sexta-feira, julho 30, 2010

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Cozinhar ao ar livre em Lisboa

JUMENTO DO DIA

Investigadores do caso Freeport

Os investigadores portugueses têm o velho costume de deixar uma suspeição no ar quando não conseguem encontrar provas da culpa, em Portugal que cai nas malhas da justiça, ou é culpado ou fica eternamente a aguardar por melhor prova, raramente alguém é inocente.

No caso Freeport os investigadores andaram durante seis anos em busca de culpados, viajaram, pediram ajuda ao estrangeiro, investigaram tios e primos, passaram tudo a pente fino e nada. Ainda por cima como Sócrates não era arguido nada podiam concluir.

Mas eis que ficámos a saber que Sócrates será um eterno suspeito, os coitados dos investigadores foram surpreendidos pelos prazos e depois de seis anos de investigações não tiveram tempo de fazer umas perguntas ao primeiro-ministro, que grande azar!

Conhecidas as perguntas a conclusão a que se chega é que estamos perante uma provocação, os procuradores em seis anos não tiveram tempo de perguntar a Sócrates se conhecia ou era parente de algum dos arguidos?

É evidente que com procuradores destes a justiça portuguesa é a treta que é!

«Os procuradores do Ministério Público que investigaram o caso Freeport tinham 27 perguntas para fazer ao primeiro-ministro José Sócrates, mas a imposição de prazos para o fim do processo impossibilitaram a inquirição.

Esta é a justificação que consta no despacho final do processo, que o jornal Público hoje cita. Tendo em conta o prazo estipulado para o fim do inquérito e uma vez que o primeiro-ministro só pode ser ouvido com autorização do Conselho de Estado, os procuradores escrevem que a audição de José Sócrates fica 'por ora inviabilizada'.

Segundo a mesma fonte, os magistrados tinham também dez questões a colocar a Rui Nobre Gonçalves, antigo secretário de Estado que, tal como o então ministro do Ambiente, foi uma das principais figuras do processo de aprovação do outlet de Alcochete. » [DN]

EXTORSÃO?

Primeiro constituíram arguidos que teriam cometido um crime em relação ao qual não haviam provas, como não poderiam arquivar um processo que gastou milhões de euros aos portugueses encontraram dois potenciais culpados de ... extorsão, melhor, suspeitos de extorsão. Se ninguém se queixou da tentativa de extorsão como é que os investigadores vão provar que tal tentativa existiu?

Os contribuintes têm as costas largas e depois de pagarem os ordenados aos investigadores nestes seis anos mais as viagens a Londres, ainda vão ter de pagar mais uns largos milhares de euros em julgamentos.

ISTO SIM QUE É UM SINDICATO, DE MERDA, CLARO!

O obtuso sindicato dos magistrados do MP promete apoio judiciário aos investigadores do Caso Freeport, os tais senhores que durante anos viajaram por onde quiseram, investigaram tudo o que conduzisse a Sócrates e assistiram impávidos e serenos à fuga de peças processuais. É o mesmo sindicato que ajudou a tramar outro magistrado por supostamente ter feito pressões sobre estes investigadores, que depois de um almoço entre amigos foram fazer queixinhas que serviram para tramar o colega. Com amigos e sindicatos destes não precisamos nem de inimigos nem de patrões.


