terça-feira, julho 28, 2009

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Arraiolos

JUMENTO DO DIA

Carlos Costa Pina

Ao autorizar o pagamento de 176 530 € a três administradores da Parpública o secretário de Estado do Tesouro e Finanças revela algum desprezo pelos funcionários públicos, que este governo reduziu a meros contratados e mal pagos. O secretário de Estado poderá invocar regras existentes e dizer que a prática é anterior ao actual governo. Nesse caso deveria adoptar novas regras, não bastando o argumento já gasto de que os gestores devem ser melhor pagos, na Administração Pública há milhares de funcionários excepcionais que graças a um processo de avaliação com regras absurdas serão considerados funcionários vulgares e mesmo os classificados como excepcionais, levam uma gorjeta, isso se não se esqueceram de orçamentar as gorjetas como, aliás, sucedeu o ano passado.

UMA PERGUNTA A JOANA AMARAL DIAS

Porque está calada? A disciplina do BE assim a obriga?

AVES DE LISBOA

Juvenil de galinha-d'água [Gallinula chloropus]
Local: Jardim da Fundação Calouste Gulbenkian

FLORES DE LISBOA

No Jardim Botânico Tropical

LIÇÃO PARA A AMÉRICA DA ENFERMEIRA JULIETA

«Malia, de 11 anos, e Sasha, de 7, podem brincar à vontade nos jardins da Casa Branca que se partirem a cabeça não será uma tragédia. Mesmo antes de o pai ser Presidente, a família Obama já fazia parte dos 158 milhões de americanos a quem o patrão paga seguro de saúde. Some-se os 15 milhões com contrato directo com as seguradoras, os 42 milhões de idosos que beneficiam do Medicare e os 37 milhões de pobres do Medicaid e mesmo assim sobram 46 milhões sem cobertura. É a pensar nesses que Barack Obama queria aprovar em Agosto uma reforma da saúde que passa, no essencial, pela obrigatoriedade de as empresas pagarem um seguro aos trabalhadores. Para o país mais rico, com o maior investimento em pesquisa e os hospitais mais bem equipados deveria ser objectivo fácil. Mas não é. Hillary Clinton, da equipa de Obama, sabe-o bem. Quando o marido Bill era presidente tentou democratizar o acesso à saúde e falhou. Agora é Obama a esbarrar na oposição e não só dos republicanos. O Senado, onde os democratas são 60 em cem, já disse não haver pressas. » [Diário de Notícias]

Parecer:

Por Leonídeo Paulo Ferreira.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

ENXUGAR O PROGRAMA

«O PSD está em dificuldades para fazer escolhas. Disfarça-as com o atraso no programa e com estes circunlóquios formais. No fundo, desejaria nada apresentar, continuando, como agora, a cascar nas acções e programas dos outros, como quem não consegue apresentar substância. Só que isso é politicamente impossível. Com tanta clareza de ideias à solta, ninguém lhe perdoaria a omissão. Pouco se sabe do que pensa o PSD sobre cada sector da governação e pela amostra das práticas passadas, teremos o pior: na economia, a libertação, empurrá-la para fora do coberto, em tempo em que ela se defende da chuva. Nas finanças, a sangria da despesa pública social, com malabarismos na receita, ficando para vindouros as sequelas do imaginativo modelo de titulação de créditos ou da antecipação de rendas; num caso e noutro, chão que já deu uvas. Na segurança social e na saúde, o relaxamento nas cobranças e a suborçamentação, que levaram ao caricato orçamento inicial de 2005. Sem coragem para defender o que lhe vai na alma: o segundo pilar obrigatório nas pensões e o co-pagamento no ponto de consumo dos cuidados de saúde. Na justiça e na educação, continuaria o ‘dolce fare niente', sem coragem para afrontar corporações, fugindo da rua como o diabo da cruz. Na administração pública, enterrada bem fundo a grotesca proposta de despedir 200.000, restar-lhe-á a apropriação do Simplex. Só na Agricultura terá já programa escrito: o dos "grandes agrários" e de um antigo protagonista. Enleados em conflitos de interesses, coincidentes no arcaísmo.» [Diário Económico]

Parecer:

Por Correia de Campos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

OLHE A ENCOMENDA

«Fico sempre pasmado, por muito alto que tenha ajustado o meu decepcionómetro, com o lixo que as pessoas deixam na areia. Uns enterram as merdinhas a baixa profundidade, para facilitar a prospecção dos banhistas que se seguem. Outros recusam-se a interferir com o trabalho do vento, quando faz voar as merdinhas que puseram em cima da areia.

