Esta foi uma semana de novidades a última das quais foi mais um pulinho do défice por conta dos critérios de contabilização das despesas. A verdade é que o país já não se surpreende com as asneiras da equipa maravilha de consultores externos que Teixeira dos Santos arranjou, cada revisão das contas dá lugar a um aumento do défice e resta-nos esperar que esta correcção seja a última.
Outra grande novidade da semana foi a proposta de criação de um cartão para os beneficiários de apoios sociais apresentada por um vice-presidente do PSD que tem o condão de divertir o país sempre que abre a boca. Depois do cartão dos idosos e do cartão jovem teríamos o cartão dos tesos, um cartão de débito de serviços que permitiria controlar-lhes os consumos obrigando-os a um padrão de comportamento compatível com o estatuto de pobres. Um alternativa mais barata seria colocar-lhes uma braçadeira com um símbolo e assim quando entrassem numa cervejaria ninguém lhes serviria uma cerveja pois tal seria proibido. Onde é que eu já terei visto isto?
EM queda nas sondagens Pedro Passos Coelho pediu ajuda à família e fez uma inédita comunicação pascal, antecipando-se à comunicação do cardeal patriarca de Lisboa e à bênção urbi et orbi do papa. Agora ficamos a aguardar que todos os domingos o Pedro Passos Coelho coloque no Facebook um vídeo das homilias das missas dominicais a que assiste e de vez em quando nos mostre a família a rezar o terço matinal.
Por falar em Facebook agora temos um presidente que em vez de falar ao país gagueja à base de bitaites colocados na rede social. De qualquer das formas é um grande avanço, sempre é melhor lermos as parvoíces de Cavaco Silva no Facebook do que ficarmos a saber dos seus pensamentos e suspeitas através de notícias colocadas nos jornais pelos habituais assessores anónimos de Belém.
Já sabíamos que um futuro governo de Passos Coelho iria primeiro ao ZIP antes da aprovação de Belém e só depois de devidamente zipado a dez ministros é que Passos Coelho submeteria os nomes que fez constar já estarem na sua cabeça. Quando tinha mais de 40% de intenções de voto prometeu um governo pequeno, quando teve 35% começou a ter os nomes na cabeça, quando tiver menos de 30% vai divulgar esses nomes.
Na mesma semana em que Mário Soares elogiou Pedro Passos Coelho o Otelo disse que estava arrependido de fazer o 25 de Abril. Sinais de senilidade do pós 25 de Abril?
Quem não tem sinais de senilidade é Fernando Nobre, mas ficámos a saber que o rabo do candidato interfere com o seu desempenho intelectual. Se tiver com o rabo a trepidar num automóvel pensa uma coisa, se tiver o rabinho confortavelmente sentadinho numa cadeira pensa outra.
