quinta-feira, dezembro 31, 2009

2009


O ano de que nos livraremos mais logo foi um mau ano para os portugueses e para a democracia, um ano marcado pela crise económica, pela canalhice política, por golpadas judiciais, por tudo o que não deveria suceder quando o país enfrenta uma grave crise económica e tem poucas soluções para a superar.

Em vez de estarem a discutir soluções para o desemprego as nossas “grandes” cabeças esgotam os seus neurónios a emitir doutos pareceres sobre se as escutas abusivas e ilegais feitas a Sócrates devem ou não ser tema de conversa de varinas. Não se ofendam as varinas que já nem sequer existem, refiro-me às elites da treta deste país que por estarem cada vez mais ricas e nada sofrerem com a crise financeira preferem dedicar-se aos golpes palacianos numa disputa contínua pelo poder.

O maior partido da oposição não resistiu à tentação do oportunismo dos cavaquistas, gente que durante anos se dedicou ao enriquecimento, alguns deles protagonizaram mesmo a maior burla da história de Portugal, em vez de uma liderança à altura do país foram buscar para líder alguém cuja única “qualidade” é ser amiga de Cavaco Silva. O resultado foi o que se viu, um programa zipado, a tentativa de golpada com recurso a manobras conspirativas protagonizadas por um braço direito de Cavaco Silva e uma derrota política nas legislativas.

Agora chegamos ao ridículo de ver a direita do PSD integrar uma “maioria parlamentar” onde o papel de falso primeiro-ministro parece ter sido entregue a Francisco Louçã, tudo isto com o carinho especial de Cavaco Silva pelos entendimentos parlamentares, ele que sempre os desprezou e que ainda há bem pouco tempo vetou diplomas votados por maiorias parlamentares expressivas, até mesmo por votações unânimes.

A política portuguesa transformou-se na arte da canalhice, onde tudo vale, onde um Presidente só sabe dizer que anda preocupado e a justiça decidiu intervir na política um desrespeito grosseiro pelos mais elementares princípios da justiça e da democracia.

Temos uma classe política que não se cansa de verter lágrimas de crocodilo pelos muitos portugueses que estão no desemprego ou que enfrentam graves dificuldades, ou de fazer roteiros da miséria, mas a verdade é que uma boa parte desta gente festejou o estalar da crise, excitaram-se com o aumento dos preços do petróleo e dos produtos alimentares, fizeram uma festa cada vez que os indicadores apontavam para o agravamento da crise internacional. A verdade é que uma boa parte da nossa classe política está mais interessada no seu estatuto, em manter os seus cargos ou em conquistar poder do que na situação dos portugueses, temos uma classe política (sem exclusão de nenhum partido) onde há canalhas a mais.

Portugal termina 2009 afundado numa grave crise económica, sem meios para combater os problemas estruturais da economia, com uma classe política que não está à altura dos problemas que o sistema político enfrenta, com uma justiça transformada em promotora de julgamentos sumários na praça pública, um Presidente muito preocupado como diz, mas com a sua reeleição.

O ano de 2009 foi um dos piores anos da democracia portuguesa não só porque todos percebemos que mais de trinta anos de uma democracia tutelada por grupos corporativos, conduzida por elites oportunistas e gerida por uma classe política cada vez mais canalha conduziram o país a um beco sem saída, sem soluções e sem gente à altura de resolver os problemas, pior ainda, sem lideranças que se preocupem efectivamente com os mais pobres.

2009 foi um mau ano e 2010 não promete nada de bom. Veremos.

Umas no cravo e outras tantas na ferradura

FOTO JUMENTO

Barcos rabelo em Vila Nova de Gaia

IMAGEM DO DIA

[Bullit Marquez/Associated Press]

«STEADY FLOW: Lava flowed from the crater of Mayon volcano in Legazpi, Philippines, Tuesday. About 50,000 have been evacuated to temporary housing since the volcano began erupting.» [The Wall Street Journal]

JUMENTO DO DIA

Carlos César, presidente do Governo Regional dos Açores

Carlos César decidiu juntar-se a Louçã no lançamento da candidatura presidencial de Manuel Alegre com o argumento de que o candidato derrotado nas últimas presidenciais pode unir a esquerda. César está enganado, Alegre não só não consegue unir a esquerda como nunca conquistará o centro e isso significa a vitória de Cavaco Silva.

