segunda-feira, outubro 19, 2009

Umas no cravo e outras tantas na ferradura

FOTO JUMENTO

Barcos típicos do Rio Tejo

JUMENTO DO DIA

Manuela Ferreira Leite

A líder do PSD é prisioneira do seu fracasso e do receio de ainda vir a perder mais votos num cenário de eleições antecipadas, esvaziando o PSD ao perder o eleitorado da direita para o CDS e o eleitorado do centro para o PS. Sem ideias, sem projecto e sem ser capaz de liderar efectivamente o PSD, já não contando com o apoio de um Cavaco Silva que deu um tiro no pé ao promovê-la a líder do PSD, resta a Ferreira Leite retirar protagonismo ao CDS e ao BE armando-se em oposição responsável.

Só que Ferreira Leite não pode fazer oposição, fazê-lo significaria poder votar contra as propostas do governo, designadamente, o Orçamento de Estado, só que se o fizer perde importância e dá o protagonismo da negociação aos outros partidos da oposição. Sócrates tem de negociar porque perdeu a maioria absoluta mas pode beneficiar do medo do PSD que prefere viabilizar o governo do PS do que ir ás urnas.

Pelo menos enquanto as sondagens não darem uma vantagem ao PSD o PS pode contar com o seu grupo parlamentar como muleta, será bem mais dócil do que o foi Manuel Alegre na legislatura anterior.

Só assim se entende as condições postas por Manuela Ferreira Leite para aprovar o OE, na verdade, mais do que verdadeiras condições são dois princípios banais destinados a fazer de conta que se faz oposição responsável.

AVES DE LISBOA

Fêmea de toutinegra-de-barrete-preto
Local: Campo das Cebolas

FLORES DE LISBOA

No Parque da Bela Vista

PARQUE DA BELA VISTA: UM PARQUE MALTRATADO E AO ABANDONO

O Parque da Bela Vista nasceu torto e desde então tem sido maltratado pela Câmara Municipal, desde logo com o seu aproveitamento para a realização de mega concertos. É ridículo contar com guardas florestais que incomodam quem tira fotografias de aves e depois organizam-se grandes concertos em plena época de nidificação.

Além disso é um parque pobre, onde não se aposta na biodiversidade, aproveitou-se uma quinta, construíram-se caminhos, instalou-se iluminação e pouco mais se fez. Só que uma quinta em actividade tem vida, uma quinta abandonada torna-se num deserto, se não houver uma aposta séria na diversificação das espécies vegetais e se esquecer a água transforma-se numa área de sequeiro, pobre em vida.

Como se tudo isto não bastasse, o pouco que se fez está ao abandono, é o caso do lago construído no parque sul, está cheio de lixo e as plantas infestantes já quase cobriram o lago. Há muitos meses que por ali não se sabe o que é limpeza ou manutenção. Como se tudo isto não bastasse é frequentado por uma matilha de cães vadios que tornam perigoso um passeio pelo parque.

QUEM TE AVISA...

«Nenhum dos quatro partidos da oposição aceitou fazer um acordo permanente com Sócrates (de governo ou, como se diz, de "incidência parlamentar). De resto, Sócrates também não queria qualquer espécie de acordo com os partidos da oposição. A convivência compromete e repugna aos dois lados, sobretudo é provável que esta Assembleia dure pouco e que torne a haver eleições pouco tempo depois das presidenciais. Ficou só a possibilidade de Sócrates se entender caso a caso com a direita ou com a esquerda para evitar uma paralisação absoluta e comprometedora. Uma ginástica difícil, em que ele se arrisca a hostilizar toda a gente e a voltar ao "pântano" de Guterres; e a oposição se arrisca a passar por sectária e oportunista e, pior do que isso, por irresponsável.

Esta é de resto a ideia de Sócrates, que, ao que parece, deixou de ser o "anti-Guterres", que o dr. Soares tanto admirava, para se transformar na epítome da mansidão e do diálogo, que o dr. Soares - não se percebe porquê - ainda admira mais. Por detrás disto, está uma ideia simples. O primeiro-ministro, insistindo, evidentemente, na sua legitimidade e no mandato que recebeu, vai tentar que o vejam como a vítima indefesa da intransigência alheia. Ele será o estadista, consumido pelas dores da Pátria; a oposição um grupo, assaz desagradável, de pequenas facções, que só pensam e só agem no seu próprio interesse, à custa do futuro e da prosperidade do país. E se, apesar da sua história pregressa, Sócrates for convincente e hábil, não haverá em 20011 por onde escolher.

