domingo, março 27, 2011

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Cardo numa rua de Lisboa

IMAGENS DOS VISITANTES D'O JUMENTO

Aldeia de Monsanto [A. Cabral]

JUMENTO DO DIA

Marco António

Como pode Marco António dizer que o PSD respeitará os seus compromissos se ainda esta semana propôs um aumento do IVA que há três meses tinha rejeitado e usado para ameaçar chumbar o orçamento?

«"Os portugueses podem ter a certeza que com Pedro Passos Coelho e com o PSD, nós manteremos uma postura fiel em relação aos compromissos que assumirmos antes das eleições, manteremos esses compromissos depois, e preferimos ser criticados agora, antes das eleições, dizendo com clareza aquilo que pensamos e que consideramos importante e não como aconteceu com o PS que prometeu uma coisa antes das eleições, e que fez exactamente o oposto depois das eleições, quer em 2005, quer em 2009", acusou.» [CM]

E ENTÃO ÂNGELO CORREIA, JÁ PUXOU AS ORELHAS A PASSOS COELHO

Ângelo Correia, antigo patrão (ou financiador das despesas domésticas) e inventor de Pedro Passos Coelho nos tempos em que ainda não se tinha zangado com o seu novo brinquedo político dava uma entrevista ao Expresso onde dizia que se fosse necessário também dava um puxão de orelhas ao líder do PSD.

Talvez seja o momento de perguntar a Ângelo Correia se já deu o prometido puxão de orelhas pois a estratégia seguida em relação ao PEC até umas palmatoadas justificava, tão grande foi a burrada do seu pupilo, é preciso ser burro para primeiro encalacrar o país e depois ir para eleições.

A HORA DOS CARRILHOS

um dos manjares que a comunicação social, a tal que se diz asfixiada talvez por tanto apoiar a direita e criticar o governo, não perde nenhuma oportunidade para nos servir um manjar feito à base de Netos e Carrilhos, personagens sem dimensão política que por serem úteis à direita se desdobram em entrevistas. Enfim, Roma paga a traidores.

QUEM APOIA PEDRO PASSOS COELHO

Abro os jornais e os seus directores e jornalistas com sinais óbvios de asfixia democrática desdobram-se em tentativas de derrubar um governo já derrubado e em diabolizar José Sócrates. Mas por estranho que pareça apesar de serem muitos os que atacam Sócrates são mais os que assumem o seu apoio ao primeiro-ministro dos que têm a coragem de assinar o seu apoio a Pedro Passos Coelho, leio personalidades como Leonel Moura, Miguel Esteves Cardoso e outras reafirmar o seu apoio a José Sócrates e não vejo ninguém com coragem para escrever um artigo elogiando as qualidades políticas do líder do PSD.

Algo está errado, querem um primeiro-ministro que não tem qualidades para elogiar? Parece que apenas querem que o país seja governado por um anti-Sócrates.

CRÓNICA DO 3.º DIA DE CAMPANHA

Sem esclarecer a sua ideia de aumentar o IVA, tarefa deixada a um tal Moedas que em tempos só confiava em Paulo Rangel, Pedro Passos Coelho foi à SIC dizer outra grande novidade, a intenção de privatizar parte da CGD, só não disse qual a percentagem. A verdade é que no actual contexto financeiro internacional nenhum privado quererá comprar a bom preço uma posição minoritária da CGD a não ser com a garantia de a prazo o banco ser totalmente privatizado.

Passos Coelho não deve ter ouvido o discurso de Merkel no parlamento alemão, se o tivesse ouvido teria percebido que não é apenas Portugal que está em causa, a instabilidade nos mercados é um problema para o futuro do Euro. Se o percebesse não falaria da intervenção do FMI com a leviandade com que falou na entrevista à SIC.

COITADOS DO DIAS FERREIRA E DO PAULO FUTRE

O problema é que o Pedro Passos Coelho é o Futre de Manuela Ferreira Leite!

O 'FINANCIAL TIMES' ARMADO AOS CUCOS

«Ontem, um cronista do Financial Times, irónico, deu-nos uma sugestão: Portugal devia integrar-se no Brasil. Apesar de parecer ideia maluca, merece alguma atenção. Desde logo, bebe numa tradição nacional que talvez o Financial Times (FT) ignore. Já da outra vez que a Europa se quis ocupar da nossa dívida soberana, e dos nossos soberanos em geral, o Brasil foi a solução: a administração e os quadros deslocalizaram-se para lá em 1808. Demo-nos bem e, não é para nos gabarmos, o Brasil ainda se deu melhor. Diz o FT, adiantando uma reticência de Portugal se integrar, hoje, no Brasil: "Claro, a antiga potência colonial pode ressentir-se da perda de estatuto." Sim, D. Carlota Joaquina odiou e ao regressar à Europa bateu com os sapatos porque "nem uma areia do Brasil queria levar", mas essa era uma estrangeira, uma Bourbon espanhola. Mas D. Pedro ficou lá como CEO, na empresa que já tinha o tamanhão de hoje (só o estado do Acre foi depois acrescentado). E essa deslocalização foi tão bem feita que até a antiga sede ficou a ganhar: D. Pedro veio a Portugal apresentar as novas tecnologias e varreu o absolutismo. Para explicar ao FT: já há 200 anos os portugueses praticavam as vantagens da globalização. Portugal, uma província do Brasil... Hum, se eu fosse ao FT, não nos provocava com boas ideias. Para a semana, Dilma Rousseff vem cá. Se ao ir embora ela não limpar os sapatos, vou ficar com esperanças.» [DN]

Autor:

Ferreira Fernandes.

