terça-feira, dezembro 28, 2010

Crónicas anti-Cavaco (2): a pequenez

A referência do telegrama diplomático da Embaixada dos EUA à inveja de Cavaco por não ter sido recebido na sala oval (Durão Barroso também ficou atrás de Aznar ao não ter sido convidado para o rancho de Bush no Texas) mão é novidade, a inveja sempre pairou sobre a cabeça de Cavaco Silva por não ter a dimensão de Mário Soares.

Muitos são os episódios que ao longo do tempo têm revelado a falta de grandeza do candidato da direita, falta de grandeza que se revelou no plano político com o famoso caso das escutas, ou com os disparates que tem dito quando se sente atingido nos debates televisivos na presente campanha para as presidenciais. Um candidato que e orgulha de a Europa ter considerado o país como um “bom aluno”, ou que se orgulha de ter falado com Delors ou por ser amigo de Durão Barroso evidencia uma falta de dimensão política confrangedora.

Os tiques da família Silva tornam-se evidente, por exemplo, quando a família Silva se reúne nos jardins do Palácio de Belém para a fotografia dos setenta anos do patriarca, fotografia que aparece na comunicação social a fazer concorrência com as fotografias da família real de Espanha que aparecem na revista ¡HOLA!. Aliás, neste ponto há uma clara evolução dos Silvas, deixaram de tentar imitar os Soares e passaram a imitar os Borbons, até a primeira dama não perde a oportunidade de nos dar a entender que é íntima da rainha Sofia.

Outro bom exemplo desta postura de família real provinciana foi a recepção ao papa onde o palácio presidencial se transformou na casa de campo onde a família silva recebeu o papa com todos os seus membros, incluindo genro e nora, com os meninos devidamente vestidos de fato e usando uma gravatinha com a cor do papa Bento XVI que lhes deu a sua bênção.

A forma como Cavaco vê a instituição presidencial redu-la ao diâmetro do seu umbigo, como sucedeu quando se desculpou com a visita dos netinhos aos Açores para não honrar o país com a presença do Presidente da República nas cerimónias fúnebres de um prémio Nobel da Literatura, o mesmo que quando foi governo tentou desvalorizar e a quem nunca perdoou as divergências políticas.