quinta-feira, setembro 29, 2011

Umas no cravo e outras na ferradura




Foto Jumento


Flor (pólen) da Quinta das Conchas, Lisboa
Imagens dos visitantes d'O Jumento


Catavento, Viseu [AJ Carvalho]
  
Jumento do dia


Nuno Crato

O mínimo que se pode dizer da suspensão dos prémios a atribuir aos melhores alunos a três dias da data fixada é que se trata de uma decisão miserável, mais miserável ainda quando se diz que o dinheiro vai ser distribuído em apoio social nas escolas onde estudam os alunos premiados. E onde vai Crato investir o equivalente aos adjuntos caros ou ao buraco da Madeira.
 
Mal ou bem foram instituídos prémios, os alunos estudaram, concorreram e mereceram-nos, suspendê-los é uma decisão inaceitável a qualquer título. O ódio a tudo os que Sócrates fez é irracional, por este andar ainda vão odiar Portugal. Se fosse encarregado de educação de um dos alunos enganados mandaria uma carta ao ministro dizendo-lhe das boas.
 
«O prémio de mérito no valor de 500 euros, que distingue os melhores alunos dos vários cursos do ensino secundário de cada uma das escolas do país, foi suspenso pelo actual Governo.
 
Na resposta ao PÚBLICO, o Ministério da Educação e Ciência (MEC) já não faz depender a aplicação do dinheiro da prévia requisição daqueles montantes: "O valor pecuniário será afecto a projectos existentes na escola destinados a apoiar alunos ou famílias carenciadas, cabendo ao conselho pedagógico elencar as diversas necessidades". Ao aluno que deveria receber o dinheiro caberá seleccionar "aquela que deverá ser beneficiada", aponta o MEC, destacando que a alteração visa incentivar "a solidariedade".

"Solidariedade forçada? Com que cara vou chegar ao pé dos alunos a quem já pedi que estejam presentes e disse que iam receber 500 euros? Quando se dá, dá, não se volta a tirar", criticou ontem Adalmiro Fonseca, da Associação Nacional de Directores de Escolas Públicas. Manuel Pereira, da Associação Nacional de Dirigentes Escolares, diz-se "chocado": "O Governo não pode criar expectativas e defraudá-las assim".» [Público]

 Mais uma mentira de Passos Coelho, e vão 32!

  
Não, não será desta que um líder do PSD porá os interesses acima dos do PSD madeirense, mesmo quando o comportamento do partido tenha causado graves prejuízos ao país e obrigado Passos Coelho a inventar um desvio colossal para que os portugueses pagassem os desvarios despesistas madeirense sem saberem que estavam a dar mais uma ajuda aos senhores dos sifões.
 
«Alberto João Jardim conseguiu, pelo menos, uma das coisas que mais queria. Ir a votos (no próximo dia 9) sem que se conheça o plano de ajustamento orçamental que o Governo vai aplicar na Madeira. O resultado da auditoria às contas da Região vai ser conhecido na sexta-feira, mas o pacote de medidas draconianas que os madeirenses vão sentir na pele fica para depois das eleições.

Pedro Passos Coelho assumiu hoje, no Parlamento, ter "falado demais" quando, numa resposta a Francisco Louçã, no debate com a oposição há 15 dias, disse que as duas coisas seriam conhecidas até ao final de Setembro. O primeiro-ministro disse não haver tempo para as duas coisas e alegou que o plano de ajustamento terá que ser negociado com o futuro Governo já que agora se está em campanha eleitoral.» [Expresso]
     
 

 A troika fez cem dias
  
«Foram cem dias a fazer a parte fácil. O mais difícil ainda está para chegar, o teste em que Portugal mostra que, de facto, não é a Grécia.
 
Foram cem dias a fazer a parte fácil. O mais difícil ainda está para chegar, o teste em que Portugal mostra que, de facto, não é a Grécia. E para isso não chega um Governo com maioria e um plano suportado também pelo maior partido da oposição. É preciso que os portugueses saibam ser uma equipa que distribui os sacrifícios.

Estes foram os primeiros cem dias mais difíceis de um governo em Portugal desde que em 1986 se entrou na então CEE. Mas apesar da equipa de Pedro Passos Coelho ter conseguido antecipar os problemas mais graves e de os resolver antes da credora troika dar ordens, ou de manifestar a sua insatisfação, está muito longe de poder respirar de alívio. Até agora o Governo fez, por incrível que pareça, a parte mais fácil: usou a habitual arma de emergência chamada mais impostos para combater as frentes de batalha geradas pela Madeira, pelas decisões das forças armadas e das polícias e pelo BPN. Por junto, foi preciso encontrar 1,1% do PIB, ou cerca de 2.500 milhões de euros, para garantir que será atingido este ano um défice público de 5,9% do produto, conforme exigido pelo memorando de entendimento que garantiu o empréstimo a Portugal.

