domingo, janeiro 09, 2011

Semanada

Durante esta semana Cavaco Silva teve a oportunidade de provar do veneno que foi servido a José Sócrates durante vários anos e viu o seu carácter escrutinado a propósito de um negócios de acções que quantas mais vezes Cavaco diz que o assunto está encerrado mais dúvidas suscita. Os apoiantes da sua candidatura, os mesmos que durante os últimos anos se divertiram a tentar incriminar Sócrates, desdobraram-se em manifestações de defesa e em manobras de diversão, o problema é que perante as suspeitas estas ajudas só têm ajudado a enterrar Cavaco Silva, contribuindo para se perceber que o tal mercado em que Cavaco investiu as suas poupanças não passa de um mercado negro, organizado na sombra opaca de gabinetes de gente como Oliveira e Costa, onde uns ganham fortuna à custa da imensidão de pequenos investidores que são enganados e acabam arruinados.

Como se não bastassem as dúvidas suscitadas pelo negócio, Cavaco Silva passou a ter à perna o candidato José Manuel Coelho que se colou à sua imagem como uma lapa e já proporcionou algum dos momentos mais humorísticos desta campanha, a ideia de ir à embaixada de Cabo Verde apelar a que Dias Loureiro regresse para ajudar o país promete uma campanha do madeirense que terá como condão irritar Cavaco Silva. Começa a ser evidente que Cavaco dá-se mal com os Coelhos e com o fanico que deu ao Aberto nem este pode vir ajudar o senhor Silva.

Se na semana que terminou nada se esclareceu sobre os negócios de Cavaco foram muitas as dúvidas que foram suscitadas, agora queremos saber se foi um negócio de favor, se foi o BPN a financiar (e com que juro?) o investimento de Cavaco nas acções, quem sugeriu o negócio a Cavaco e quem lhe deu a informação de que era conveniente livrar-se das acções. Há muito boa gente que começa a colocar outro tipo de dúvidas: as relações entre Cavaco e o BPN ficaram-se pelas acções? Algum dos seus familiares beneficiou de créditos generosos do BPN para os seus negócios?

Em silêncio ficaram muitas vozes que nunca perdera uma oportunidade para intervir noutros casos, gente que pedia audiências em Belém, que justificavam escutas ilegais, que pediam mais meios para investigar a vida pessoal de Sócrates. Enfim, pela boa morre o peixe.