terça-feira, setembro 20, 2011

Umas no cravo e outras na ferradura




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Estremoz [A. Cabral]
  
A mentira do dia d'O Jumento
  
Começou a nova edição da "Casa dos Segredos", conheça os novos concorrentes:
  
 
Jumento do dia


Vítor Gaspar, ministro das Finanças

Há pouco tempo o ministro das Finanças alinhou na teoria do desvio colossal e à sua conta tirou o subsídio de Natal a uma boa parte dos portugueses e, a título preventivo, antecipou um aumento dos impostos, foi necessário não poder esconder durante mais tempo a verdade para que os portugueses ficassem a saber quais os responsáveis pelo desvio colossal. Se o Alberto João escondeu as suas dívidas a verdade é que no mento de sacrificar os portugueses Vítor Gaspar fez exactamente o mesmo, omitiu-lhes que uma boa parte dos sues subsídios e impostos se destinavam a compensar um desvio colossal na Madeira.
  
Incapaz de esconder a verdade durante mais tempo, não porque tivesse medo do Vítor Gaspar mas sim porque a Madeira está à beira da falência financeira, o Alberto Josão comunicou os dados ao INE pela socapa da noite. Ao fazê-lo criou um problema a Vítor Gaspar, desta vez o ministro não podia teorizar sobre desvios colossais e muito menos aplicar mais uma vaga de austeridade para tentar encobrir a irresponsabilidade criminosa de um governo que tal como o seu também é do PSD.
 
Mas desta vez parece que o ministro não está preocupado com desvios colossais, como disse o Álvaro no Brasil  que a coisa há-de resolver-se. É evidente que quando o assunto estiver esquecido juntam-se uma dívidas do SNS a uns défices da CP ou do Metro, mistura-se tudo com a dívida da Madeira e Pedro Passos Coelho irá a uma reunião do partido segredar que foi encontrado mais um desvio colossar. Depois é só esperar que Vítor Gaspar adopte aquele ar de doente de Alzheimer e teorize sobre as palavras desvio e colossal, para dias depois adoptar mais um aumento dos impostos sobre os "cubanos" do costume.
 
Em vez de explicar como vai resolver o problema Vítor Gaspar decidiu divertir-se com a ingenuidade dos portugueses, garante que a coisa não se repetirá. Entretanto, vai dizendo aos eleitores do PSD que estejam descansados porque vai haver solidariedade nacional, os "cubanos" aqui estão para se sujeitarem a tudo.
 
«"A questão que o Governo identificou constitui uma irregularidade grave e o Governo vai tomar medidas para que não se repita", afirmou Vítor Gaspar no encerramento do XXI Encontro dos Bancos Centrais dos Países de Língua Portuguesa, que teve lugar no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
 
"O exercício de solidariedade nacional só pode ter lugar num quadro em que a responsabilidade na região autonoma para honrar os seus compromissos seja absolutamente clara", afirmou o ministro das Finanças.» [CM]

 Testemunhos para memória futura

 


 O seu (e o meu) subsídio de Natal foi para os senhor dos sifões de retrete!


 A dúvida

Depois de o PSD ter ganhos as eleições o Alberto João omitiu a situação das contas da Madeira a Pedro Passos Coelho? Se a resposta é "não" isso significa que as medidas adoptadas por precaução e suportadas pelos cubanos visavam compensar o buraco madeirense. A verdade é que agora o ministro das Finanças está tranquilo e até diz que não serão necessárias medidas adicionais, isto é, portugueses poderão ter sido enganados e a dose adicional de austeridade serviu para encobrir Alberto João que poderá ter combinado com Passos Coelho a encenação a que estamos a assistir.
   
 

 Eu não pago o buraco da Madeira

«Eu não pago o buraco da Madeira enquanto os madeirenses ostentarem os atuais privilégios. Convém lembrar que os madeirenses pagam impostos muito mais baixos. A taxa máxima de IVA, por exemplo, está apenas nos 16%. Perante isto, não é justo pedir mais dinheiro às pessoas do continente. Não é justo. O buraco escavado por Alberto João tem de ser coberto, em primeiro lugar, pelo dinheiro dos madeirenses. A conversa sobre transferências do continente para a ilha só deve surgir num segundo momento.

Eu não pago o buraco da Madeira enquanto os portugueses da Madeira ostentarem os privilégios da "insularidade". Até porque em 2011 a questão da insularidade é altamente questionável. A Madeira é mais isolada do que Trás-os-Montes? Não, não é, até porque é difícil atracar um paquete em Bragança. O mesmo pode ser dito sobre o Alentejo interior. Pedir a um alentejano que pague a "insularidade" da Madeira é quase um insulto. Além disso, a Madeira já é uma das regiões mais ricas de Portugal. A solidariedade devia partir dos madeirenses e não dos alentejanos, transmontanos ou beirões. A Madeira devia ajudar partes do continente, e não o inverso.