'GOLDEN SHARE', CERTA OU ERRADA

«A 2 de Julho, depois de a golden share impedir a venda da Vivo, escrevi uma crónica aqui. Golden share, certa ou errada? Disse: 1) os capitalistas votaram, uns "sim" e outros "não", segundo os seus interesses; 2) o Governo votou "não" porque sendo o seu interesse o do País, havia argumentos nacionais para a PT guardar a ligação ao Brasil. Disse isso, mas acrescentei a hipótese de o Governo - que estivera certo em marcar uma posição - poder ter cometido um disparate financeiro. É que havia gente sábia, como Belmiro de Azevedo (que construiu a Sonae), que garantira: "É muito difícil haver outra oportunidade como esta para vender." E Ricardo Salgado (dono do BES), que dissera que a Telefónica, irritada por não comprar a Vivo, podia comprar a PT toda... Então, golden share, certa ou errada? Escrevi a 2 de Julho: "(...) daqui a dias, se a Telefónica pagar os 7,15 mil milhões já prometidos, a PT não perdeu nada e o Governo marcou uma posição. Se forem menos de 7,15 mil milhões arrecadados, então, o Governo errou. Daqui a dias vamos tirar a limpo." Tiramos a limpo: foram 7,5 mil milhões. E não foi só uma posição afirmada, a portuguesa PT vai mesmo continuar no Brasil. Passei um mês com a dúvida dos ignorantes. Se calhar bom é ter certezas, como Belmiro de Azevedo. Quando fez a OPA à PT disse que ia vender a Vivo à Telefónica. Foi há três anos e era por 2 mil milhões de euros. » [DN]

Parecer:

Por Ferreira Fernandes.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

REACÇÃO ESTRANHA

«Também Rui Paulo Figueiredo, adjunto de Sócrates, recupera um post do blogue Câmara Corporativa - conotado com o Governo socialista - com "algumas das capas da imprensa nestes últimos anos", com grandes destaques para o tema e o eventual envolvimento de José Sócrates no caso de corrupção - para "comparar com as capas de hoje [ontem]". A sentença do homem que no ano passado foi apontado como o "espião" de Sócrates é só uma: "Alguma imprensa sai muito mal de tudo isto. No fundo, os mesmos do costume! Que fazem política deste modo. E que, infelizmente, vão continuar a tentar fazer... Mas a verdade aparece sempre! Por muita manipulação que exista."» [DN]

Parecer:

O DN, um jornal que nas últimas semanas tentou ressuscitar as velhas suspeições sobre Sócrates, parece estar incomodado com quem reagiu em defesa do primeiro-ministro, até parece que foram estes os canalhas que ao longo de anos criaram notícias falsas. O mais lógico é que os jornalistas do DN fossem ouvir os que usaram o processo para tentar obter ganhos políticos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se esta viragem do DN.»

QUEIROZ: É UMA QUESTÃO DE PREÇO

«Uma rescisão amigável não está nos objectivos do seleccionador nacional. O DN sabe que Carlos Queiroz já fez passar a mensagem a Gilberto Madaíl, presidente da Federação Portuguesa de Futebol, que não tem intenções de deixar a selecção com base num acordo mútuo, tal como o dirigente pretende.

Apoiem-me ou despeçam-me, com a agravante que isso acarreta para a federação. Sem serem suas estas palavras, o DN sabe que este é para já o lema do seleccionador, com contrato até 2012. Para Carlos Queiroz mudar de ideias será, pois, necessário Gilberto Madaíl utilizar a sua melhor retórica. Os dois ainda não se encontraram pessoalmente, uma vez que o treinador está de férias em Moçambique. Mas o objectivo do líder federativo é falar com o seleccionador antes da reunião de amanhã da direcção.

Prometer que a FPF não irá agir disciplinarmente e acenar com uma verba abaixo dos 3,5 milhões que constam na cláusula de rescisão não será o suficiente para Gilberto Madaíl convencer Carlos Queiroz a afastar-se. É que o técnico, segundo apurou o DN, considera que está a ser injustiçado e alvo de um ataque pessoal, pelo que não é sua intenção ceder numa guerra que poderá arrastar-se para os tribunais. Situação, que, no entanto, não foi confirmada pelo advogado de Queiroz, Henrique Trocado, que, quando contactado pelo DN, mandou dizer que "não falava sobre assuntos processuais".» [DN]

Parecer:

Era de esperar.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pela conclusão do proceso disciplinar.»