A intenção é sempre preservar o cu. Não o levantam. Os sacos de lixo que a câmara coloca no caminho (não vá alguém ter de desviar-se um bocadinho) são só para as coisas tão volumosas (fraldas) que enterrá-las está fora de questão.

Dantes as pessoas enterravam cascas de melão na areia, deixando só uma vela de fora, como aviso à navegação. Agora estamos numa fase light: lencinhos de papel (todos diferentes, conforme a colagem do ranho); garrafinhas de plástico e tampinhas de iogurte.

A única referência ao veraneio clássico são os arabescos que saem naturalmente dos cus dos cães. A boa educação destes cães é surpreendente: só cagam quando têm a certeza de que o dono não está a ver, para não lhe fazer nojo.

Sugiro um serviço de luva branca. Haveria um posto dos Correios em cada praia onde os conspurcadores pudessem reaver as merdinhas que deixaram na praia e fossem obrigados a embalá-las higienicamente e enviá-las, por correio azul, para as casas deles, por esse mundo fora.

De maneira a poder recebê-las em casa e dispor delas conforme entendessem.

É uma ideia.» [Público assinantes]

Parecer:

Por Miguel Esteves Cardoso.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

O MINISTRO DAS FINANÇAS DEVE EXPLICAR ISTO

«Os três administradores executivos da Parpública, empresa pública responsável pela gestão do universo empresarial do Estado, foram contemplados, em 2009, com prémios de gestão de 176,5 mil euros, referentes ao exercício de 2007. Por sete meses de funções, João Plácido Pires, presidente da Parpública, recebeu um prémio extra de 67 896 euros e António Albuquerque e José Castel-Branco, ambos vogais executivos, contaram cada um com uma remuneração extra de 54 317 euros. No ano a que diz respeito a atribuição destes prémios de gestão, a Parpública apresentou um lucro de 162 milhões de euros, quatro vezes menos do que os 638 milhões de euros registados em 2006.» [Correio da Manhã]

Parecer:

Enquanto os funcionários públicos ou levam prémios miseráveis ou não levam nada, os amigos enriquecem à custa dos portugueses.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Proteste-se de forma veemente.»

O PCP VAI USAR OS PROFESSORES NA CAMPANHA ELEITORAL

«A Fenprof disse hoje esperar um início de ano lectivo "conturbado", marcado por "muita contestação" e trabalho por uma "revisão séria" do Estatuto da Carreira Docente, enquanto o Ministério da Educação critica posição "lamentável" do sindicato.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Era de esperar.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se aos professores se estão convencidos de que Manuela Ferreira Leite convidava Mário Nogueira para ministro da Educação se fosse eleita.»

TRABALHADORES CHINESES ESPANCAM DIRECTOR ATÉ À MORTE

«A compra da siderurgia pública chinesa Tonghua Iron and Steel foi anulada depois de o seu director-geral ter sido espancado até à morte por trabalhadores a quem acabava de anunciar despedimentos.

Trata-se de um caso inédito na China, apesar de os conflitos sociais no país serem cada vez mais frequentes e por vezes violentos. » [Jornal de Notícias]

ESTÓNIA EMITE SELO COM FOTOGRAFIA DE HITLER

«A empresa estatal de correios da Estónia emitiu um selo com a foto de Adolf Hitler quando este era uma criança, segundo o El País.

O selo foi emitido por encomenda de um cliente cujo nome não foi revelado, através do serviço «o meu selo», que permite que qualquer pessoa tenha um selo com a imagem que deseja.» [Portugal Diário]

4GOTT

SPY CITY