sábado, junho 12, 2010

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Faro

JUMENTO DO DIA

João Semedo, deputado da extrema-esquerda

O deputado João Semedo não deve ter a noção do ridículo, se a tivesse não tentava condenar José Sócrates por saber o que sabiam todos os portugueses. as suas conclusões só merecem uma gargalhada e ridicularizam a comissão de inquérito, quando se devia discutir se haviam provas acaba-se a analisar o que é ter conhecimento e usa a resposta de Sócrates de que sabia das intenções da PT pela comunicação social para chegar à brilhante conclusão de que Sócrates sabia do negócio.

Ficamos a saber que Sócrates mentiu no parlamento porque sabia do negócio pela comunicação social? Apetece-me mandar este Semedo para um sítio que cheire mal! Acho que devia reservar estes truques para as reuniões do seu partido, no parlamento tem a obrigação de respeitar a inteligência dos portugueses, pelo dos mais inteligentes do que eles, aliás, quase todos.

«A proposta de relatório elaborada pelo deputado João Semedo, hoje divulgada na reunião da comissão, dá como adquirido que José Sócrates tinha conhecimento do negócio quando disse na Assembleia da República que não sabia e, para o provar, aponta, entre outros elementos, as próprias respostas do primeiro ministro à comissão de inquérito.

José Sócrates admitiu que tinha lido notícias nos jornais sobre o assunto, às quais não deu valor por desconhecer o seu fundamento, argumentando que um primeiro ministro não pode comentar assuntos sobre os quais não tinha "qualquer conhecimento formal ou oficial".

Ora, no relatório, João Semedo recusa este argumento, afirmando que, "como é evidente, ambos [o conhecimento formal e informal] constituem conhecimento -- informação adquirida". » [DN]

ESTRATÉGIA DE FASCISTAS

Durante meses José Sócrates foi perseguido pró falsas manifestações espontâneas organizadas com o objectivo de denegrir-lhe a imagem, por vezes eram mais os jornalistas a noticiar os apupos do que a meia dúzia de amigo que os “Mário Nogueiras” arregimentava. Por várias vezes aqui designei por fascista uma estratégia política que pretende calar e destruir sem debate de ideias.

Aos poucos esta estratégia foi perdendo eficácia e deixou de se assistir a apupos. Voltaram agora no Dia de Portugal e das Comunidades. Optei por não comentar, as dificuldades tornam o ambiente explosivo e mesmo num dia do país há um idiota que se lembra de apupar um político e o ambiente é favorável a que alguns o sigam.

Mas orgulhoso da sua estratégia fascista o BE assumiu a responsabilidade. Não só são pequenos fascistas como são estúpidos ao ponto de não se conterem e virem a público assumir a responsabilidade.

«No dia seguinte, 10 de Junho, um grupo de bloquistas de Faro e de outros pontos do distrito marcou presença no público que assistiu, numa das praças da entrada da cidade, à parada e outras actuações de corpos militares, bem como ao discurso de Cavaco Silva.

Os activistas do BE, fizeram coro com os populares que assobiaram a chegada de Sócrates, e, durante toda a parada, levantaram bem alto diversas bandeiras negras “da fome” e uma faixa com os dizeres “Portugal – Vencer a crise com os trabalhadores europeus”.» [BE Faro]

É com o apoio desta gente e sem sua representação que Manuel Alegre quer chegra a Presidente da República?

IDUCAÇÃO SEXUALI

«Ontem, o i fez uma primeira página cujo título principal era "educação sexual nas escolas". Ora educação sexual é o nome de uma área curricular prevista em termos legislativos pelo menos desde a lei de 1984 que, a par da que descriminalizava a interrupção da gravidez em certas circunstâncias, especificava: "Os programas escolares incluirão, de acordo com os diferentes níveis de ensino, conhecimentos científicos sobre anatomia, fisiologia, genética e sexualidade humanas, devendo contribuir para a superação das discriminações em razão do sexo e da divisão tradicional de funções entre mulher e homem". Como 1984 foi há 26 anos, é possível que no i ninguém se lembre. Como é possível que lhe tenha passado ao lado o facto de em 1999, no rescaldo do referendo de 1998 sobre a descriminalização da interrupção da gravidez até às dez semanas (em cuja discussão, recorde-se, toda a gente queria educação sexual nas escolas), ter sido aprovada uma lei mais pormenorizada que consagrava o modelo transversal de educação sexual e a promoção da existência de gabinetes de apoio aos alunos, assim como a disponibilização de preservativos "por meios mecânicos" nos estabelecimentos de ensino secundário desde que as associações de pais e de alunos concordassem. Apesar dos usuais anúncios de apocalipse - no DN, César das Neves comparava a disponibilização de preservativos aos jovens à entrega de mascarilhas a ladrões - a lei lá entrou em vigor e houve até escolas, em lugares de perdição como Moimenta da Beira, que criaram gabinetes de apoio onde se disponibilizam preservativos. » [DN]

Parecer:

