sexta-feira, novembro 26, 2010

Em defesa do aeroporto de Beja


Antevisão do futuro canal de ligação entres as barragem de Alvito e do Alqueva


O país não está a dar a devida importância ao Aeroporto de Beja, uma infra-estrutura aeroportuária fundamental para o desenvolvimento do sul do país e mesmo do sul da Península Ibérica. Só isso explica a posição assumida pelo o Tribunal de Contas de Guilherme Martins, o sponsor familiar da secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais onde colocou um filho em adjunto e um genro como chefe de gabinete, ainda se pensou na hipótese de colocar o podengo “Benfica” mas o bichano ainda não tirou uma licenciatura.

Para perceber a importância do aeroporto de Beja para a economia nacional é preciso ter visão estratégica e perceber como pode contribuir para o cluster económico daquela região de onde se destacam o girassol das terras negra, o porco preto alimentado a bolota nas terras de Barrancos e a importante indústria aeronáutica de Évora, para não falar dos petiscos gastronómicos como os do Fialho ou, mais para o interior, “A Maria” do Alandroal.

O aeroporto de Beja pode mesmo contribuir para o renascimento do nosso sector dos transportes marítimos, reerguendo a Companhia Nacional de Navegação. Bastaria promover a construção de um porto com um cais do tipo roll on roll off na barragem do Alvito e escavar um canal navegável ente esta barragem e a do Alqueva, de onde os semi-reboques poderiam seguir para Espanha através d auto-estrada de Évora, a mais bucólica da Europa.

Com um pouco mais de ambição poder-se-ia alargar esta ligação entre o ar e o mar ao transporte ferroviário, dando uma preciosa ajuda à CP. Poder-se-ia ligar os importantes nós ferroviários de Casa Branca e da Funcheira ao terminal portuário do Alqueva, o que ajudaria a projectar ainda mais os novos terminais de mercadorias do porto de Sines que tem sido penalizado precisamente pela carência de infra-estruturas de transportes terrestres. A confirmar-se a aposta do transporte de mercadorias através da linha de TGV, faria todo o sentido construir um terminal de carga próximo de Alqueva, com a escassez de matéria prima para os famosos chouriços de Barrancos poderiam promover-se a participação da indústria metalomecânica nas encomendas do TGV, promovendo a construção de carruagens especiais para transportar os porcos pretos da Estremadura espanhola, assegurando que a viagem sem stress dos preciosos animais garantiria a qualidade dos famosos chouriços.

Com estas estruturas poder-se-ia apostar numa importante plataforma logística evitando a transferência de muitas multinacionais para Espanha. Além disso este importante investimento teria um forte impacto no crescimento económico e mesmo nas receitas fiscais, tão preciosas nos tempos que correm. Como o Estado não gastaria nada de início, graças às parcerias público-privadas as obras e a actividade gerada por esta gerariam receitas fiscais significativas.

Com tantos lugares de administradores até se poderia equacionar a hipótese de colocar a família de Oliveira Martins em altos cargos de administração, por exemplo, na Companhia de Navegação do Interior Alentejano. No seu lugar na secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais poder-se-ia colocar o “Benfica” que certamente não faria pior do que os donos.