre Propaganda, incentiva-se:

“A valorização e desenvolvimento da presença do Partido na Internet, potenciando os meios existentes e a sua crescente massificação e tomando novas iniciativas” (ponto 4.9.4.6.)

Mas respeitando:

“a recusa de que os seus membros expressem publicamente opiniões contrárias à orientação do Partido” (ponto 4.3.3.4.)

Então, os bloggers que sejam militantes do PCP, os da espécie de bloggers auto-censurados, o que podem exprimir nos seus blogues? Reproduzir comunicados do PCP? Noticiar comícios, festas e manifestações do PCP? Citar o “Avante”? Copiar os discursos de Jerónimo de Sousa?

Ao fim e ao cabo, batendo certo, o mesmo que se permite na China, em Cuba e na Coreia do Norte, os regimes apontados nas mesmas Teses como sendo os do "bom socialismo".

SIM4NEE

A DIFERENÇA ENTRE AS CRISES DE 1929 E DE 2008

FEDERAL MINISTRY OF THE INTERIOR (Alemanha)