Por Fernanda Câncio.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

O INSUSTENTÁVEL PELO DO DISCURSO

«Hoje é dia 11 de Junho. O dia dedicado pelos portugueses a interpretar as palavras de Cavaco Silva do dia anterior. E como elas são sempre tão ambíguas, cabe a cada português pegar numa só e dissecá-la. A mim, calhou "insustentável". Vou lembrar o contexto: "Como avisei na altura devida, chegámos a uma situação insustentável." Pode parecer irresponsável o uso deste adjectivo definitivo: insustentável, aquilo que não se aguenta e há que arrear. Se o Presidente previu, a ponto até de avisar, como é que deixou isto chegar aqui? Entre dois tremoços, um bitaiteiro pode lançar "eh pá, isto tá aqui, tá no charco" e deixar ir. Já o Presidente pode e deve parar antes do insustentável. Isto para dizer que essa, a tese da irresponsabilidade, é de amadores. Eu ando há muito nisto, em discursos de Cavaco Silva, e sei o que ele quis dizer. Insustentável é uma referência literária, (julgo, até, adivinhar de quem foi a sugestão), ao romance A Insustentável Leveza do Ser, de Kundera, cujo título remete para o filósofo grego Parménides (530-460 a. C.). No fim do seu discurso, Cavaco disse: "Este é o tempo de gerar consensos." E foi isso o que ele fez com a tal palavrinha "insustentável": sugeriu um filósofo pré-socrático, como que a dizer que as culpas vêm também de governos pré-socráticos - quiçá, até, dos seus. Ouvir Cavaco é trabalhoso mas é um gosto quando se entende.» [DN]

Parecer:

Por Ferreira Fernandes.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

TODOS OS ANOS 1000 ESTUDANTES VÃO ESTUDAR MEDICINA PARA ESPANHA

«Mil portugueses inscrevem-se todos os anos para estudar nas universidades espanholas, a quase totalidade em Medicina. São praticamente tantos quantos os que entram nas universidades portuguesas, 1508 o ano passado. E são 330 os que pediram para fazer provas específicas, uma novidade do sistema espanhol neste ano lectivo. Segundo o director-geral do Ensino Superior português, "foi a forma airosa encontrada para privilegiar os alunos espanhóis".

Os dados são da Universidade Nacional de Educação à Distância (UNED), instituição através da qual se inscrevem todos os alunos estrangeiros. Indicam que há uma média de mil portugueses a inscreverem-se anualmente, número que tem vindo a aumentar e que é confirmado pelo responsável da Direcção-Geral do Ensino Superior (DGES). Até ao momento emitiram 165 certificados, mas os pedidos aumentam significativamente após a saía das classificações dos exames nacionais. » [DN]

Parecer:

Bem, sempre sai mais barato ao orçamento.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aumentem-se o número de vagas nas universidades portuguesas.»

O 'FRITZL' DO MARANHÃO

«Os brasileiros estão indignados com a descoberta dos crimes do agricultor José Agostinho Bispo Pereira, de 54 anos, que manteve a filha em cárcere privado desde os 12 anos - hoje tem 28. Nesse período, o 'Fritzl do Maranhão', como é chamado numa referência ao austríaco que também sequestrou a filha e a engravidou repetidas vezes (caixa) - teve sete filhos com a própria filha. O facto ocorreu junto da cidade de Pinheiro, interior do estado do Maranhão, Norte do Brasil. O local fica a 2000 km de Brasília e a 3000 do Rio de Janeiro, próximo da floresta amazónica.» [DN]

Parecer:

O mais curioso deste caso é que a comunicação social quase não ligou ao assunto, ao contrário do sucedeu com o caso ocorrido na Áustria que deixou a Europa pregada às televisões. Como o caso envolve o Brasil e gente pobre quase ninguém liga ao assunto, até parece que é normal.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»

RUAS DE OLIVENÇA VOLTAM A TER NOMES PORTUGUESES

«As ruas de Olivença voltam a partir deste fim-de-semana a ostentar os nomes originais portugueses. "Era uma velha aspiração", diz ao DN o presidente da associação Além Guadiana, Joaquín Fuentes Becerra, de quem partiu a proposta de recuperar os velhos nomes das ruas oliventinas. "É uma maneira de desvendar parte do nosso passado português, de os oliventinos descobrirem aspectos pouco conhecidos da sua história."

A toponímia original das ruas, que nalguns casos remonta à Idade Média, é inspirada nos antigos grémios de artesãos (como as ruas dos Oleiros e dos Saboeiros), em pessoas notáveis da vila (becos de Rui Lobo e João da Gama, faceira de Afonso Mouro, rua de Maria da Cruz) ou em santos de devoção popular (entre os quais São Bartolomeu, São Bento e Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Portugal). » [DN]

Parecer:

Um pequeno passo numa situação que envergonha Portugal e Espanha.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Exija-se a devolução de Olivença no quadro das exigências espanholas em relação à soberania de Gibraltar.»

FERNANDO NOBRE DEIXOU DE SER MONÁRQUICO

«O candidato presidencial Fernando Nobre afirma-se republicano, mas teve no passado militância monárquica, aliás já assumida pelo próprio, numa entrevista à revista Sábado. "Pertenci há uns anos à Causa Real", disse, afirmando-se "simpatizante" dos ideiais monárquicos porque "a História de Portugal não começou em 1910". "Temos quase nove séculos de história. Vamos apagar oito e olhar para os últimos cem anos?"

Além do mais, Nobre é também presidente da Assembleia Geral (com o mandato suspenso) do Instituto da Democracia Portuguesa (IDP), um organismo de reflexão que é assumidamente simpatizante da causa monárquica, e que, aliás, tem no pretendente ao trono, Duarte de Bragança, o seu presidente da honra.

Apesar destas militâncias, Nobre afirmou mais recentemente, numa entrevista DN/TSF (domingo) que é uma "inverdade» [DN]

Parecer:

Assim fiamos mais descansados, se ganhar as presidenciais não vai entregar o "trono" a D. Duarte.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se por mais mudanças.»

DON PAULSON

HAWAIIAN TROPIC