Aliás, duvido mesmo que depois de todas as diatribes que fez para promover o Bloco de Esquerda consiga sequer unir o PS, muitos dos que lutaram pelo seu partido não lhe perdoarão tudo o que fez com o objectivo de desgastar Sócrates. É também muito pouco provável que venha a contar com o voto do PCP, os comunistas nunca lhe perdoarão o apoio às iniciativas do Bloco de Esquerda.

Uma candidatura de Manuel Alegre, com ou sem o apoio do PS, significará a vitória de Cavaco Silva.

O BOM USO DA CELEBRIDADE

«OTimes de Londres escolheu o Britânico do Ano: Joanna Lumley. Quem? A actriz da série de humor Ab Fab, que passou na RTP2. Mais uma escolha do engraçadismo dominante? Nada. A homenagem é por ela ter protagonizado um episódio em que a Inglaterra recuperou a honra. Os nepaleses gurkhas foram uma tropa de élite que serviu o império britânico. Depois, foi a habitual ingratidão (Portugal conheceu igual, com os comandos guineenses). Velhos combatentes gurkhas, com mais Victoria Crosses ao peito do que outro grupo de homens, foram expulsos da Grã-Bretanha. À frente do Ministério da Defesa londrino há uma estátua de bronze ao gurkha, "o mais bravo dos bravos", mas os de carne e osso eram escorraçados. O pai de Joana Lumley tinha combatido com eles, o que espicaçou a responsabilidade dela. Em 2009, ao lado dos velhos, tisnados e baixotes gurkhas começou a aparecer esta loura que costuma fazer o papel de burra boazona. E o que impressionou o Times foi a inteligência e discrição da actriz. Depois de uma audiência com o primeiro-ministro Brown, ela comprometeu-o: "Eu acredito na integridade deste homem." E quando a justiça foi reposta, ela escondeu os seus tacões altos e a boca púrpura por trás da alegria dos velhos soldados. A Grã-Bretanha continua grande. » [Diário de Notícias]

Parecer:

Por Ferreira Fernandes.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

A AUJTORIDADE DA CONCORRÊNCIA MOSTROU SERVIÇO

«A Autoridade da Concorrência (AdC) condenou cinco empresas de restauração ao pagamento de multas no valor global de 14,720 milhões de euros, por práticas lesivas da concorrência no mercado das refeições e serviços e exploração de refeitórios, cantinas e restaurantes, num caso que ficou conhecido como ‘cartel das cantinas'.

As empresas condenadas foram a Eurest Portugal (5,207 milhões de euros), a Trivalor, que detém as unidades Gertal e Itáu (6,778 milhões de euros), a Uniself (1,742 milhões), a ICA/Nordigal (634 mil euros) e a Sodexo Portugal (357 mil euros).» [Correio da Manhã]

Parecer:

Veremos os resultados depois dos recursos. Para já parece que a AdC queria compor as estatísticas de 2009.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se.»

AJUDA INSUFICIENTE PARA OS AGRICULTORES

«O Governo anunciou esta quinta-feira a criação de uma linha de crédito de 50 milhões de euros com juros bonificados para responder aos prejuízos causados pelo mau tempo de há uma semana nos distritos de Leiria, Lisboa e Santarém.

Em comunicado, o Governo adiantou que foi igualmente decidido no Conselho de Ministros de hoje accionar "de imediato os apoios no âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER)" no valor de 18 milhões de euros de forma a permitir "o financiamento a fundo perdido de 50 por cento do restabelecimento do potencial produtivo perdido".» [Correio da Manhã]

Parecer:

Para os agricultores que estejam endividados mais crédito, mesmo bonificado de pouco serve.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Acompanhem-se os agricultores.»

PRESIDENTE DO SUPREMO ARRASA MP NO CASO DAS ESCUTAS A SÓCRATES

«A posição de Noronha do Nascimento quanto ao teor das escutas foi esta: “O conteúdo dos 'produtos' em que interveio o PM, se pudesse ser considerado, não revela qual facto, circunstância ou referencia de ser entendido ou interpretado como indício ou sequer como uma sugestão de algum comportamento com valor para ser ponderado em dimensão de ilícito criminal”, lê-se no despacho (ver documentos relacionados).

