domingo, setembro 25, 2011

Semanada

O governo ainda não cumpriu os 100 dias mas Crato já pode ser declarado o melhor ministro deste governo, em menos de três meses despachou um Mário Nogueira que derrubou uma ministra da Educação, humilhou outra e teve um papel de destaque no derrube do Governo de Sócrates. Aquele que era o grande líder comunista dos professores e com um peso crescente na Intersindical foi reduzido a um misto de marionete e de palhaço, acabando a liderar manifestações de uma dúzia de professores, precisamente os que foram despedidos na sequência de medidas que a Fenprof aprovou de forma quase subserviente. O líder sindical que quase praticava o terrorismo contra Sócrates ficou queimado no dia em que se rebaixou a Passos Coelho, depois de devidamente amestrado por Crato.

O PSD, a extrema-esquerda mais o Correio da Manhã aprovaram a criminalização do enriquecimento ilícito, lei que vai poupar muitas horas de escutas telefónicas ao Ministério Público. Agora os investigadores já estão dispensados de investigar, basta-lhe chamar aos suspeitos e exigir-lhes a prova da inocência. É um princípio muito cómodo que pouparia muito trabalho se fosse generalizado a outros crimes e num tempo em que os magistrados se formam à base de copianço entende-se perfeitamente porque se dispensa a investigação.

Cavaco Silva foi aos Açores falar do sorriso das vacas, quem não ficou com vontade de sorrir foram os portugueses quando souberam que a delegação fazia lembrar a comitiva de D. Manuel I a Roma, não ia o rinoceronte para ser oferecido ao papa mas Cavaco até levou o mordomo não fosse trocar as pantufas e tropeçar a caminho do banho. Até a dona não sei quantas, esposa do chefe da Casa Civil parece ter estatuto de segunda dama e vija nas comitivas presidenciais à custa dos impostos dos portugueses, bem, se calhar os membros do casal só têm de pagar meio-bilhete nos aviões e no hotel ficam no quarto ao lado do casal presidencial com o estatuto de crianças.

Ainda as escavações mal começaram e o buraco do Alberto já vai em 2,8 mil milões para além dos iniciais 3 mil milões, dos quais pelo menos 2 mil milhões tinham sido escondidos ao país com recurso a truques que iludiram a lei. Agora anda muita gente a questionar-se como é possível que com um buraco tão grande ninguém tropeçou nele, algo que não parece incomodar o ministro das Finanças, até parece que não só sabia da existência do buraco como se preveniu e arranjou forma de o tapar com um aumento de impostos e o roubo do subsídio de Natal dos portugueses. Começa a ser evidente que o colossal desvio não foi mais do que um colossal embuste para que os portugueses não percebessem que estavam a sacrificar-se para pagar os foguetórios do grotesco líder do PSD na Madeira.