domingo, julho 10, 2011

Semanada

Parece que apesar de tanto economista a ser entrevistado nas televisões para explicarem análise económica aos totós dos portugueses, que nos últimos tempos foram reforçados pela vinda de ilustres professores do Canadá e de outras paragens do mundo, ninguém neste país percebeu que quando Cavaco defendia os mercados era porque as agências de notação tinham raão para afundar Portugal, mas agora enganaram-se, talvez porque mandaram os economistas de férias e deram a notação da dívida soberana ao porteiro. Qualquer crítica a Cavaco por uma suposta mudança de atitude só pode resultar de ignorância e todos devemos aceitar como verdadeiras e economicamente fundamentadas de Cavaco Silva, até porque o elegemos porque eram um grande professor de economia e o forçámos a interromper a aposentação para nos ajudar.

Quem também deve ter razões dos fracos conhecimentos de análise económica dos portugueses que não o entendem é João Duque. Quando a Moody’s disse o que meio PSD dizia desde os tempos de Manuela Ferreira Leite apressou-se a ser o primeiro a fazer comentários sobre o rating da agência portuguesa. Teve azar, não pediu instruções e foi o único português a justificar a notação de lixo e até descobriu aí uma grande vantagem, tal quanto maior é a subida maior é a queda, o professor teorizou sobre as vantagens da bancarrota criando um novo princípio económico digno de um cavaco, quanto mais depressa se vai ao fundo mais rapidamente se volta à superfície.

Quem não tem tempo para análises económicos apesar de ser professor em Vancouver é o ministro da Economia, apareceu, queixou-se de não ter net, falou de bandeirinhas e desapareceu, desde então tem sido menos visto do que o Paulo Macedo, o ministro da Saúde parece ser mais cuidadoso e nem abriu a boca, não fosse algum perdigoto decidir bater as asas. O Álvaro anda tão ocupado que Passos Coelho decidiu aliviar-lhe o fardo retirando-lhe o exclusivo do AICEP, a agência passa a ser gerida de manhã pelo primeiro-ministro, à tarde pelo ministro dos Estrangeiros e no restante tempo era gerida pelo próprio Álvaro. Resta saber se vai ter três presidentes, um para ir a espacho com cada uma das tutelas.

Quem optou por não se meter em caldinhos foi o Fernando Nobre que deu de frosques. Parece que é mais confortável sentar o rabinho em viagens de avião para acorrer aos aflitos que andam a correr atrás de galinhas para as comer com penas e tudo, do que criar calos no rabo sentadinho nas monótonas cadeiras parlamentares. Até porque o campeão nacional da cidadania não parece ter pachorra para representar no parlamento quem o elegeu por engano.