Se do ponto de vista da matéria de facto o presidente do Supremo declarou que não havia indícios, Noronha do Nascimento também apontou falhas à investigação de Aveiro por não ter considerado as regras do Código do Processo Penal quanto a escutas telefónicas ao Presidente da República, presidente da Assembleia da República e primeiro-ministro. “Por isso, a desconsideração das regras sobre a forma (ou, em rigor, dos procedimentos de realização e controlo) tem consequências sobre a matéria”, escreveu o presidente do STJ.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Haja alguém que não tenha medo dos magistrados do Ministério Público.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «O Noronha do Nascimento que tenha muito cuidado como fala com os amigos ao telefone, andam por aí uns tipos com muita imaginação.»

MULHERES DOMINAM A JUSTIÇA

«A maioria dos 1381 procuradores do Ministério Público já são mulheres. Nos tribunais, o sexo feminino também é o mais forte: 978 dos 1919 lugares de magistrados judiciais são ocupados por elas. E até entre os advogados a vantagem mantém-se: dos 27 623 existentes no País, os homens não chegam a atingir a metade (13 775).

Os dados, divulgados ontem pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), mostram que as mulheres com funções na justiça em Portugal continuam a aumentar. » [Diário de Notícias]

Parecer:

Mais do que as mulheres o que domina a justiça é a incompetência.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Façam-se estatísticas para distinguir competentes de incompetentes porque o problema da justiça não está na pilinha ou não pilinha.»

MÁ ORGANIZAÇÃO É A PRINCIPAL CAUSA DA BAIXA DA PRODUTIVIDADE

«"Portugal até não é dos países onde se trabalha menos, a questão é o valor que se cria", comentou o director de Economia da Associação Industrial Portuguesa (AIP), Rui Madaleno, à Lusa.

Para o responsável da AIP, a melhoria da produtividade implica uma série de mudanças a nível "do produto que é oferecido, o que implica investimento, organização do trabalho, burocracia, atitudes e qualificação profissional".» [Diário de Notícias]

Parecer:

Não é nada de novo.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a conhecer às associações patronais.»

TU POR GAMANÇORISTAS DE BEJA PRESOS EM PALM BEACH POR GAMANÇO

«Um casal de turistas de Beja está detido desde segunda-feira em Palm Beach Gardens, nos EUA, acusado de furtos em lojas no valor de 700 dólares (cerca de 500 euros).

Citando fontes da polícia, o jornal “Palm Beach Post” revela que os portugueses são acusados de ter praticado roubos no valor de 300 dólares cada (cerca de 200 euros) em pelo menos duas lojas de um centro comercial, tendo cortado os alarmes anti-roubo com recurso a um alicate, e de posse de um dispositivo de inactivação de alarmes. » [Jornal de Notícias]

Parecer:

Espertinhos...

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguentem-se.»

BORIS SITNIKOV

BREAST CANCER ALLIANCE

quarta-feira, dezembro 30, 2009

Empresa na hora

É um costume português divertirmo-nos com os nomes que são dados a pessoas, temos bons exemplos vindos do Brasil ou de África, mas a introdução do registo civil em Portugal também converteu algumas alcunhas curiosas, já conheci os “do Ó”, os “Enxota Moscas” e até um “Margalho Comprido”, “Margalho” da parte da mãe e “Comprido” da parte do pai.

Com o passar dos anos muitos apelidos vão desaparecer mas isso não significa que não nos possamos divertir com nomes, graças à “Empresa na Hora” passaremos a ter no nome das empresas portuguesas uma fonte de humor. Para poupar o penoso processo de registo do nome das empresa o site da “empresa na hora sugere uma lista de nomes que dispensam burocracia.

Se alguma vez encontrar uma loja chamada “Vibração Genuína” não receice estar a entrar numa “sex-shop”, nem tudo o que vibra sugere a brincadeira, pode muito simplesmente ser uma padaria, a “Padaria Vibração Genuína”. Se vir uma montra com o nome “Caprichos Selvagens” não tenha medo de entrar, em vez de um bordel pode ser uma pastelaria especializada em doçaria à base de frutos silvestres.

