domingo, julho 25, 2010

Semanada

Pedro Passos Coelho voltou a derrotar os seus ex-adversários nas directas para a liderança do PSD, desta vez de forma humilhante, diria mesmo pouco digna para os derrotados. Tanto Aguiar-Branco como Paulo Rangel manifestaram a sua discordância em relação ao projecto de revisão constitucional apresentado pelo líder, Aguiar-Branco discordou mesmo de todas as linhas gerais e do calendário, mas na hora da votação optaram por se comportar com obediência canina e votaram a favor. No PSD a dignidade é inversamente proporcional às expectativas de poder, convencidos de que Passos Coelho chegará ao poder uma boa parte dos notáveis do PSD estão disponíveis para serem convertidos em rolos de papel higiénico a ser usado no WC do presidente. O que pode esperar o país de um governo formado por cobardes e lambe-botas?

A cobardia no PSD não é exclusivo das segundas figuras do partido, no caso das SCUT o líder também deu um exemplo do que seria um governo seu, incapaz de encontrar um critério que não excluísse alguns dos seus clientes foi incapaz de chegar a acordo. Percebe-se agora porque tanto quer uma maioria absoluta, sem essa maioria será incapaz de tomar uma decisão que vá contra os interesses que os apoiam, os autarcas que dominam o aparelho do partido ou que se traduza em perda de votos.

Cavaco Silva foi a África fazer algo que há muito não faz em Portugal, inaugurar fábricas, resta saber como se terá sentido a inaugurar a fábrica de tijolos do Coelhone, deve ter sido como se tivesse apanhado com um tijolo na cabeça!

Além de se juntar ao Bloco de Esquerda e ao PCP para impedir o governo de governar, o PSD foi mais longe e recorreu a mais à coligação do ódio para impedir alterações ao regime de inspecção de veículos. É bom recordar que a inspecção automóvel foi lançada por Cavaco Silva e na ocasião as licenças para centros de inspecção foram generosamente distribuídas por gente do PSD. Foi precisamente com uma dessas empresas que um conhecido dirigente do PSD manteve uns negócios que serviram para comprar votos de militantes do PSD que ajudaram a elegê-lo presidente de uma distrital, votos que foram igualmente usados para eleger líderes nacionais.