JERÓNIMO DE SOUSA RECUSA AJUDA EXTERNA

«O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou hoje que os comunistas recusam dar "aval" a um pedido de ajuda externa, considerando que se trata de "uma ameaça" que condicionaria a "soberania", a "economia" e os "direitos sociais".

"Sendo verdade que, constitucionalmente, este ou outro Governo pode recorrer ao fundo, é importante afirmarmos que somos claramente contra porque isso significaria não uma ajuda mas uma ameaça que condicionaria a nossa soberania, a nossa economia, os direitos sociais, criando mais injustiças", defendeu o líder do PCP.» [DN]

Parecer:

Lembro-me do tempo em que o PCP vendeu sapatos e latas de concentrado de tomate à União Soviética para ajudar a economia portuguesa no tempo das famosas batalhas da produção.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»

O "MÍSERO PROFESSOR" ESTÁ PREOCUPADO COM A MEGA EMISSÃO DE DÍVIDA

«Problema em cima de problema. Pronto para decidir sobre a data das eleições, o Presidente da República depara-se com um drama de calendários: o maior pagamento de dívida do ano, previsto para meados de Junho, vai acontecer ainda com este governo em gestão, embora já depois das eleições.

Se o dito pagamento, de cinco mil milhões, já preocupava antes o Presidente, agora preocupa ainda mais.» [DN]

Parecer:

Agora?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «O "mísero professor" que não se preocupe, com o Passos Coelho eleito mais o seu grande prestígio pessoal o problema está resolvido.»

COMEÇOU O REGABOFE

«O presidente do PSD admitiu a possibilidade de avançar com a privatização parcial da CGD no caso de vir a constituir Governo.

Numa entrevista à Reuters, citada pela RTP, o líder do PSD diz que, caso venha a formar Governo, vai intensificar as privatizações, abrindo o capital do banco público aos privados, mas mantendo o Estado uma posição maioritária.» [DE]

Parecer:

Agora é que alguns vão saber o que é uma política de direita.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»

FENPROF QUER MAIS

«A Federação Nacional dos Professores saúdou este sábado os docentes pela suspensão do regime de avaliação de desempenho, mas alertou que apesar de se terem livrado de uma "inutilidade", há outros problemas que persistem no sector.

No final do Conselho Nacional da Fenprof, o secretário-geral, Mário Nogueira, admitiu que a revogação do modelo de avaliação na sexta-feira pelo Parlamento acabou por dominar a reunião deste sábado, observando contudo que avaliação não é o "único problema", pelo que a Marcha Nacional pela Educação, a realizar a 2 de Abril em Lisboa, mantém toda a actualidade e será uma "grande oportunidade" para se fazer ouvir a voz da comunidade educativa.» [Jornal de Notícias]

Parecer:

Agora é só pedir que a extrema-esquerda e a direita dão.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Reduza-se o horário de trabalho a uma hora de aulas por semana, o resto da semana é para preparar a aula.»

A HORA DE CARRILHO

«Manuel Maria Carrilho considera que seria um «sinal de grandeza» José Sócrates ter demonstrado «algum desprendimento do poder».

«Seria altamente benéfico que José Sócrates tivesse mostrado algum desprendimento do poder, sentido de estado, e abrisse o caminho à renovação do Partido [Socialista]», disse este sábado, no seu habitual comentário na TVI. » [Portugal Diário]

Parecer:

Porque razão Carrilho não concorreu ou não promoveu uma candidatura à liderança do PS? Porque não levava um voto, não basta ter uma mulher política para ter dimensão política, o que a esposa deste desempregado da política tem a mais nas pernas tem ele a menos como político.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se o espectáculo triste deste ressabiado.»

SUSPENSÃO DA AVALIAÇÃO DOS PROFESSORES PODE SER INCONSTITUCIONAL

«A suspensão do modelo de avaliação dos professores do ensino básico e secundário ontem aprovado no Parlamento, com os votos de toda a oposição à excepção do deputado do PSD Pacheco Pereira, constitui uma "intromissão na esfera administrativa do Governo" e pode, por isso, estar fe- rida de inconstitucionalidade.

A acusação, feita pela deputada do PS Ana Catarina Mendes, é subscrita pelo constitucionalista Tiago Duarte.

Questionado pelo PÚBLICO, este professor de Direito da Universidade Nova de Lisboa lembrou que a Assembleia da República tem competências legislativas e de fiscalização, mas que "a função administrativa está constitucionalmente atribuída ao Governo". É a este que compete praticar actos administrativos, aprovar regulamentos e contratos. Um decreto regulamentar, como é aquele que instituiu o modelo de avaliação, é um regulamento e foi isso que o Parlamento ontem revogou, por iniciativa do PSD e do PCP.» [Público]

Parecer:

Estejam calados que neste ambiente de prec da direita Cavaco Silva vai fechar os olhos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «»

ESTUDAM E NÃO SE SENTEM À RASCA

«São quatro alunos com percursos diferentes mas que têm algo em comum: no último ano lectivo foram dos que melhores notas tiveram no secundário e a recompensa veio ontem, quando receberam da ministra da Educação os prémios da Academia de Ciências, que os distinguem como alunos de excepção nas disciplinas de Matemática, História e Português.

Mas que peso tem ser um aluno de excepção num país em que o desemprego está em crescendo e as perspectivas de muitos destes jovens se fecham a cada dia, como aliás se viu há duas semanas no protesto da Geração à Rasca? Contrariando a desesperança da geração que se considera "à rasca", os quatro alunos premiados acreditam no reconhecimento do mérito. » [Público]

Parecer:

Pois, não vão escolher cursos com aulas práticas no Bairro Alto.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso.»

KEES TERBERG