domingo, março 27, 2011

Semanada

Esta foi a semana em depois de meses de excitação a política portuguesa atingiu o êxtase, finalmente a direita incompetente tem esperança de chegar ao poder e a extrema-esquerda pode sonhar com a destruição do empecilho da social-democracia. O ambiente é de orgia e não se esperou tempo para começar a desmontar tudo criando-se um ambiente de PREC que lembra os tempos em que a extrema-esquerda se juntou à direita para combater o PCP. Os tempos mudaram e o PCP entrou na santa aliança pois desta vez o inimigo comum é José Sócrates.


Enquanto o Marco António assegura Passos Coelho cumpre o que diz o líder do PSD vai dizendo que o problema se resolve com um aumento do iva, o mesmo aumento que recusou. Nada mal para o primeiro dia de campanha. Mas o problema não está em Passos Coelho vir a cumprir o que promete, o problema é mesmo o que promete e para começar já vai falando em privatização (por enquanto parcial) da CGD Esperemos pelas vaga de propostas que vão dos despedimentos generalizados aos contratos orais, passando pela extinção e privatização das empresas públicas.


Esta foi a semana dos Ferreira, o mano deu a palavra a Paulo Futre e estampou-se nas eleições para o Sporting, a mana falou a pensar em Cavaco Silva e ajudou a dar cabo do governo e do país. Coincidência, ou talvez não, o país está como o Sporting, um está à beira de ir ao FMI o outro está quase a ficar aos cuidados do BES.


Os deputados da direita e da extrema direita uniram-se mais uma vez e armaram-se em gajos porreiros para porem fim à avaliação dos professores. Mas Mário Nogueira veio dizer que é pouco, agora ficamos a aguardar que o parlamento reduza os horários dos professores para uma hora por dia ficando as outras reservadas para preparar a aula diária.


Com tanta confusão que anda por aí quase ninguém deu pela notícia de que um filho de Jaime Gama era assessor na Presidência da República. Não estão em causa os laços familiares do jovem e nada o obriga a seguir as pisadas políticas do pai, ou, para ser mais precisa, não se pode exigir que o rapaz passe o rabo pelas cadeiras de veludo que aconchegaram o progenitor. O evidente é que os familiares dos políticos não fazem parte de nnehuma juventude à rasca, que o diga o rigoroso Gulherme d'Oliveria Martins que só na secretaria dos Assuntos Fiscais tem um genro e um filho.


Também ninguém reparou que a nossa direita tão nacionalista nem sequer levantou a voz para protestar contra as declarações da chanceler alemã. A senhora Merkel fez as exigências que lhe deu na gana a Passos Coelho, puxou as orelhas ao parlamento português e nem a direita nem o Louçã ousaram protestar perante tal excesso. Acobardaram-se todos não vá a senhor fechar a torneira e ficam todos tramados.