Se for à Madeira e der com o “Estrelícia Negra” não pense que se trata do bordel que ficou famoso devido a uma telenovela da TVI rodada naquela região, pode ser uma florista. Se der com uma empresa chamada “Desfolhada Alegre” não comece logo a pensar em coisas pecaminosas ou a imaginar que é uma associação de ex-namoradas de Manuel Alegre, pode ser muito bem uma florista criada na hora.

Imaginemos, por exemplo, que a seguir às próximas directas Manuela Ferreira Leite decide criar a sua empresa na hora, pois aqui ficam algumas sugestões: “Vozes Caladas”, “Volta Direita”.

Se o empresário fosse Paulo Rangel seria um sortudo pois não lhe faltam sugestões adequadas, poderia escolher como nome para a sua empresa “Brilhantódromo”, “Brilho Irresistível”, “Brincadeiras & Travessuras”, “Turma das Mascotes”, “Célebre Estreia”, “Direita Fenomenal”.

Os nossos magistrados do Ministério Público são uns sortudos pois não lhes faltam sugestões de nomes, os investigadores do caso Freeport poderão lançar a "Segredo de Culto". Para Pitno Monteiro a sugestão é a empresa "Segredos da Capela", podendo ainda escolher entre “Criação Soberba”, “Cubo Vaidoso” ou “Segredos Contados”. Para o senhor Palma a sugestão é "Segredos Favoritos".

Maria José Nogueira Pinto, a falhada candidata a ministra da Saúde, poderá juntar-se ao marido e alargar o universo empresarial da família criando empresas como a “Zona Quente”, a “Violeta Africana” ou a “Elegância Colonial”.

Quem se deve apressar para não perder a oportunidade é Pinto da Costa, ainda vai a tempo de dr o nome de “Elegant Dragon” a uma das suas empresas, o ideal seria constituir uma petrolífera mas, como ele próprio reconheceu há menos petróleo nas Antas do que no Beato.

Até os nossos amigos do BE, que não são tão avessos ao capital como se constatou pelas suas carteiras de acções, poderão lançar as suas empresas, Louçã pode criar a "Génio da Lâmpada", Joana Amaral Dias a "Palavras Cálidas" ou a "Porção Exacta", Ana Drago a "Palmo de Altura", Miguel Portas pode criar a "Perto do Paraíso".

No PCP será de assistir à criação de um universo de micro-empresas, Bernardino Soares terá a “Heróis & Palhaços”, Jerónimo de Sousa poderá optar pela "Ideias em Uníssono" ou pela “Ideias Suspensas”. No mundo sindical poderemos ver Mário Nogueira criar a “Modéstia à Parte” e Carvalho da Silva entreter-se na “Dança de Encontros” a pensar no famoso café com António Costa.

Pacheco Pereira, uma mente tão brilhante quanto incompreendida, pode iniciar a sua actividade empresarial com empresas como a “Vírgula e Continua”, a “Virtuosos Dons”, a “Variante do Saber”, a “Trenó do Saber”, a “BlogLégua”, ou a "Quarto Minguante".

Quando Cavaco Silva a Presidência e a mão não tremelicar muito mais do que já tremelica poderá dar início a um novo roteiro, o roteiro das empresas. O por enquanto Presidente poderá escolher nomes como “Bússola da Razão”, “Cajado de Sonhos”, “Cartada Decisiva”, “Distinto Capitão”, "Página de Recados" ou "Sentinela de Pedra". Até a Dona Maria poderá criar empresas como a “Canela Angelical”, a “Caprichos Selvagens” ou a ”Flor do Convento”. O assessor a “Vespinha Azul”, a “Truques Úteis”ou a “Chuva de Segredos”.

Se perder as próximas autárquicas António Costa pode aproveitar a experiência adquirida na autarquia lisboeta e criar a “Feiticeiro da Cidade”.

Se a família Moniz não conseguir voltar a encher os ecrãs da TVI com o botox do Jornal da Sexta, Manuela Moura Guedes não precisa de esperar que as rugas metam o beiços em evidente e pode iniciar uma vida empresarial criando a : “Eternelixir” ou a “Fabulosa Curva”.