FERNANDO NOBRE JÁ TEM MANDATÁRIO NACIONAL

«Com um longo percurso no mundo financeiro, com passagem por uma sociedade de corretagem, pelo Citibank Portugal (vice-presidente) e pelo Grupo Santander, João Ermida foi apresentado como mandatário do candidato à Presidência da República Fernando Nobre.

"João Ermida conhece profundamente o mundo financeiro, o mundo empresarial e o mundo da sociedade civil. No João Ermida fez-se a simbiose perfeita entre humanismo e economia, que o faz ser hoje escutado e consultado pela sua particular experiência e lucidez", afirmou Fernando Nobre, na apresentação do mandatário nacional, que decorreu no Palácio da Bolsa do Porto, quarta-feira.» [DN]

Parecer:

Parece que Fernando Nobre também quer ajudar Portugal mas como não é especialista em economia escolheu um financeiro.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso condescendente.»

CHAPADA SEM MÃO

«Para a “The Economist”, a Portugal Telecom parece ser a “vencedora óbvia”. “Zeinal Bava, o seu CEO com visão para os mercados, será ainda mais aclamado pelos accionistas por extrair cada cêntimo e mais algum dos espanhóis. A Telefónica pagou 14% acima da capitalização de mercado da PT antes do lançamento da oferta de compra da posição da PT na Vivo”, refere a revista num artigo intitulado “Brazil calling”.

A “The Economist” relembra que a Telefónica começou por fazer uma oferta de 5,7 mil milhões de euros, que foi posteriormente elevada para 6,5 mil milhões e ainda, numa terceira proposta, para 7,15 mil milhões, “um preço que alguns analistas já consideraram doido e que foi aceite pelos accionistas da PT”.

Preço esse que foi 32% superior ao da primeira oferta lançada pelo CEO da operadora espanhola, César Alierta.

“Mas o governo português vetou inesperadamente a transacção a 30 de Junho, invocando o interesse nacional. Agora permitiu o acordo, mas só depois de ter feito a Telefónica acrescentar mais 350 milhões de euros à sua última oferta, que tinha sido já aceite por 74% dos accionistas da PT, exactamente pelo mesmo activo. Os detentores da Telefónica têm agora a certeza que estão a pagar de mais”, salienta a mesma revista.

A publicação sublinha ainda que, além dos 350 milhões extra, “Lisboa conseguiu ganhar mais um ponto importante” pelo facto de se manter no Brasil através da compra de uma posição na Oi.» [Jornal de Negócios]

Parecer:

Alguns daqueles que discordaram do veto do negócio da PT desvalorizaram o acordo insinuando que nada tinha sido alterado no negócio, foi o PSD que assim tentou recuperar da má imagem do seu líder, mas foi também o caso de alguns comentadores como Sarsfield Cabral ou João Duque. Agora levam uma chapada sem mão dada pela revista "The Economist".

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Bem dada.»

O CASTIGO DA EQUIPA DA COREIA DO NORTE

«Seis horas en posición de firmes delante del Palacio de la Cultura Popular de Pyongyang (Corea del Norte) ha sido el castigo impuesto a los jugadores de la selección de fútbol tras su eliminación en el Mundial. Peor destino ha sufrido su entrenador, que ha sido castigado a trabajos forzados. Así lo recoge el diario italiano La Repubblica, según una información de Radio Free Asia.

El delito: traicionar la confianza del Querido Líder - título propagandístico del jefe del estado coreano Kim Jong-il - tras una deshonrosa participación en Sudáfrica. Solo se han salvado del castigo Jong Tae-se, la estrella del equipo y que lloró en el primer encuentro mientras sonaba el himno nacional, y An Yong-hak, que viajó directamente a Japón. Los norcoreanos cayeron eliminados en la fase de grupos tras perder los tres partidos.[El Pais]

Parecer:

Só mesmo no paraíso norte-coreano...

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a opinião a Bernardino Soares, um conhecido admirador da Coreia do Norte.»

HARRY EGGENS