O CDS, o PC e o Bloco aceitaram cegamente o terreno para onde o primeiro-ministro os começa a levar (o PSD, sem cabeça e sem destino, por enquanto não existe). O CDS exigiu que se cumprisse, quase ponto a ponto, o seu programa. O PC já propôs que se alterasse a essência do Código Laboral. E o Bloco pede a imediata legalização do casamento de homossexuais, um acto que mesmo Vale de Almeida achou pura "chicana". Claro que estas coisas contribuem para embaraçar e para isolar Sócrates. Mas dividem irremediavelmente a oposição e oferecem sem contrapartida ao primeiro-ministro o papel de árbitro e moderador. Se a campanha de 2009 continuar na Assembleia de República, Sócrates tem uma vaga probabilidade de sobreviver e até de a ganhar. Quem te avisa...» [Público]

Parecer:

Se Vasco Pulido Valente acertasse nas suas "brilhantes" análises há muito que Sócrates tinha desaparecido, O erro mais elementar que um analista pode cometer é confundir a realidade com os seus desejos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Arquive-se.»

PRÓS CONTRAS DE DUAS NOTÍCIAS

«Oprovedor recebeu um convite no passado dia 9, uma sexta-feira, para participar no programaPrós e Contras, da RTP1, segunda-feira seguinte. A emissão - foi-lhe explicado - destinava-se a discutir as relações do jornalismo com a sociedade, a política e o desenvolvimento. Habituado a intervir sobre questões no âmbito da comunicação, o provedor aceitou, mas no dia do programa soube que a intenção (não declarada no convite) era debater a produção das notícias sobre as suspeitas da Presidência da República (PR) de que estaria sob vigilância por parte do Governo, as quais alvoroçaram a política nacional nos últimos dois meses. As notícias tiveram origem no PÚBLICO e mereceram uma análise crítica do provedor. Essa crítica motivou uma troca de correspondência interna de que houve fuga para o exterior, com a consequente publicação peloDiário de Notíciasde umemail enviado por um para outro jornalista do PÚBLICO onde, entre outras coisas, se revelava o nome de um membro da Casa Civil de Belém como suposta fonte de informação das notícias em causa.

Fiel ao princípio de apenas abordar os casos do PÚBLICO nesta página e no seu blogue, o provedor comunicou previamente à apresentadora do programa, Fátima Campos Ferreira (F.C.F.), que não poderia pronunciar-se sobre a atitude do jornal no caso, mas apenas sobre questões genéricas do jornalismo, como aliás lhe fora solicitado. Claro que as televisões - e o serviço público não é excepção - ambicionam sangue, e, após uma primeira parte para disfarçar (que terá sido uma maçada para os telespectadores), entrou-se no que de facto interessava aos promotores do programa: uma luta de galos entre os directores do PÚBLICO, José Manuel Fernandes, e doDN, João Marcelino, acicatada por directores de outros órgãos de informação. Ao longo desta segunda parte - de onde, na opinião do provedor, não saiu dignificado o jornalismo português -, F.C.F. anunciou que o provedor não queria pronunciar-se sobre o assunto, pelo que não lhe concedeu a palavra. Se o tivesse feito, haveria algumas considerações que o provedor, sem prejuízo do seu compromisso para com os leitores do PÚBLICO, gostaria de enunciar, aproveitando para o fazer agora.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Joaquim Vieira, provedor do jornal 'Público.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

FERREIRA LEITE VAI VIABILIZAR ORÇAMENTO?

«Manuela Ferreira Leite já começou a colocar as primeiras condições para a viabilização do primeiro Orçamento do Estado desta legislatura: exige que os apoios orçamentais à econo- mia sejam aplicados de forma a forçar uma reestruturação das empresas (de forma a aumentar a sua competitividade) e um controlo rigoroso das contas públicas - défice e dívida pública -, para além de dar um sinal claro de que não aceitará qualquer aumento de impostos.» [Diário de Notícias]

Parecer:

As condições impostas são uma "treta".

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»

"A REGRA DO JOGO"

Mais um blogue de visita obrigatória.

DAVID GALSTYAN

VOLKSWAGEN