sábado, janeiro 24, 2009

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Flores no Parque das Nações, Lisboa

IMAGEM DO DIA

[Alejandro Rustom / REUTERS]

«Un estudiante venezolano muestra su trasero como protesta contra el presidente Hugo Chávez.» [20 Minutos]

JUMENTO DO DIA

Cláudia Anaia, "socialista católica"

Sempre que em Portugal um grupo não quer que algo seja decidido invoca sempre as prioridades do momento, foi o que fizeram agora os "socialistas católicos" a propósito do casamento gay. Para estas cabecinhas durante os quatro anos de legislatura o parlamento apenas deve dedicar-se ao que entendem ser prioritário. Vá lá, arranjem argumentos menos cínicos e idiotas. O mais engraçado destes senhores é que acham que o país se deve centrar em temas importantes como a saúde, a justiça ou o desemprego, mas ao mesmo tempo defendem que tudo pare para durante uns meses os portugueses andarem às turras até um referendo.

AINDA ESTÁ VIVO

E pela indumentária ainda vai correr a meia-maratona.

O TABU É SERENO

«O primeiro-ministro anunciou, enquanto secretário-geral do PS, que na sua moção para o próximo congresso do partido propõe a legalização do casamento civil das pessoas do mesmo sexo. O anúncio teve lugar domingo passado. O assunto foi objecto de destaque nas notícias, nomeadamente quanto à hipótese de essa legalização incluir ou não a possibilidade de adopção. Esse destaque não resultou, no entanto, naquilo que normalmente se segue ao anúncio de uma medida considerada polémica: não houve declarações inflamadas da oposição (nem à esquerda nem à direita), nem debates na TV com gente contra e a favor. Os representantes das associações LGBT, que deviam ser disputados em noticiários televisivos, não deram sinal de vida na pantalha - à excepção da TVI, ninguém os chamou. Nem a sempre instantaneamente excitada blogosfera deu sinal de indignação. Será que afinal a medida é pacífica?» [Diário de Notícias]

Parecer:

Por Fernanda Câncio.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

O ATOLEIRO

«Para quem me acompanha e tem a bondade de ler os textos que aqui vou escrevendo há mais de dois anos, não será surpresa a tese que segue: Portugal tem riscos sérios de viabilidade, se os portugueses não se aperceberem que os países, como as civilizações, são mortais. O problema é que - intoxicados por anos de relativo ou grande progresso, sossegados pela falta da memória de crises graves, habitados por uma cultura de direitos sem responsabilidades, incapazes de sentir o interesse colectivo, formados nos tempos das reivindicações que se seguiram ao 25 de Abril - os portugueses não querem perceber os riscos, nem mesmo acreditam nos perigos.

Esta não é uma coluna autobiográfica; mas em todo o caso, devo dizer em minha defesa - perante o que de brutal vou escrever a seguir - que tenho actividade profissional sem cessar há mais de 37 anos (sem contar o tempo de estudos), raro é o dia em que não trabalho (de forma remunerada ou em actividades de responsabilidade social) mais de dez horas, tudo o que ganhei numa vida de esforço e algum sucesso está investido em empresas familiares da economia real que dão emprego a centenas de famílias, não especulo na bolsa, pago os meus impostos sobre tudo o que ganho, continuo a investir praticamente todos os meus rendimentos, não levo uma vida de ostentação, luxo ou lazer.

Os sectores económicos por onde tenho passado (advocacia, media, hotelaria) são altamente competitivos e concorrenciais, e posso com algum orgulho dizer que triunfei neles sem fazer batota, sem pactuar com ilegalidades, sem corrupção ou vícios sociais idênticos.

Julgo, por tudo isso, que ganhei o direito a criticar este estado de coisas em que Portugal se atola. Como povo somos pouco produtivos, trabalhamos menos que a generalidade dos nossos concorrentes, aceitamos e praticamos com mais facilidade comportamentos ilegais ou desonestos, damos muito pouco à sociedade, não respeitamos os bens públicos, a evasão e a fraude fiscais não são censuradas pela colectividade, a batota é considerada como um sinal de inteligência.

Tudo isto está no processo causal do lodaçal em que nos vamos afundando, lentamente, como em areias movediças. Todos os anos perdemos competitividade, nos afastamos mais dos povos mais evoluídos, diminuímos a densidade de formação, desperdiçamos recursos. Achamos que não devemos pagar impostos, mas que o Estado nos deve proteger nas nossas dificuldades e, por isso, não pensamos no dia de amanhã que não seja para sonharmos com mais uma viagem de férias, mais consumo, mais desperdício, mais exigências, menos esforço.

Estamos agora perante a mais grave crise que os portugueses enfrentaram pelo menos nos últimos 80 anos. O que significa que não existe praticamente um português que tenha na sua memória a sensação de brutal perda total e generalizada do que julgávamos adquirido. Estamos gravemente doentes como povo, mas ainda não estamos mortos. Se percebermos, se mudarmos de hábitos, se reagirmos, ainda nos podemos salvar.

O problema é que estamos a enfrentar esta crise com as respostas erradas e, pior ainda, com as perguntas erradas. A luta política chegou ao nível mais rasteiro, com uma classe política incapaz de fazer sacrifícios (Quando a redução das dotações aos partidos? Quando a redução do número de câmaras e de juntas de freguesia? Quando a redução do número de deputados, membros de assembleias municipais e assembleias de freguesia?) e todos os partidos estão irmanados na tentativa de encontrar bodes expiatórios para evitarmos enfrentar as verdadeiras causas da nossa decadência e por isso termos de mudar de vida.

