quinta-feira, agosto 27, 2009

Boas/más notícias

Começa a ser difícil ver um noticiário sem ter vontade de rir, dirigentes da oposição e sindicalistas do PCP dão cambalhotas para explicar os sinais de recuperação da crise. Os políticos da oposição esmeram-se em tentar demonstrar que a crise veio para ficar e que os sinais evidentes de retoma pouco contam. Os sindicalistas são mais honestos e congratula-se com o aumento da procura externa em sectores como o automóvel, para explicar o fim da paralisação da actividade produtiva nalgumas empresas.

Recordo-me de que quando era ministra das Finanças Manuela Ferreira leite conseguir ver sinais de retoma em tudo e mais alguma coisa, desde os resultados do Benfica às cotações do PSI20. Agora que as empresas retomam a actividade dando esperança aos seus trabalhadores, António Borges vai à universidade dos putos do PSD tentar explicar que os sinais de retoma são ainda pouco consistentes.

Esta atitude dos políticos da oposição, que só têm orgasmos quando a desgraça se instala diz tudo sobre o bem que desejam aos portugueses. Todos eles desejam secretamente que haja mais portugueses sem emprego, famílias em dificuldades, trabalhadores em desemprego. Todos eles estão incomodados porque a crise não respeitou o calendário eleitoral. É uma pena que se tenham esquecido do que disseram sempre que foram divulgados indicadores negativos.

Os sindicalistas são mais honestos, só que se esqueceram do que disseram nos momentos difíceis, esqueceram-se do que disseram quanto às causas da crise.

A verdade é que o debate político em Portugal atingiu o nível zero, e muitos dos agentes políticos já não têm quaisquer complexos em ser desonestos. Quase aposto que agora que a crise começa a deixar de argumento político algo vai acontecer. Como a idiotice da viilância sobre os canídeos de Belém não me admiriraria nada se aparecesse algum DVD novo sobre o caso Freeport ou mesmo um qualquer motivo de queixa suficiente para que Cavaco Silva interrompa os carapaus alimados var vir de jeep a Lisboa para receber o sindicalista dos magistrados do Ministério Público.