Eu não pago o buraco da Madeira enquanto os madeirenses viverem à custa dos meus impostos, dos nossos impostos "cubanos". A Madeira retém os seus impostos locais (ou seja, não dá um cêntimo ao resto do país) e depois - como já vimos - paga impostos nacionais a taxas inferiores. Adivinhem quem paga a diferença? Claro, os idiotas dos "cubanos". A Madeira ainda recebe um subsídio de "insularidade" de 300 milhões e a sua dívida foi perdoada várias vezes. Por quem? Pelos idiotas dos primeiros-ministro "cubanos". Como se tudo isto não fosse suficiente, a Madeira voltou a endividar-se e, pior, escondeu a fatura de forma ilegal. Não há como fugir à questão: Alberto João Jardim fugiu à lei, ou seja, a sua gorvernação foi conduzida à margem da lei. E fez isto num momento de altíssimas dificuldades financeiras para o país. Moral da história? A autonomia tem sido a desculpa para a impunidade. Ora, esta brincadeira tem de acabar. Portugal é só um. Portugal é uma nação. Nesta altura de crise, não pode haver enteados "cubanos" e filhos madeirenses. Todos têm de pagar a conta de forma igual. » [Expresso]

Autor:

Henrique Raposo.
  
 A sociedade "winner-take-all"
  
«Há muitas circunstâncias no desporto em que o vencedor de uma competição recebe uma atenção e um prestígio desproporcionais à sua diferença de desempenho em relação aos restantes concorrentes. Os exemplos mais extremos são, provavelmente, o atletismo, o ciclismo ou a natação. Poucos décimos ou mesmo centésimos de segundo podem separar o vencedor do segundo ou às vezes mesmo do terceiro, quarto ou quinto classificados. Os primeiros classificados em algumas corridas importantes dão entrevistas, patrocinam marcas de bebidas e de equipamento desportivo. Quase sempre os restantes atletas têm de se contentar com muito menos.

Um exemplo claro deste fenómeno é o dos 100 ou 200 metros nos Jogos Olímpicos. Usain Bolt, que venceu essas competições em Pequim em 2008, tornou--se um ícone mundial. Bolt teve um desempenho excepcional nos jogos e a opinião geral foi de que dominou completamente as corridas em que participou. Ainda assim, a diferença para o quarto classificado na prova dos 100 metros foi apenas de 0.24 segundos. O nome do atleta que correu os 100 metros nesse tempo é Churandy Martina e eu nunca tinha ouvido falar dele. Uma busca no Google por "Usain Bolt" dá 23.5 milhões de resultados e a mesma busca pelo nome de "Churandy Martina" dá 140 mil, ou seja 0.6% do número de páginas que mencionam Bolt. Não tenho dúvidas de que tanto um como outro nasceram com um talento fora do normal, que ambos passaram a maior parte das suas vidas a treinar e que o esforço de um e de outro para atingirem o nível de melhores do mundo foi muito parecido. Mas os benefícios que extraíram do seu esforço foram muito díspares.

Em inglês diz-se que esta é uma situação de "winner-take-all", ou seja, uma situação em que o vencedor arrebata tudo, fica com uma quantidade desproporcional dos ganhos possíveis. A sociedade actual e a sociedade em que os meus filhos vão ter de encontrar emprego tem muito mais características de uma sociedade "winner-take-all" do que aquela em que os meus pais ou os meus avós construíram as suas vidas.

Nos últimos 30 anos, a desigualdade entre ricos e pobres na generalidade dos países desenvolvidos tornou-se maior, e tomou proporções dramáticas nos países em desenvolvimento como o Brasil, a China ou a Índia. A principal razão para este fenómeno foi o aumento da importância da formação académica. A diferença do rendimento médio auferido por quem tem o nono ano de escolaridade e quem tem formação superior é hoje muito maior do que era há trinta anos, isto é, o retorno do investimento em educação formal é hoje maior do que alguma vez foi na História.

O progresso técnológico vai continuar a premiar a educação e, em geral, a maior produtividade. As tecnologias de informação tornam os trabalhadores que são muito produtivos ainda mais produtivos, à custa dos que têm menos conhecimentos ou menos capacidades. Por exemplo, a possibilidade de transmitir aulas pela Internet e de interagir com alunos à distância aumenta de forma dramática a produtividade dos melhores professores. O desenvolvimento de métodos de diagnóstico à distância benefícia os melhores médicos e melhores investigadores, em detrimento dos menos conhecidos ou menos competentes. O progresso trará consigo uma sociedade mais rica, mas infelizmente não será para todos.» [i]

Autor:

Manuel Neves Adelino.
     

