quarta-feira, maio 13, 2009

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Tapada da Ajuda

IMAGEM DO DIA

[David Guttenfelder/Assciated Press]

«U.S. soldiers took defensive positions in the Korengal Valley of Afghanistan’s Kunar Province Monday.» [The Wall Street Journal]

JUMENTO DO DIA

José Pedro Aguiar Branco

José Pedro Aguiar Branco, político muito variável que passou de ministro de Santana Lopes a vice-presidente de Manuela Ferreira Leite, não perdeu tempo para pedir a demissão de Lopes da Mota do cargo que tem em Bruxelas no âmbito do Eurojust. Para além desta pressa evidenciar a fome de cargos que anda nas hostes do PSD mostra como alguém que foi ministro da Justiça defende que um cidadão deve sofrer uma pena ainda antes de qualquer processo, isso com o oportuno argumento de que não terá condições para exercer esse cargo.

PRESSÕES. A MONTANHA PARIU UM RATO

Depois de todo o ambiente de alarme lançado pelo senhor Palma, que até foi recebido pelo Presidente da República para saber de coisas que não vieram a público, todos esperávamos muito mais do que um processo por uma mera infracção disciplinar. Aliás, outra coisa não poderia acontecer, se a conclusão apontasse para a ausência de pressões era a credibilidade dos investigadores e toda a investigação que estaria em causa. Foi a utilização de conversas de almoço que permitiu os investigadores lançarem na opinião pública a suspeita de gravíssimas pressões para que o processo fosse arquivado, fizeram-no esquecendo o Procurador-Geral e forma directamente queixar-se ao senhor Palma.

Nada como dividir a despesa ao meio, os investigadores lá continuam à procura de algo que possa envolver Sócrates ou ser comunicada ao senhor Palma e o Procurador-Geral limpa a face abrindo um processo disciplinar que vai acabar em águas de bacalhau. Resta saber se o acusado mantém o seu apetecível cargo em Bruxelas ou se algum guloso fica com ele.

AVES DE LISBOA

Chapim-azul [Parus caeruleus]
Local da fotografia: Jardim da Fundação Calouste Gulbenkian

FLORES DE LISBOA

Jardim Botânico

JOSÉ SÓCRATES E OS COGUMENLOS DE BENLHEVAI

«Em Benlhevai estava o primeiro-ministro. O ministro da Agricultura. Televisões. A Lusa. E cogumelos. A TVI24 levou um carro de exteriores para um directo que consistiu em acompanhar três anúncios, qual deles o mais ridículo: dois contratos de investimento que vão criar a loucura de 165 postos de trabalho (em tempo de vacas magras, se for preciso Sócrates até convoca as câmaras para anunciar a contratação da sua nova empregada doméstica); o aumento para 28 dos "túneis de produção de substrato", que parece ser uma coisa que faz os cogumelos muito felizes; e como bónus a notícia de que o Governo vai aumentar as ajudas para a "agricultura de montanha", coisa que deve preocupar para aí o João Garcia, e só quando não está a trepar os Himalaias.» [Diário de Notícias]

Parecer:

A verdade é que João Miguel Tavares também terá de agradecer aos cogumelos de Benlhevai por lhe terem dado um argumento para, à falta de mais ou de melhor, beliscar Sócrates.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Arquive-se por pobreza argumentativa.»

ATÉ A ÉGUA DA RAINHA DE INGLATERRA FAZ BATOTA

«A Rainha Isabel II tem 41 cavalos de corrida, mas há um que está inesperadamente a dar nas vistas. A égua Moonlit Path estreou-se em competição, em Fevereiro, com um sexto lugar, entre onze competidores, e três meses depois soube-se que as análises antidoping feitas ao animal detectaram uma substância proibida.

Trata-se de ácido tranexamico, uma substância usada em humanos e animais para reduzir hemorragias graves. A pressão exercida no corpo de um cavalo durante uma corrida pode levá-lo a sangrar do nariz no final e os treinadores administram ácido tranexamico antes das provas para evitar as hemorragias. Apesar de os medicamentos com ácido tranexamico como princípio activos não estarem proibidos em algumas corridas nos EUA, no Reino Unido a Autoridade Britânica de Corridas de Cavalos (BHA) obriga a que, na altura da prova, os cavalos estejam totalmente livres de fármacos.» [Diário de Notícias]

JARDIM RECEBE SÓCRATES DE "BRAÇOS ABERTOS"

«Alberto João Jardim prepara-se para receber José Sócrates «de braços abertos». Em declarações ao «Jornal da Madeira», o presidente do Governo Regional abriu as portas ao diálogo.

«Será bem-vindo e será recebido de braços abertos», frisou aos jornalistas, confirmando que o primeiro-ministro vai passar pelo Palácio de São Lourenço, no Funchal, esta sexta-feira.» [Portugal Diário]

Parecer:

Este Alberto é uma anedota.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a competente gargalhada.»

PROCESSO DISCIPLINAR A LOPES DA MOTA

«O procurador-geral da República decidiu converter o inquérito sobre as pressões aos magistrados que investigam o caso Freeport em processo disciplinar. O resultado do inquérito foi esta tarde comunicado aos membros do Conselho Superior do Ministério Público por Pinto Monteiro, que os informou também ter decidido avançar para um processo disciplinar contra o procurador-geral adjunto José Luís Lopes da Mota, magistrado que preside actualmente ao Eurojust.» [Público]

Parecer:

Ou Pinto Monteiro dava um pequeno puxão de orelhas a Lopes da Mota ou era a credibilidade dos investigadores que estaria em causa. EM qualquer dos casos é a credibilidade do Ministério Público que está em causa, problema a que os portugueses já nem ligam como se confirmou nas últimas sondagem.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Medite-se sobre as vantagens deste modelo corporativo e calhandreiro de Ministério Público.»

DESTA VEZ PORTAS TEM RAZÃO

«O líder do CDS-PP, Paulo Portas, criticou hoje o discurso "de uma certa esquerda" sobre os acontecimentos dos últimos dias no bairro da Bela Vista, em Setúbal.

“Há uma certa esquerda com a cumplicidade dos que se calam que quando vê um sangue violento, armas ruidosas, em vez de verem um gangue perigoso imediatamente o transformam num conjunto de pessoas vítimas da crise”, disse Paulo Portas, sem nunca concretizar a que forças de esquerda se referia, no discurso de encerramento das jornadas do CDS, em Aveiro. » [Público]

Parecer:

Quem ouve o PCP e o BE até pode pensar que os malandros são os que trabalham e os marginais são umas grandes vítimas da sociedade.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprove-se a crítica.»

ROMAN ROMM

DULCOLAX