quinta-feira, outubro 15, 2009

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Artista na Rua Augsta

IMAGEM DO DIA

[Paula Bronstein/Getty Images]

«Attiullah, 7, posed in front of an X-ray at a Kandahar, Afghanistan, hospital Tuesday after a bullet entered his back and came out his chest while he was tending sheep. His grandfather said the bullet came from U.S. forces who were shooting at a Taliban vehicle.» [The Wall Street Journal]

JUMENTO DO DIA

Vasco Graça Moura

«Em matéria de eleições, sempre houve que distinguir entre legitimidade e razão. Não pode discutir-se a legitimidade dos resultados das legislativas. Já não é assim com a apreciação da razão que assista a quem votou neste ou naquele sentido. Se assim não fosse, não poderia discutir-se o resultado da eleição de Adolf Hitler em 1932 e as suas macabras consequências.

Por isso, não tenho uma vírgula a alterar ao artigo que publiquei há duas semanas no DN sob o título de "Mais do mesmo" e que me valeu as iras furibundas de uma harpia radiofónica e destemperada que não percebeu nada do que leu. » [Diário de Notícias]

Raramente consigo chegar ao terceiro parágrafo dos artigos de Vasco Graça Moura, ou estão cheios de ódio aos adversários políticos do PSD, ou enjoam de subserviência aos líderes do PSD. Mas comparar eleições democráticas em Portugal com eleições em que Hitler venceu é algo que ultrapassa o razoável, é pior do que mau perder, é pulhice.

AVES DE LISBOA

Corvo-marinho-de-faces-brancas [Phalacrocorax carbo]
Local: Terreiro do Paço

FLORES DE LISBOA

No Jardim da Fundação Calouste Gulbnkian

ELE HÁ INDIGNAÇÕES ESTRANHAS

«O Pingo Doce contratou um famoso publicitário brasileiro para a campanha que começou nas televisões na semana passada. Vai daí, começou outra campanha no Twitter, esta semana: abaixo--assinados de portugueses (já vão em 1600) contra o anúncio do supermercado. Fui ver. Talvez porque não seja o cliente- -tipo, o anúncio não me aquece nem arrefece. Mas, porque nasci com a dose suficiente de bom- -senso, uma coisa garanto: não tem nada que suscite uma mobilização indignada. Então? Porquê os 1600 e o frenesim, que já apela até a um encontro de indignados? Eu explico: cherchez la femme. O que, traduzido para a circunstância, é: alguém ficou sem a conta choruda que o supermercado tinha para publicidade e que foi parar ao brasileiro. A dor de corno na bolsa é das que mais doem. Espero que sem relação, mas também esta semana, alguém ressuscitou um vídeo da actriz brasileira Maitê Proença, onde ela é grosseira sobre os portugueses. O vídeo é velho de dois anos e, no entanto, também já há abaixo-assinados contra a brasileira. Se hoje Liedson marcar 5 golos (4 contra Malta e um na própria baliza) e amanhã aparecer um abaixo-assinado contra o "brasileiro" que traiu o nosso guarda-redes, vou ficar atento: o defraudado publicitário português está mesmo assanhado.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Por Ferreira Fernandes.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

A ANEDOTA DO DIA

«A directora da PJ de Setúbal e os dois inspectores que já trabalhavam na investigação do caso Freeport vão agora dedicar-se em exclusivo a este inquérito, para que o mesmo termine rapidamente. A decisão foi tomada no final da semana passada numa opção conjunta entre o Ministério Público e a Polícia Judiciária.» [Correio da Manhã]

Parecer:

Este processo é uma tal vergonha para a magistratura portuguesa que os magistrados há muito que o deveriam ter concluído e se tivessem vergonha na cara nem falavam dele em público. O mínimo que lhes deveria acontecer era indemnizarem o Estado pelo dinheiro dos contribuintes que gastaram no processo.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se esta vergonha.»

ZANGAM-SE AS COMADRES

«Quase no final do Prós e Contras, de segunda-feira, na RTP, sobre as relações entre jornalismo e poder político, José Manuel Fernandes, director do Público, acenando com o telemóvel, garantia que tinha trocado sms com Fátima Campos Ferreira combinando que o caso das escutas seria apenas "uma nota de rodapé" do programa. "Não foi nada disso que estava falado", disse ontem ao DN a jornalista da RTP. Antes disso, já José Manuel Fernandes tinha ameaçado, em e-mail ao provedor da RTP, faltar ao programa pela forma como a estação o estava a promover.

"A única coisa que ficou combinada foi que o caso das escutas seria um dos ângulos a abordar durante o programa, e que seria lançado apenas na segunda parte", explicou Fátima Campos Ferreira, que desvaloriza a declaração do director do Público, lembrando que "no ardor de um debate dizem-se por vezes frases que surgem a quente". "Penso que José Manuel Fernandes pretendeu com essa frase reiterar a ideia de que aquele era apenas um dos ângulos a abordar e que estava a demorar mais do que todos os outros", sublinhou. » [Diário de Notícias]

Parecer:

Estes jornalistas são muito correctos uns com os outros.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Entre estes dois venha o diabo e escolha.»

JULIO SEGURA CARMONA

MÉDECINS SANS FRONTIÈRES