A família Saldenha Sanches pode alugar mais umas habitações na Av. Guerra Junqueiro para alargar o seu grupo empresarial familiar, transformando residências em espaços empresariais graças a falhas dos regulamentos municipais. A Procuradora pode criar, por exemplo, a “Fantásticas Descobertas” a “Diva d’Esplendor” ou mesmo a “Mito de Afrodite” e o conhecido professor das bolas pretas pode lançar a “Douta Referência”.

Se Paulo Portas for obrigado a regressar à actividade privada pode muito bem associar-se a uma universidade privada, comprar um Jaguar e constituir uma nova empresa de sondagens, a “Amostras Suspeitas”.

O professor Marcelo também é um sortudo pois não lhe faltam nomes sugestivos como “Inspiração aos Molhos”, Papagaio Traquina” ou “Momentos Hilariantes”.

Vital Moreira é um sortudo, pode inspirar-se no seu blogue e pode criar a empresa “Causa Breve” ou inpirar-se nas últimas eleições europeias e escolher “Dircurso de Vencedor”.

Não se pode deixar Armando Vara de lado pois graças a um desconhecido procurador de província se transformou na maior fonte do anedotário nacional, para o administrador do BCP sugiro nomes como “Vira Tostão”, “Código d’Ofertas”, "Sinónimo de Cifrão" ou “Envelope Mágico”.

Felícia Cabrita, a jornalista que consegue sacar mais segredos de alcofa ao Ministério Público não precisa de recear pelo desemprego se um dia destes Pinto Monteiro conseguir acabar com o regabofe da violação dos segredo de justiça, entre muitos nomes sugiro-lhe o "Rico Baloiço".

Depois de tanta actividade empresarial e intelectual desenvolvida antes desta maçada de ser primeiro-ministro, não nos podemos esquecer de José Sócrates. Quando conseguirem livrar-se do primeiro-ministro, nem que para isso os procuradores se tenha de juntar e correr com ele à pedrada, o secretário-geral do PS poderá vir a ter uma intensa actividade empresarial com empresas como a “Vida Bizarra”, a “Vermelho Desbotado” ou a “Currículos Virtuosos”.

Santana Lopes, um dos políticos portugueses com maior capacidade de iniciativa, não deixará de se dedicar ao mundo empresarial já que devem ser poucos os amigos que o convidarão para os respectivos escritórios de advocacia. Se um dia depararmos com empresas chamadas “Utopic Night”, “Trilho Perdido”, “Bullet Love”, “Cabaz de Fantasia”, “Click Atrofiado”, “Crazynauta” ou Mergulhenight” não teremos dúvidas de que farão parte do grupo empresarial PSL.

Manuel Alegre poderá provar aos portugueses que para além de viver à custa do mecenato parlamentar e de ser um bom poeta consegue criar emprego poderá inspirar-se na opção de Sócrates de apoiar a candidatura de Soares pode criar a "Versos Trocados”, ou associar-se a Helena Roseta e constituir a “Valetes e Poetas”, se optar por um percurso empresarial sem sócios pode constituir a “Vaidade Alegre”, se quiser transpor a sua visão política para o mundo empresarial lançará a “Cenário de Fantasia”.

Umas no cravo e outras tantas na ferradura

FOTO JUMENTO

Mesquita de Lisboa

IMAGEM DO DIA

[Altaf Qadri/Associated Press]

«A SHOW OF FAITH: A Shiite Muslim held knives as men flagellated themselves at a mosque on Ashura in Amritsar, India, Monday.» [The Wall Street Journal]

JUMENTO DO DIA

Paulo Rangel

O eurodeputado do PSD decidiu ter protagonismo político à custa do mau tempo e lançou a ideia de recorrer ao fundo de solidariedade da UE. É evidente que o que motiva Rangel não é a preocupação com os agricultores mas sim criar matéria para dar ares de quem cumpre com o seu papel de deputado europeu, esquecendo intencionalmente que o recurso aos fundos comunitários obedece a regras e não é discutido na praça pública.

