segunda-feira, março 07, 2011

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Orquídea selvagem na Quinta das Conchas, Lisboa

IMAGENS DOS VISITANTES D'O JUMENTO

Bica, Lisboa [A. Cabral]

JUMENTO DO DIA

Marco António, vice-presidente do PSD

Marco António já fala como se brevemente viesse a ser governo e para dizer uma coisa muito interessante, que devido à situação desgraçada da economia um governo do PSD manterá as portagens nas SCUT. Quer isto dizer que se o OE o suportasse um governo do liberal Passos Coelho é defensor de algumas borlas nas auto-estradas.

«O vice-presidente do PSD Marco António Costa afirmou hoje que por causa da "situação desgraçada" das finanças públicas, as autostradas vão ter portagens caso o partido vá para o governo.

"Vai-se manter a situação que existe hoje acordada com o Partido Socialista", afirmou Marco António, em conferência de imprensa, em resposta a uma pergunta sobre se todas as autoestradas vão ter portagens se o PSD for para o governo.

O dirigente social-democrata convocou a conferência de imprensa para voltar a acusar o primeiro-ministro, José Sócrates, de "sacudir a água do capote" ao imputar ao PSD a cobrança de portagens das SCUT do interior.» [DN]

SEGREDO AMERICANO: ALEGRE CAÇA!

«A WikiLeaks vende-nos mistérios, certo? Como ontem no Expresso com direito a capa e a este isco: "O que os EUA dizem em segredo sobre os nossos políticos." Vai-se a ver e é isto: "Sobre Manuel Alegre: gosta de ir à caça"; "sobre Manuel Pinho: comete gaffes". O único mistério que a WikiLeaks desfaz é o da decadência americana. Pudera, quando os seus embaixadores passam o tempo a enviar telegramas com segredos que até as leitoras da revista Maria já conhecem... E não é que nos calhem os embaixadores americanos mais previsíveis e fúteis. O de Tripoli (aos telegramas deste e às fugas da WikiLeaks cheguei pelo jornal El País) entreteve-se a explicar a Washington, em 2009, como uma tenda não montada decidiu o herdeiro de Muammar Kadhafi. Este hesitava entre os seus filhos Mutassi e Saif al-Islam. Aquele era da polícia secreta, este era mais político. O segredo do embaixador é que numa ida de Kadhafi a Nova Iorque não se conseguiu montar, no Central Park, a tenda onde o guia do povo gosta de dormir. Como Mutassi organizou a viagem, o pai castigou-o, preferindo Saif. Note-se que ao embaixador escapou que Saif, por aquela altura, fez um doutoramento aldrabado na London School of Economics, de Londres. Fico à espera da colheita 2010 da WikiLeaks, sobre os embaixadores americanos em Tunes, Cairo e Tripoli. Aposto que eles estavam como o horóscopo da revista Maria: nem suspeitavam do que aí vinha. » [DN]

Autor:

Ferreira Fernandes.

MINISTRO JAPONÊS POR TER RECEBIDO DONATIVO ILEGAL DE 435€

«Seiji Maehara, de 48 anos, que estava no cargo desde Setembro passado, recebeu um donativo de 435 euros de uma cidadã sul-coreana que vive em Quioto, a província pela qual foi eleito para o parlamento.

A Lei de Controlo de Fundos Políticos do Japão considera ilegal donativos de pessoas ou empresas estrangeiras a políticos japoneses para evitar favorecimentos.» [DN]

Parecer:

Se fosse em Portugal o parlamento ficaria sem deputados, o governo sem ministros, a presidência sem presidente, as autarquias sem autarcas e os partidos sem lideranças.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso.»

RELVAS DIZ QUE SÓCRATES É O COVEIRO DA REGIONALIZAÇÃO

«"Em quatro anos de governo, o primeiro-ministro defendeu a regionalização quando lhe deu jeito, mas não avançou um centímetro na intenção de regionalizar o país", disse à Lusa o dirigente social-democrata.

Convicto de que a criação de novas regiões administrativas iria criar uma nova classe política, Miguel Relvas elogiou o modelo que começou a ser implementado com a aprovação de uma Lei-Quadro das Áreas Metropolitanas pelo governo de Durão Barroso.» [DN]

Parecer:

Até parece que a decisão de Sócrates é irrevogável.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Relvas porque razão o PSD não promete a regionalização.»

GRUPO DE TRABALHO CUSTOU 209.000 E NÃO FEZ NADA

«Os ministros da Cultura e das Finanças extinguiram no mês passado um grupo de trabalho que haviam criado um ano antes, para fazer o levantamento dos bens culturais imateriais, mas que apenas se reuniu uma vez e não desenvolveu qualquer actividade de campo. Dois dos membros daquele grupo, que custou ao Estado cerca de 209 mil euros, acusam o Instituto dos Museus e da Conservação (IMC) de nunca ter proporcionado as condições indispensáveis ao seu funcionamento. Um deles, o ex-director regional de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo, Luís Marques, responsabiliza pessoalmente o secretário de Estado da Cultura, Elísio Sumavielle, pelo falhanço do projecto e por ter "lesado o interesse público".

Criado em Janeiro de 2010, o Grupo de Trabalho para o Património Imaterial tinha por objectivo a realização, "no campo", do levantamento "sistemático" e "tendencialmente exaustivo" do património cultural imaterial português. Este levantamento devia ser efectuado no quadro do Departamento do Património Imaterial do IMC e estar concluído até 31 de Dezembro deste ano, constituindo o ponto de partida para a inscrição dos bens imateriais no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial - tarefa que compete legalmente a uma comissão criada em Dezembro último. » [Público]

Parecer:

E o ministro das Finanças desorganiza o fisco para poupar uns trocos?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Teixeira dos Santos se está cheio de dinheiro para andar a financiar grupos de trabalho da treta.»

PORTUGAL VAI À EUROVISÃO COM MUSICA CONGELADA

«Os Homens da Luta vão a Düsseldorf, na Alemanha, cantar “contra a reacção”. O “povo” que assistiu de casa ao Festival RTP da Canção escolheu Luta é alegria para representar Portugal na primeira semifinal do Festival da Eurovisão, a 10 de Maio. Os votos por telefone contrariaram o júri e quem estava no Teatro Camões.» [DN]

Parecer:

Acho que os europeus vão achar que os portugueses são idiotas.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Esperemos que os credores da dívida pública não ouçam a música.»

VANZETTI