domingo, outubro 24, 2010

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Gaivotas-argênteas [Larus michahellis]
no Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António

IMAGENS DOS VISITANTES D'O JUMENTO

Na Fortaleza de Sagres [de P. Santos]

Estendal [de A. Cabral]

«A situação da nossa sociedade, o lavar da roupa suja das múltiplas comadres a fingir que não torcem lá no fundo para o mesmo lado dos interesses, a sem vergonha de todas as cores, fazem-me lembrar este estendal enferrujado»

Ermida da Srª do Livramento, Santiago do Cacém [de H. Gomes]

«Sabe onde ficam as ruínas da Ermida da Srª do Livramento ?

É na freguesia de São Francisco da Serra, concelho de Santiago do Cacém, o ponto mais alto do concelho. (avista-se do IC33).

Só se alcança de Jeep, de moto 4, de moto de enduro, ou de bicicleta de BTT, como é o meu caso.

O meu amigo, com a sua bela máquina é que tirava lá umas fotos de estalo! De lá avista-se tudo ! Santiago, Sines, Lagoa de Sto André, Melides, etc...»

JUMENTO DO DIA

António Capucho, Conselheiro de Estado escolhido por Cavaco Silva

É lamentável que um conselheiro de Estado venha a público mandar calar um governante de um governo democraticamente eleito e um deputado eleito pelos portugueses. Parece que o conselheiro é de opinião que em tempos de crise lhe cabe decidir quem deve falar e ficar calado.

Parece que os homens de Cavaco Silva têm uma estranha concepção da democracia.

«No dia em que têm início as negociações entre o governo e o PSD para tentar a viabilização do Orçamento do Estado, o conselheiro do Presidente da República, António Capucho, pede contenção nas palavras de membros do governo. E considera, nesse sentido, "um bom sinal o afastamento de Jorge Lacão das negociações". O conselheiro escolhido por Cavaco Silva acredita que ambas as partes estão "de boa fé", mas pede a personalidades como o ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, ou o ministro dos Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão, que, "se não for para acalmar os ânimos, estejam calados". » [i]

O PAÍS QUE BRANQUINHO PINTA

«O deputado Agostinho Branquinho teve um convite para trabalhar numa empresa, a Ongoing Brasil. O deputado vai deixar de o ser a partir de 31 de Outubro. Ele disse que o convite foi feito com o pressuposto de não exercer qualquer função pública e por isso "a avaliação do convite ocorrerá quando deixar de ser deputado". Quer dizer, ele despediu-se do cargo de deputado, porque o convidaram para outra coisa, e só quando ficar livre do Parlamento, e só então!, vai discutir se aceita o novo emprego. Estes os factos narrados pelo próprio. Claro que neste país de patenteados juristas vão chover pareceres sobre a correcção de saltar de deputado que ainda há meses julgava a actuação da Ongoing (no caso TVI), para quadro da Ongoing. E, claro, como já vimos, o protagonista vai garantir que tudo se passou como num país digno da lisura de Moniz (refiro-me a Egas, o aio que ensinou Afonso Henriques a cortar a direito na vida). Pois eu preferia outro país. Nem tão sábio a ponto de tudo acabar em discussões de lentes de Coimbra, nem com tantos princípios que um deputado se arrisca a ficar desempregado (quem diz que a Ongoing não lhe rói a corda a 1 de Novembro?...) só para não infringir sensibilidades éticas. Eu preferia um país onde um deputado me dissesse: "Tive um convite do caraças e, claro, já aceitei." Não seria o país ideal mas, nesse, sentir-me-ia menos enganado. » [DN]

Parecer:

Por Ferreira Fernandes.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

BE CENSURA VELHO AMIGO

«O deputado que, em Fevereiro passado, na comissão de inquérito ao caso PT/TVI, perguntava ao jornalista António Costa (director do Diário Económico) "o que é a Ongoing?" (porque na informação disponível online "não se percebia bem..."), está prestes a tornar-se alto funcionário daquele grupo de comunicação social.

A notícia foi ontem avançada pelo Jornal de Negócios e Agostinho Branquinho, deputado do PSD, ex-vice-presidente da bancada (no tempo de José Pedro Aguiar-Branco), confirmou-a, anunciando também que irá, por isso, renunciar ao mandato de deputado, um acto que considerou da "maior lisura".