PENSO, LOGO ACHO (O MEU ADEUS AO DN)

«Eu comecei a escrever uma coluna no DN em Julho de 2003, e desde então tenho distribuído todas as semanas as minhas opiniões pelas páginas deste jornal - ou, como diria Marques Lopes, "achei" sobre tudo e mais alguma coisa. Tive como directores Mário Bettencourt Resendes, Fernando Lima, Miguel Coutinho, António José Teixeira e João Marcelino, e nenhum deles jamais fez qualquer observação sobre aquilo que escrevi. Nesse aspecto, o DN sempre foi, para mim, um espaço exemplar de liberdade. Não sou dado a nostalgias, mas no momento em que, ao fim de seis anos e meio, termina a minha colaboração com este jornal, gostava que isso ficasse bem claro. Sou um privilegiado num país em que muitos não têm a mesma sorte do que eu. A liberdade não se agradece. Terem-me lido, sim. Muito obrigado.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Por João Miguel Tavares.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

MÉDICOS NÃO SE ENTENDEM EM RELAÇÃO À HOMOSSEXUALIDADE

«Os psiquiatras consideram que a homossexualidade não é mutável por acção médica e recusam tratar quem lhes peça este tipo de ajuda. Uma posição diferente aquela defendida pelo parecer do Colégio de Especialidade de Psiquiatria, que hoje deverá ser aprovado (ver texto ao lado), e onde se refere que em alguns casos a orientação sexual pode ser mutável e, que os médicos não devem ignorar os pedidos de ajuda dos homossexuais.

"Se tenho à minha frente um homossexual exclusivo que não aceita esse facto e me pede para ser heterossexual digo que não há tratamento", defende Júlio Machado Vaz. Também o presidente da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria, António Palha, não têm dúvidas que "a homossexualidade não se trata". Uma opinião reforçada por Caldas de Almeida, coordenador nacional para a Saúde Mental: "As pessoas homossexuais não deixam de o ser por causa de um tratamento com o psiquiatra".» [Diário de Notícias]

Parecer:

É evidente que há na Ordem dos Médicos quem esteja interessado em dar argumentos à homofobia.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se à Ordem dos Médicos que diga quando é que considera que a homossexualidade é "incurável".»

PARECE QUE A ORDEM PÔS ORDEM NO ASSUNTO

«O Conselho Nacional Executivo da Ordem dos Médicos reiterou que não existe qualquer tratamento para a homossexualidade. Apoiado num parecer do Colégio de Psiquiatria, este órgão entende que a homossexualidade não é uma doença, mas sim uma variante do comportamento sexual.

O Conselho Nacional Executivo da Ordem dos Médicos emitiu, esta terça-feira, uma nota em que reforça que a homossexualidade não tem tratamento.» [TSF]

Parecer:

Era de esperar.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprove-se.»

PS DIZ QUE CAVACO SE PÔS AO LADO DA OPOSIÇÃO

«Strecht Ribeiro, vice- presidente da bancada socialista, refere que a decisão do Presidente de promulgar o diploma - aprovado pela oposição, tendo o PS votado contra - "é um direito que lhe assiste, mas pôs-se do lado dos que defenderam por um ano o adiamento da entrada em vigor do Código. Pôs-se lado dos defensores do adiamento da lei, por muitas observações que faça".

Opinião diferente tem a oposição. O PSD considerou que, ao promulgar o diploma, Cavaco deu "um empurrão claro" para que o Governo altere o Código Contributivo. Rosário Águas, vice-presidente do grupo parlamentar, lembrou que "o PSD sempre entendeu que o Código Contributivo devia ser alterado". » [Diário de Notícias]

Parecer:

O PS está enganado, há muito que Cavaco Silva é ele próprio a oposição.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Proponha-se um candidato presidencial para promover o despejo do Palácio de Belém.»

POR AGORA A GRIPE A JÁ PASSOU

«A primeira onda de gripe A em Portugal já passou e, na prática, o País já saiu da pandemia. Depois de ter vivido o pico da doença nas últimas duas semanas de Novembro, o número de novos casos tem vindo sempre a descer e "neste momento, já estamos "numa situação normal", explicou ao DN o epidemiologista Mário Carreira, da Direcção-Geral de Saúde (DGS).

Aliás, a semana de 24 de Novembro foi aquela em que se venderam mais medicamentos para alívio dos sintomas da gripe (analgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios não esteróides). Desde então, a procura destes medicamentos tem vindo a descer, revelou ontem a associação do sector. » [Diário de Notícias]

Parecer:

Não foi desta que apanhei uma gripe.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se pela próxima vaga da gripe.»

"FIVE YEARS SINCE THE TSUNAMI [Link]

STIX

DUREX (CHINA)