quarta-feira, janeiro 14, 2009

O partido de Manuel Alegre


De uma forma ou de outra Manuel Alegre vai ter o seu partido, se não o criar vai querer que a sua corrente de opinião tenha representação parlamentar. É isso que Manuel Alegre insinua quando diz que tem uma quota na maioria absoluta de Sócrates, afirmação ridícula já que Alegre nunca disse que tinha a mesma quota quando o PS ficou em minoria absoluta.

Para Alegre e os seus admiradores é bem mais cómodo ter um pequeno grupo parlamentar dentro do grupo parlamentar do PS do que criar o seu pequeno partido e ir disputar os votos do PS, do BE ou do PCP, correndo o risco de ser humilhado e ainda ficar empenhado para pagar as dívidas da campanha eleitoral. É mais fácil e mais barato exigir de Sócrates lugares de deputados correspondente à sua quota na maioria absoluta, medindo esta quota com base na sua representação eleitoral imaginária em vez de ir a votos no congresso do PS. Alegre está convencido de que vale mais no eleitorado do que no seu partido.

A afirmação de que não quer uma discussão de mercearia, que não estão em causa lugares, apenas serve para defender a sua própria imagem, Alegre sabe muito bem que a melhor forma de se assegurar de que o PS obedece aos seus princípios é contar com um grupo de deputados que retire a maioria absoluta a Sócrates. Se agora faz a chantagem a que temos assistido, não é difícil de adivinhar o que sucederá se tudo no parlamento depender da opinião errática de Manuela Alegre.

Seria muito interessante ver Sócrates a governar com uma maioria abosluta dependente do votos dos deputados do mini grupo parlamentar de Manuel Alegre com este a fazer reuniões de convergência da “esquerda” com o Bloco de Esquerda onde se decidiria o que esses deputados iriam votar no parlamento.

A estratégia de Alegre em relação ao PS não é nova, é em tudo idêntica à de Alberto João em relação à República. Aliás, Alegre está para o PS tal como o Alberto está para o país.