Branquinho, interpelado por jornalistas ontem no Parlamento, negou comparações entre o seu caso e o de, por exemplo, Jorge Coelho (o ex-dirigente do PS foi ministro das Obras Públicas e hoje é presidente da Mota-Engil). "Das minhas decisões e daquilo que eu fiz na comissão de ética não resultou qualquer benefício ou nenhum prejuízo para qualquer grupo empresarial português. Os deputados não tomam decisões executivas sobre o que quer que seja, apenas escrutinam. E sobre o escrutínio do meu escrutínio os senhores jornalistas são a melhor prova daquilo que eu consegui e não consegui fazer. Ficou claro que nunca me inibi de fazer as perguntas que devia fazer, mesmo quando as pessoas que iam à comissão de inquérito não gostavam das perguntas", argumentou.» [DN]

Parecer:

A verdade é que este deputado foi um companheiro do BE na comissão parlamentar de Inquérito ao suposto caso TVI.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Recordem-se os factos ao BE.»

CANDIDATURA DE CAVACO SILVA VAI SER "VENDIDA" NO PINGO DOCE

«Aníbal Cavaco Silva já escolheu o seu novo director de campanha para as eleições presidenciais de 2011. Chama-se Luís Palha da Silva e foi secretário de Estado do Comércio de 1992 a 1995, no último Governo de Cavaco Silva, e deixou há pouco tempo as funções de presidente executivo da Jerónimo Martins, tendo passado a chairman da Comissão de Acompanhamento de Matérias Financeiras daquele grupo.

Luís Palha, como é conhecido entre os cavaquistas e no meio dos negócios, vai desempenhar a mesma função que há cinco anos coube a Alexandre Relvas, co-presidente executivo da Logoplaste, a quem o então candidato chamou de "o meu Mourinho". Foi convidado há três semanas, tendo aceite de imediato.» [DN]

Parecer:

És estranho, estava à espera de alguém do BPN.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso.»

COMER PRIMEIRO E INSPECCIONAR DEPOIS

«Os inspectores do fisco têm vindo a sentar-se à mesa de vários restaurantes, em todo o país, para identificar os riscos nestes estabelecimentos. As equipas de inspecção actuam directamente nestes estabelecimentos, sem conhecimento do contribuinte, para observação do negócio. Objectivo: detectar o incumprimento de regras de registo de vendas para determinar, numa segunda fase, auditorias.

A medida advém da necessidade de selecção segmentada de contribuintes de risco a fiscalizar e junta-se a um conjunto de outros procediments de fiscalização e que tomam a forma de um manual da inspecção na restauração, a que o Diário Económico teve acesso. A observação-teste é um dos métodos aí apontados e que os inspectores tributários deverão ter em conta na fiscalização as vários estabelecimentos que abrange o sector: restaurantes, marisqueiras, ‘snack bares' (refeições ligeiras a qualquer hora ao balcão), ‘coffee-shop' (serviço semelhante ao snack bar, mas com mesas), ‘take-away', ‘self-service' e pizzarias.» [DE]

Parecer:

Vamos ter um problema de obesidade no fisco?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pelos resultados desta nova metodologia de inspecção.»

O EXEMPLO DA AUTOEUROPA

«Durante os próximos dois anos não haverão despedimentos colectivos na Autoeuropa. A informação foi hoje divulgada pela administração da unidade da Volkswagen.

A comissão de trabalhadores ficou ainda a saber que a administração da unidade de Palmela está disposta a “converter contratos temporários em permanentes”.

Contudo, a administração da Autoeuropa deixou claro, através de um comunicado, que esta situação poderá ser revista, “caso se verifiquem alterações significativas na situação da fábrica ou do contexto envolvente.» [Jornal de Negócios]

Parecer:

Deve anda muita gente envergonhada.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Elogie-se a Autoeuropa e os seus trabalhadores.»

A GRANDE SURPRESA DO DIA

«O CDS-PP vai votar contra o Orçamento do Estado para 2011 por ser “anti-económico e anti-social”. “A este Orçamento que pode levar à recessão, que não controla o endividamento, executado por quem não controla a despesa, que empobrece a classe média e desprotege os mais pobres, dizemos um não de direita, a esta política e a este Governo”, justificou o líder do CDS-PP, Paulo Portas.» [Público]

Parecer:

Foi um balde de água fria depois de o país ter sustido a respiração para conhecer a decisão de Portas vetar o orçamento que paga os seus submarinos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»

FRANCE ON STRIKE [Boston.com]

SMALL WORLDS [Boston.com]

PAOLO DE FAVERI