quarta-feira, setembro 09, 2009

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Peniche

IMAGEM DO DIA

[Mario Tama/Getty Images]

«Curtis Baptiste attended the West Indian-American Day Parade in the New York City borough of Brooklyn on Labor Day. Tens of thousands of revelers gathered to celebrate Caribbean culture. Former U.S. Secretary of State Colin Powell served as the grand marshal.» [The Wall Street Journal]

JUMENTO DO DIA

Francisco Louçã

Foi tosquiar e saiu tosqueado.

UMA ENTREVISTA DE LOUÇÃ PARA LER COM ATENÇÃO

Vale a pena ler a entrevista de Louçã ao Público, animado pelas sondagens o líder do BE diz finalmente o que é a "esquerda moderna", o que pretende de Manuel Alegre e qual o modelo social que preconiza. Veremos se Manuela Alegre ou os meninos da classe média alta vão gostar deste Chavez à civil.

Depois desta entrevista quem vota BE não o faz para protestar ou porque Louçã é a alternativa, fá-lo porque defende que Portugal deve ser o único país comunista no mundo ocidental:

«PÚBLICO – A insistência do Bloco de Esquerda (BE) na necessidade de uma maioria de esquerda dão a ideia de que o Bloco quer tomar conta do PS, ou pelo menos de uma parte dele.


Francisco Louçã – Não, o que tenho dito, e que é o centro da estratégia do BE nestas eleições e que vai ser nos próximos anos, é utilizar como critério para definir a política a necessidade de resposta à crise social e em particular à recessão económica. E isso exige uma arrumação da política, das ideias, e das alternativas. Creio que o PS fracassou na gestão política da resposta à crise. Por razões que têm que ver com o absolutismo da sua maioria, a fractura social que a sua política acentuou (com o Código do Trabalho, a desregulação da vida social e com a facilitação da vida económica, com os grandes negócios a prejudicarem os interesses da economia do país, a prejudicarem o orçamento, as contas públicas) e por isso é que me parece indispensável dizer com toda a clareza que para uma esquerda que governe, para uma esquerda de maioria, é preciso formar essa maioria.


Como é que se forma essa maioria sem o PS?


Com uma recomposição que atravesse todo o espaço da política portuguesa.


Isso implica uma cisão do PS ou uma transformação do PS.

Implica uma reconfiguração, certamente com uma clarificação contra as políticas passadistas e conservadoras que têm vindo a acentuar a crise. Já existiram diálogos, como aconteceu com Manuel Alegre. É a partir desse trabalho de diálogo que se encontrarão pessoas que fazem parte de todas as cores da política e das alternativas políticas à esquerda.

Essa reconfiguração passa também pela mudança do líder do PS?
O PS fará o que quiser. A esquerda precisa sobretudo de ter uma força para ter maioria. Essa força não é o PS.


Mas tem necessariamente de ter uma parte do PS.
Tem de ter, seguramente. Tem de ter muitas pessoas que certamente hoje se reconhecem no PS ou são críticas do PS. E de muitas outras opiniões da esquerda.»
[Público]

Depois desta entrevista Manuel Alegre tem muito a explicar aos seus camaradas do PS e aos que em Portugal lutaram pela democracia. Afinal, a sua aventura idiota não passou de uma manipulação de Louçã com o objectivo de destruir o PS.

O DEBATE SÓCRATES-LOUÇÃ

Este debate recordou-me um outro debate ocorrido entre todos os candidatos às anteriores legislativas, na ocasião Louçã mandou-me um mail a pedir informação sobre um caso denunciado neste blogue. Mas Louçã não deve ter tido tempo para estudar ou não percebeu a matéria e quando tentou surpreender Manuela Ferreira Leite acabou por se atrapalhar e tudo ficou para se esclarecer mais tarde.

Louçã usou com Sócrates a estratégia da surpresa, deixando o opositor baralhado seria mais fácil depois vencer o debate. Foi isso que Louçã fez mais uma vez, trazia alguns casos na manga para tentar desorientar Sócrates logo no início do debate mas voltou a suceder o mesmo, acabou reconhecendo que não estava certo.

Em contrapartida, Sócrates tratou o cão com o pêlo do próprio cão, se no debate com Manuela ferreira Leite ficámos com a impressão de que Louçã conhecia melhor o programa do PSD do que a sua líder, desta vez foi Sócrates que surpreendeu Louçã com o conhecimento das medidas que o programa do BE propõe em matéria fiscal. Louçã perdeu o sorriso, contorceu-se. esbugalhou os olhos, deu cambalhotas de retórica, mas não conseguiu contrariar Sócrates. Foi Judite de Sousa que, como já o tinha feito, veio em sua defesa forçando a mudança para o tema do desemprego, domínio em que julgou que Louçã estaria mais à vontade.

Como síntese do debate fica uma frase repetida de forma patética por Louçã: "eu sei os números". Só não sabia os números dos benefícios fiscais na saúde e na educação apesar de o seu programa propor a sua eliminação. Aliás, a determinada altura, numa fase de desorientação total, Louçã deixou de dizer que sabia os números e acabou por dizer que sabia que Sócrates tinha os números na ponta da língua, em contrapartida ela conhecia a realidade social, foi tarde, já tinha perdido o debate de forma clamorosa.

O resto foi o habitual de Louçã a repetir eu, eu e mais eu, afirmando-se como o dono da verdade, o detentor de todas as preocupações com os problemas dos portugueses. Mais uma vez Louçã imitou o bispo Edir Macedo.

ASFIXIA CEREBRAL ALCOÓLICA?