Claro que a ganância e a fraude têm culpas no cartório. Sem dúvida que as injustiças sociais destroem a coesão nacional. É evidente que baixas remunerações dificultam a motivação e o altruísmo. Mas o que vamos viver em 2009 existe apesar disso. E podia não existir mesmo com isso tudo de negativo.

O problema reside em todos e cada um de nós. Temos de trabalhar mais. Temos de obrigar os que não cumprem os seus deveres perante a sociedade a pagar por isso. Não podemos continuar a sustentar um Estado com pessoal a mais, com direitos superiores aos que existem no mundo privado e que são muito menos produtivos. Não podemos continuar a ter um regime laboral que favorece os patrões que abusam e os trabalhadores que não se esforçam.

No fundo, temos de perder poder de compra e direitos sociais, não podemos continuar a "adoecer" estrategicamente quando nos convém prolongar um fim-de-semana, temos de trabalhar mais horas com a mesma ou menor remuneração, temos de correr mais riscos e com isso receber mais prémios, temos de ser mais responsáveis e responsabilizados.

O drama é que isso são reformas que os portugueses sabem ser inevitáveis, que aceitam para os outros, mas que recusam para si. As lutas dos funcionários públicos para manterem empregos em que não trabalham, dos professores para não serem avaliados, dos sargentos para continuarem a existir sem soldados e tantos outros exemplos aí estão a fazer-me desanimar.

2009 tem de servir para mudarmos com o choque. Se o conseguirmos, abençoo a crise. Se não o fizermos, não acredito que Portugal sobreviva como país independente. E a miséria chegará por ondas cada vez maiores.» [Público assinantes]

Parecer:

Por José Miguel Júdice.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

ANTÓNIO COSTA QUASE COM MAIORIA ABOSLUTA NAS SONDAGENS

«Se as eleições autárquicas fossem hoje, António Costa ganharia, com quase maioria absoluta, a presidência da Câmara Municipal de Lisboa. Mas a grande surpresa seria a independente Helena Roseta ao consquistar 16,5 por cento dos votos. » [Correio da Manhã]

Parecer:

Ou estou muito enganado ou ainda antes das eleições Santana Lopes opta por ir para deputado.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»

CDS DECIDE APOIO A SANTANA EM FEVEREIRO

«A concelhia do CDS-PP de Lisboa vai reunir-se na primeira semana de Fevereiro para decidir o aval a uma eventual coligação com o PSD nas eleições autárquicas, apoiando assim Pedro Santana Lopes.» [Correio da Manhã]

Parecer:

Quando desistir já Santana desistiu da candidatura.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se por Fevereiro.»

O PSD É CONTRA O AUMENTO DOS VENCIMENTOS DOS FUNCIONÁRIOS

«O vice-presidente do PSD António Borges afirma ao DN que o aumento anunciado pelo Governo para a função pública de 2,9% "é uma medida eleitoralista", que vai "ter um impacto muito negativo na economia portuguesa". O economista sublinha que, em anos muito mais favoráveis, o Executivo não deu aumentos deste montante aos funcionários públicos. "Eles merecem muito mais, mas só num contexto de reforma da Administração Pública que, foi prometida, mas não foi feita."» [Diário de Notícias]

Parecer:

Agora?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Elogie-se António Borges pelo sentido de oportunidade e sugira-se-lhe que divulgue a sua declaração de rendimentos.»

PROPOSTA DE SUSPENSÃO DA AVALIAÇÃO DOS PROFESSORES FOI CHUMBADA

«A maioria PS chumbou, esta sexta-feira, o diploma do CDS-PP para suspender a avaliação dos professores. O diploma foi rejeitado com os votos contra de 116 deputados do PS.» [Jornal de Notícias]

Parecer:

Mais uma derrota de Mário Nogueira.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se pela próxima proposta .»

SINDICALISTAS DA FENPROF ACUSAM PCP DE INTROMISSÃO

«Quatro dirigentes do Sindicato dos Professores do Norte (SPN) demitiram-se do PCP, acusando o partido de se imiscuir na vida interna da estrutura sindical, disse à Lusa uma das demissionárias.

«Os sindicatos são estruturas independentes quer o PCP goste ou não goste», disse à Agência Lusa Júlia Vale, membro do secretariado nacional e do conselho nacional da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) e dirigente do SPN. » [Portugal Diário]

Parecer:

Essa intromissão é mais do que evidente da mesma forma que o é o facto de o conflito estar a ser orientado no sentido do impasse e não da defesa do interesse dos professores.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento ao avô Boca Doce.»

JÁ HÁ BONECAS COM AS FILHAS DE OBAMA

«La nueva primera dama de Estados Unidos, Michelle Obama, está molesta por la aparición de dos muñecas con los nombres de sus hijas.

Las dos muñecas de 30 centímetros de alto, que se venden a diez dólares, acaban de ser sacadas al mercado por una empresa y se llaman ´Sweet Sasha´ (Dulce Sasha) y ´Marvellous Malia´ (Maravillosa Malia).» [20 Minutos]

MOROZOVA ANNA