domingo, abril 11, 2010

Semanada

Concluiu-se neste fim de semana o processo de eleição da nova liderança do PSD com a realização de dois congressos em poucas semanas, uma novidade na orgânica do PSD, dantes um congresso servia para escolher o líder, agora o líder é escolhido em directas e são necessários dois congressos, um para organizar uma sessão de casting para os candidatos a líder e outro para os derrotados dizerem que gostam tanto do novo líder que até votaram nele nas directas.

Espremidos os vários dias de congressos mais a sua preparação chega-se à conclusão de que para além de algumas banalidades e dos momentos de divertimento colectivo proporcionado pelo autarca da terra da louça curiosa pouco mais sobra. No PCP os congressos são uma encenação de unidade, mas antes da sua realização promove-se o debate envolvendo todos os militantes, no PSD os congressistas foram eleitos, reservaram o hotel e lá vieram aos congressos ouvir os líderes, no segundo até podiam fazer uma coreografia do tipo norte-coreano ou, por falta de ensaios, uma onda mexicana, já que participaram tanto no jogo como os adeptos do terceiro anel. Quanto a ideias nada ou quase nada, um conselho de velhos para fazer escolhas de altos dirigentes da Administração Pública e a sugestão de Miguel Frasquilho de uma redução salarial.

Também unido em torno da hierarquia da sua Igreja está um papa cujo nome aparece cada vez mais associado à protecção de padres pedófilos em defesa do bom nome da Igreja. Desde que o Vaticano foi posto sob pressão que a hieraquia da Igreja Católica só comete erros, o principal dos quais foi esquecer, agora como quando protegeu os pedófilos, as vítimas da pedofilia. Num beco sem saída o papa decide fazer uma visita de charme e vai reunir com as vítimas, as mesmas vítimas que esqueceu e desprezou durante décadas. AEsperemos que a seguir reúna com as vitimas dos padres espanhóis da guerra civil que beatificou ou com os nazis que fugiram graças a uma Operação Odessa que teve a colaboração activa da Igreja.

O caso dos submarinos emergiu graças às investigações do Ministério Público alemão e foi um suficiente para ver o Paulo Portas a tentar dizer que fez tudo como o António Guterres mandou, o ministro de um governo que dedicou uma boa parte do seu mandato a desmontar e a investigar tudo o que os antecessores fizeram foram logo escolher o maior negócio da legislatura para fazerem o que já teria sido decidido. Quem anda caladinho que nem um rato é Cavaco Silva que ainda não disse ao país que está preocupado com o negócio dos submarinos, nem defendeu que eram mais importante comprar umas canhoneiras para proteger as nossas conquilhas da pilhagem dos espanhóis do que submarinos que só servem para ninguém saber onde estão. Compreende-se o assobiar para o ar de Cavaco Silva, foi ele que primeiro decidiu a aquisição dos três submarinos. Quem também assinou a decisão foi Mira Amaral que há poucos dias voltou a assinar um manifesto contra as energias renováveis e a favor do nuclear, ele que queria que se investisse num projecto megalómano de aproveitamento da energia das ondas ao largo de Peniche. Enfim, amigos de Peniche…

Mas graças aos submarinos o país ficou a saber que um dia destes o processo Freeport ficará concluído algo de que tenho muitas dúvidas, ainda há muitos locais turísticos para os investigadores visitarem, há dias havia um bilhete que sugeria umas viagens à Grécia e não me admiraria nada se aparecesse um bilhete a dizer que o dinheiro que Sócrates terá recebido passou por locais como Bora Bora, Bermudas, Las Vegas e Pantagónia. Enfim, o crime segue as tendências turísticas, depois de Londres, a cidade mais visitada do mundo, há muito por onde investigar.

Quem não precisa de ir muito longe para investigar são os mariolas que andarão a escutar o senhor Palma do sindicato dos magistrados do Ministério Público, poucos dias depois de Emídio Rangel acusar o seu sindicato de ter passado peças de processos à comunicação social eis que o senhor Palma se queixa de ser escutado, são não percebemos que essa preocupação tinha alguma relação com as acusações dos jornalistas.