AVES DE LISBOA

Petinha-dos-prados [Anthus pratensis]

FLORES DE LISBOA

No Palácio do Monteiro-Mor

NEM SÓ DE PÃO VIVE O HOMEM, SENHOR ENGENHEIRO

«Daí esse enorme problema com a comunicação social e com o controlo da informação, que culmina agora no desastre da TVI. Para sermos justos, Sócrates tem razão em muita coisa: a comunicação social é demasiadas vezes demasiado incompetente e os timings do caso Freeport estão a ser manipulados (depois de meses sem notícias relevantes, eis que novos factos sobre o processo surgem milagrosamente em véspera de eleições). Mas os factos existem e só Sócrates finge não os ver. O desejo de silenciar existe e só Sócrates finge não o saber. É que ele acha que ser o melhor fornecedor de pão chega. Não chega. Felizmente, há ainda muita gente que não se dispõe a trocar um grama de liberdade por um par de carcaças.» [Diário de Notícias]

Parecer:

João Miguel Tavares usa descaradamente a mentira e é caso para dizer que este João come sandes de pão com mentira.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Arquive-se.»

E QUE TAL DISCUTIR POLÍTICA?

«O jornal i fez, ontem, o levantamento de algumas das exportações portuguesas durante o Governo de José Sócrates. Fez o levantamento, sim: aqueles negócios levantaram voo. Com a Venezuela (em quatro anos, quintuplicaram), Angola (triplicaram), Argélia (quadruplicaram), Rússia (triplicaram), Líbia e China (em ambas, quase duplicaram) e Jordânia (quase triplicaram)... Esse sucesso foi acompanhado (e, em alguns casos, foi motivado) por uma diplomacia económica em que os governantes não se importaram de fazer de caixeiros-viajantes. Nesses destinos há um país muito importante (Angola, já o quarto comprador) e outros são mercados tentadores (bastava lá estar a China). Eis, pois, um balanço extraordinário - mas que merecia discussão, agora que julgamos quem nos governou nos últimos quatro anos. Todos aqueles países são susceptíveis de crítica (mais uns que outros) sobre o seu comportamento democrático. Eu digo que sim, há que fazer esses negócios - e, daí, eu achar bons os resultados conseguidos. Mas gostaria de saber se isso divide os partidos. Gostaria que na campanha se discutisse política. E não hipóteses de primos, hipóteses de asfixias e tricas sobre carros oficiais.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Por Ferreira Fernandes.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

SERVIÇO TELECOCA

«Apelidos sonantes, filhos de gente bem colocada, às vezes os próprios. Aspirantes ou já executivos de sucesso, são dezenas os que não dispensam drogas de luxo em noites de Verão. E sem terem de sair à rua, de passar os portões das quintas da Marinha, Bicuda ou Beloura, na Linha do Estoril. Levam-lhes a casa meio quilo de cocaína todas as semanas, cinco mil doses a dividir por todos, que, em média, encomendam por telefone. Só terão agora o incómodo de arranjar novos paquetes. A Judiciária prendeu os últimos dois.» [Correio da Manhã]

Parecer:

Pois anda por aí muita coca, até devem haver umas bocas grandes que nem deixam o nariz snifar.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se à PJ porque não identifica os consumidores, seria muito interessante e esclarecedor.»

FREEPORT CUMPRIU A LEI

«É mais um dado que vem baralhar a investigação do processo Freeport: uma perícia pedida pelo Ministério Público do Montijo (onde correu a investigação até Setembro do ano passado) ao Instituto da Construção e do Imobiliário (INCI) não detectou quaisquer ilegalidades na tramitação administrativa do projecto. A questão central no processo volta a levantar-se: as decisões foram lícitias ou ilícitas? A diferença pode ditar a prescrição dos crimes.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Este caso está cada vez mais vazio.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pela conclusão.»

MAIS UMA GREVE COM OBJECTIVOS ELEITORAIS

«O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil anunciou hoje, terça-feira, que decidiu convocar uma greve para os dias 24 e 25 de Setembro, devido ao "descontentamento insustentável manifestado pelos pilotos da TAP".

A decisão de avançar para a greve foi tomada esta tarde durante a assembleia-geral do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), em que 85 por cento dos pilotos presentes na reunião votaram a favor da convocação dos dois dias de paralisação, de acordo com um comunicado da estrutura sindical.» [Jornal de Notícias]

Parecer:

Está na hora de acabar com esta bandalheira da TAP.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Privatize-se a TAP.»

JARDIM NO SEU MELHOR

«Farto das perguntas sobre o facto de Manuela Ferreira Leite ter usado um carro do Estado em campanha eleitoral na Madeira, Alberto João Jardim fez uso do inglês para insultar os críticos: "fuck them", disse o líder madeirense aos jornalistas.» [Jornal de Notícias]

Parecer:

Foi uma visita desastrosa de MFL à Madeira.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mandem-se os parabéns a Alberto João pelo seu contributo para o esclarecimento dos portugueses.»

NÃO FOI DESTA QUE ENVOLVER, SÓCRATES

«Os depósitos foram alegadamente feitos por Charles Smith, representante da Freeport em Portugal e sócio da consultora Smith & Pedro, contratada para licenciar a superfície comercial de Alcochete. Uma informação a que os procuradores do Ministério Público Paes Faria e Vítor Magalhães terão tido acesso quando há mais de quatro meses estiveram a trabalhar em Londres com a polícia daquele país. Contudo, segundo o "Correio da Manhã" não foram recolhidos movimentos suspeitos nem sobre José Sócrates nem sobre os seus familiares.» [Público]

Parecer:

Estes investigadores andam com azar...

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pela conclusão do processo.»

ANDREW LUCAS

MOSCOW NEWS