domingo, janeiro 04, 2009

Semanda


Com Sócrates de férias em Itália, Manuel Alegre retirado em férias e Manuela Ferreira Leite atarefada com os sapatinhos dos netos esta semana foi de Cavaco Silva, os comentadores passaram começaram por tirar conclusões sobre a comunicação dramática a propósito do estatuto dos Açores, passaram a fazer previsões sobre o que o Presidente iria dizer na mensagem de Ano Novo e acabaram a analisar esta mensagem. Pelo meio apareceu um Louça a dizer que não metia um partido no sapatinho de Manuel Alegre e o Mário Nogueira zangado porque Cavaco lhe deixou o sapatinho vazio ao promulgar a simplificação da avaliação dos professores.

Da mensagem de ano novo de Cavaco Silva pouco ou nada ficou, que o país está em crise já todos tínhamos reparado, que não gosta de Jaime Silva não é novidade, que estamos endividados todos sabemos, que não se perde de amores por Sócrates não é novidade.

A mensagem de Cavaco Silva serviu para que os portugueses soubessem que acabou definitivamente o ciclo do “oásis” ou da “democracia de sucesso”, temos auto-estradas mas andamos de alpargatas, gastámos milhões em ensino e formação profissional mas somos “analfabrutos”, promovemos dezenas de programas de apoio à competitividade e à exportação mas temos uma economia de patos-bravos.

Cavaco Silva que até estava a gostar de Sócrates, o último dos cavaquistas decidiu ele próprio deixar de ser cavaquista e falando verdade assegurou que todos os que agora falem como ele falava no passado estão mentindo. De repente soubemos que Sócrates anda a vender o “oásis”, uma ilusão que na opinião do seu inventor paga-se caro.

Só não foi uma semana de desilusão porque neste país não há ninguém iludido, há muito que o oásis era uma miragem, a não ser para Mário Lino que ainda vê desertos a sul do Tejo. Nem mesmo para os que alguma vez acreditaram que Cavaco Silva iria ajudar o país com os seus conhecimentos de economia, ao mesmo tempo que elencou as dificuldades sem apontar para solução o velho economista chegou à mesma conclusão, de Sócrates, o filósofo e não o político, a sua mensagem de ano novo poder-se-ia sintetizar num “só sei que nada sei”.