domingo, julho 31, 2011

Semanada

Nesta semana os portugueses ficaram a pensar que os nossos agentes secretos são incompetentes e deixam-se apanhar, mudam para a privada de armas e relatórios e beneficiam de favores passados, são cobardes e na hora em que são apanhados desculpam-se com terceiros. Ficamos a saber que somos protegidos por quem nem se sabe proteger a si próprios, podemos ser espiados em favor de terceiros e fazem tudo isto com o dinheiro dos contribuintes sem que nada lhes suceda. Grande segurança!

Os nossos banqueiros imitaram os jovens à rasca mas como são gente muito fina em vez de irem para a Avenida da Liberdade como os outros, até porque ainda se lhes juntava o Jerónimo e o Louçã, optaram por uma conferência do Diário Económico. Lá se queixara que estão à rasca porque o Estado lhes deve muito dinheiro. Mas esqueceram-se de dizer que o Estado deve-lhes e paga-lhes conforme o acordado, as razões do seu enrascanço não se deve ao incumprimento do Estado mas sim ao receio de que as garantias que têm como contrapartidas de muitos créditos fáceis que concederam tenham um valor muito inferior aos créditos não vencidos. E se os peritos da troika os apanharem não há capital que chegue para tanta provisão. Esqueceram-se de um velho ditado português, quando se vai tomar banho deve ter-se o cuidado de saber onde se deixou a roupa.

O nosso governo lá cumpriu uma promessa eleitoral, o lançamento de um site com a divulgação das nomeações. O problema é que muitas nomeações não constam e as que constam dá para saber que o motorista do secretário de Estado da Cultura tem 21 anos e ganha quase tanto como os três motoristas de Passos Coelho, todos eles com mais de 20 anos de experiência.

O governo nomeou a nova administração da CGD. Aquilo até parece uma comissão administrativa de um fundo do PSD e CDS. Não se admirem que um dia destes Cavaco Silva critique os resultados do banco público explicando-os com o facto de uma boa parte dos seus administradores estar em part-time, sugerindo que aprenda com o Horta Osório.

O opus ministro Macedo começa a dar ares da sua graça, já começa a ver-se os sinais da sua propaganda manhosa.