terça-feira, novembro 10, 2009

Umas no cravo e outras tantas na ferradura

FOTO JUMENTO

Baixa de Lisboa

IMAGEM DO DIA

[Fathil Asri/Agence-France Presse]

«Cows and vehicles remained on a piece of land surrounded by floodwaters in the village of Jeram Perdas, Malaysia. Hundreds of villagers were temporarily evacuated from the area due to flooding at the start of the annual monsoon season.» [The Wall Street Journal]

JUMENTO DO DIA

José Eduardo Bettencourt, presidente do Sporting

Dantes o Sporting não tinha equipa, agora não tem equipa, treinador, director desportivo e, muito provavelmente, nem terá um presidente.

AVES DE LISBOA

Fuinha-dos-juncos [Cisticola juncidis]
Parque da Bela Vista

FLORES DE LISBOA

tronco de uma oliveira na Quinta das Conchas

QUEM PERDEU A DÉCADA?

«A nossa falta de dinamismo sócio- -económico vem na cultura de parasitismo, direitos adquiridos, requintes, imposições e exigências, tudo pago pela tributação dos que produzem. Como novos-ricos, ganhámos hábitos refinados sem saber lidar com eles. Não se pensa em produzir como rico, mas em consumir como rico. Imitamos os europeus no centro comercial, não no emprego. Temos defesa do consumidor, ambiente, cultura, emprego, sexo. Só não há defesa do trabalho, empresa, produtor, desenvolvimento. Impomos muitas reivindicações, poucas realizações.

O que mais choca na vida nacional é o alheamento político desta realidade, a irresponsabilidade de discursos e programas governamentais. Quem, perante a estagnação, fala de TGV e plano tecnológico, multiplica portarias, empola serviços, satisfaz interesses instalados, tudo à custa do orçamento, revela total incapacidade de vislumbrar o real problema do País. A nossa política centra-se em projectos fúteis e questões laterais e vistosas, como avaliação de professores e distribuição de portáteis, sem lidar ao essencial, o ensino. O Governo não cria condições para a recuperação; cria obstáculos por distracção.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Por César das Neves.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

O SONHO DE ESCREVER

«Osonho de escrever é tornar em letras aquilo que só se sente quando se tenta tornar em letras aquilo que se sente ou imagina. Não porque se sente ou imagina, mas por querermos achar em nós próprios algumas coisas que dêem para tornar em palavras.

Muito mais do que a reprodução das espécies, que consiste em ter filhos, conseguir escrever consiste apenas em sermos pais involuntários de nós próprios. Escrever é a masturbação duradoura. Têm razão os filisteus que não gostam de intelectuais: é tudo masturbação. Mas preservada. E reproduzida. A masturbação, em latim, tem um "mas" que se acrescenta a um turbamento. O "mas" é a chamada à realidade: tu podes bater as punhetas que quiseres, mas a pessoa em cuja honra as bates está-se nas tintas (turvadas, como faz o choco perante uma ameaça) para ti.

Escrever é um triunfo parecido: vimo-nos e incitamos outros a virem-se, sem a autorização da pessoa que invocámos sem consulta ou convite. Ela ou ele não nos liga nenhuma - mas nós escrevemos à mesma, como se eles fossem susceptíveis aos nossos mais limpos desejos.

Alguma coisa proclama, como no tédio entesado do I Want You de Bob Dylan, que escrever, tal como falar ou vestirmo-nos bem, é uma maneira de chamar a atenção, dizendo a verdade."Tu pões-me tão maluco que não consigo mentir-te, mesmo quando é para meu bem e não te fizesse mal nenhum." É esta a sensação e a mais ou menos eficaz incompetência de quem ama. E de quem escreve.

Assim seja sempre.» [Público]

Parecer:

Por Miguel Esteves Cardoso.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

DEPOIS DE CASA ROUBADA...

«A Inspecção-Geral de Finanças (IGF) já iniciou a auditoria à REN para apurar eventuais ilegalidades relacionadas com o processo “Face Oculta”, disse fonte da eléctrica ao Económico.
Os responsáveis das Finanças foram recebidos pelo próprio José Penedos, presidente da REN e um dos 15 arguidos no processo, de acordo com a mesma fonte.»
[Diário Económico]

Parecer:

Ridículo, o tratamento vip dado pelo presidente da REN aos auditores.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a José Penedos se está à espera de ser ilibado pela auditoria.»

JULGAMENTO DE ANTÓNIO PRETO ADIADO SINE DIE

«Como os arguidos e empresários da construção civil Virgílio Sobral de Sousa e Jorge Silvério têm outros processos pendentes em tribunais administrativos e fiscais de Sintra e Funchal, o que a 27 de Outubro levou à suspensão do início do julgamento, a defesa de António Preto pretende agora que o deputado seja julgado em separado dos dois empreiteiros e da empresa Serbro-Construções Imobiliárias.

António Preto e os dois empreiteiros respondem em julgamento, em co-autoria, por um crime de fraude fiscal qualificada, estando o primeiro ainda acusado de um crime de falsificação de documento, num processo em que o Ministério Público alega que, entre Abril e Outubro de 2002, o político recebeu dos arguidos Virgílio Sobral de Sousa e Jorge Silvério um montante aproximado de 150 mil euros em numerário, "sem que tivesse prestado serviços [como advogado] que justificassem tais recebimentos". » [Jornal de Notícias]

Parecer:

Por este andar nunca vai ser julgado.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»

CASO FREEPOR LÁ DEU MAIS UM PASSINHO

«José Paulo Bernardo Pinto de Sousa, primo do primeiro-ministro, foi hoje, segunda-feira, ouvido no Departamento Central de Investigação e Acção Penal, no âmbito do caso Freeport.
Segundo disse fonte judicial à Lusa, o primo de José Sócrates foi ouvido durante a manhã, nas instalações do DCIAP, em Lisboa, segundo a mesma fonte, que confirmou uma notícia avançada durante a tarde pelo site da revista Sábado.»
[Jornal de Notícias]

Parecer:

A este ritmo até parece que o Ministério Público está a guardar o caso Freeport para a véspera das próximas eleições.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Pinto Monteiro se não tem pressa agora que nada parece apontar para Sócrates.»

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