  Espanha contra portagens na Via do Infante
  
«O grupo parlamentar Esquerda Unida (IU), da região da Andaluzia está contra a introdução de portagens na Via do Infante, no Algarve, e quer avançar com uma queixa na União Europeia para bloquear a cobrança e também o Presidente da Junta de Andaluzia, José António Griñan, está a fazer pressão junto das instituições portuguesas para tentar travar a medida.

Griñan alerta que a introdução de portagens na Via do Infante (A22) pode ter "repercussões negativas" nas relações transfronteiriças, numa carta enviada ao homólogo da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, João Faria.

Citado pelo jornal "El País", o responsável mostra-se "preocupado" com o impacto que a medida pode ter e considerou que afetará a entrada no Algarve a partir da Andaluzia e "as tradicionais relações económicas e sociais que unem" as duas "regiões irmãs". João Faria, contactado pelo Expresso, garantiu que transmitiu à tutela as preocupações de Griñan, mas adianta que "não há opção, porque se trata de uma necessidade, sabendo de antemão que terá efeitos recessivos".» [Expresso]

Parecer:

As portagens vão afastar muita gente do comércio espanhol.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se aos espanhóis se foram eles que pagaram a Via do Infante.»
  
 Madeira: está em marcha a estratégia da desvalorização

«O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, disse hoje que deverão ser “muito limitados” os impactos do buraco agora conhecido nas contas da Madeira no défice orçamental de 2011, que deverá ficar em 5,9 por cento do PIB.

Vítor Gaspar falava aos jornalistas à margem de um encontro de bancos centrais de países de língua portuguesa, em Lisboa.

Questionado sobre se serão necessárias mais medidas de austeridade já este ano para compensar os efeitos do buraco recentemente descoberto nas contas da Madeira, o governante afirmou que ainda não há "quaisquer estimativas sobre o impacto no défice deste ano" pelo que "qualquer comentário será prematuro".» [i]
Parecer:

Parece que quando se sabe que o desvio colossal é da responsabilidade de um governo do PSD o ministro das Finanças desvaloriza e até assegura que não terão de ser adoptadas medidas adicionais. O que ele não diz aos portugueses é que provavelmente sabia do buraco e o aumento preventivo da austeridade destinava-se a poupar a Madeira e Alberto João aos sacrifícios resultantes dos seus abusos. É uma vergonha.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Proteste-se.»
  
 Passos Coelho cai em desgraça

«O estado de graça do Governo de Passos Coelho parece estar a chegar ao fim. Já são mais os que acham que esta equipa governamental vai governar pior (37%) do que a anterior, do que os que acham que vai governar melhor (34,4%).

Segundo o barómetro mensal da Aximage para o Negócios e Correio da Manhã, o índice de expectativas no Governo caiu para 11 pontos, contra 57em Julho. Ainda assim bem acima dos valores negativos do índice quando era Sócrates quem chefiava o Executivo português.

A queda acentuada das expectativas dos portugueses no Governo são resultado das medidas de austeridade anunciadas por Passos Coelho nos últimos meses, como a aplicação de uma taxa extraordinária sobre metade do subsídio de Natal que excede o salário mínimo e o aumento do IVA na electricidade e gás para 23%.» [Jornal de Negócios]
Parecer:

E a procissão ainda vai no adro.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se por Dezembro.»
  
 Na próxima sexta não se esqueça do capacete...

«Um satélite da NASA vai cair na Terra entre quinta-feira e sábado. O aviso vem da Agência Espacial Norte Americana que está a monitorizar diariamente a aproximação da máquina não comandada de nome UARS, e ainda não sabe em que região do mundo vai cair. A probabilidade de alguém ser atingido e morrer devido à queda do UARS é de um em 3200, menor que 0,05 por cento.

O UARS, acrónimo para Upper Atmosphere Research Sattelite (Satélite de Investigação da Atmosfera Superior), pesa 5668 quilos e a NASA estima que há 26 peças que vão sobreviver à entrada na atmosfera que ao todo pesam 532 quilos. A peça mais pesada terá 158,3 quilos.

Os cientistas sabem que, devido à orbita onde o satélite se encontra, irá atingir uma região da Terra entre a latitude 57º Norte e 57º Sul, ou seja, todas as regiões habitadas do globo excepto o território a norte da latitude da Dinamarca. As 26 peças não vão cair todas na mesma região, a desintegração do satélite vai fazer com que elas se espalhem ao longo de 800 quilómetros.

Todos os dias a NASA vai actualizando a informação sobre a descida do satélite, a velocidade e o dia em que ele vai cair. Para já está previsto que seja a 23 de Setembro, na próxima sexta-feira, com um intervalo de mais ou menos um dia.» [Público]

Parecer:

Pode ser que caia em cima do Alberto.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Oremos ao Senhor.»
  

 Student protests in Chile [Boston.com]