O défice público deste ano, sem as medidas de emergência, seria de 7,4% do PIB. De tudo o que se fez para "tapar" o dito "desvio colossal" apenas o imposto extraordinário sobre o subsídio de Natal pode ser repetido - coisa que ninguém deseja. Tudo o resto tem de ser "tapado" com cortes na despesa pública para além do que já teria de se fazer para atingir o objectivo de 2012 - um défice público de 4,5% do PIB. Ou seja, o Orçamento do Estado do próximo ano tem de fazer cortes da ordem dos 4.600 milhões de euros sem usar os fundos de pensões dos bancos e com o IVA da energia já mais elevado. E este é um valor que, mesmo já sobrestimado neste momento, pode revelar-se pequeno, uma vez que o PIB promete ser inferior ao que está previsto - como já admitiu o Governo ao antecipar uma recessão mais grave do que o projectado pelos documentos da troika - e as receitas fiscais correm o risco de correr muito pior do que o antecipado. Ninguém sabe, por exemplo, se o fim das deduções com as despesas de saúde nos dois escalões mais altos de rendimento vai gerar mais receita ou, pelo contrário, desencadear um aumento da fuga fiscal e ainda mais problemas no Serviço Nacional de Saúde - que por sua vez enfrenta um corte de despesa da ordem dos 500 milhões de euros.

A dimensão do esforço de corte de despesa é ainda mais colossal do que o desvio detectado este ano. Neste momento o Governo ainda consegue anunciar planos de emergência social, campanhas de turismo e até subsídios para as empresas empregarem quem está desempregado. Com o esforço que tem pela frente, muitos destes anúncios não passarão disso mesmo, anúncios. Corremos mesmo o risco de o Estado não ter de pagar os tais apoio ao emprego porque não haverá empresas que possam empregar.

Há um único caminho para conseguirmos ultrapassar com sucesso o ano de 2012. É seguir a via do compromisso, é conseguir que todos os portugueses funcionem como uma equipa, uma comunidade, uma sociedade. Se cada um insistir em manter os seus ganhos, o destino será o fracasso que significa a humilhação e a perda de soberania.

Lamentavelmente ainda continuamos a ver os lóbis a lutarem para ficarem com as rendas que durante as últimas décadas extraíram dos contribuintes e os mais fortes, nas empresas como na Administração Pública, a lançarem os cortes sobre os mais frágeis. Por esta via não vamos lá. O sucesso dos países do Norte da Europa tem um segredo que se chama a união faz a força. Sem isso teremos muito mais que a troika executada por um governo eleito, teremos a troika a governar Portugal.» [Jornal de Negócios]
Autor:

Helena Garrido.
  
 O 'tchador' da Rainha Isabel

«Esta semana, às mulheres de dois países muito diferentes - um, moderno e democrático, e outro, ainda na Idade Média - foi feita a mesma promessa de aproximação à igualdade. A umas, a do fim de uma condição que, embora só interessando directamente a poucas, espanta pelo atraso ao já conseguido pelas suas concidadãs. A outras, a promessa de uma pequenina reforma que por mudar um marasmo milenar só pode ter efeito de dique a rebentar. Desta última promessa já falei ontem: o Rei saudita revelou que as mulheres da Arábia Saudita vão poder eleger e ser eleitas nas únicas eleições permitidas no país, de pouca importância (municipais) mas com forte valor simbólico num país onde elas nem podem conduzir automóveis. Por uma coincidência extraordinária, ontem também, o Times de Londres anunciava que o Governo inglês vai propor a mudança de uma condição anacrónica, o fim da "primogenitura", que no costume inglês dá prioridade no direito de herança real ao filho varão. Se em vez da princesa Margarida a Rainha Isabel tivesse tido um irmão mais novo, era este que teria chegado ao trono... Ao que parece, a nova lei vai ser feita a correr antes que Kate engravide do príncipe William e, tendo uma filha (que não poderia beneficiar retroactivamente), complique a mudança desejada. Vinda de lugares tão opostos, Riade e Londres, a coincidência das notícias só sublinha que a igualdade não são favas contadas onde quer que seja.» [DN]

Autor:

Ferreira Fernandes.
  

 Já não há pachorra para o Alberto!

«Depois de reiterar que "não há nada a esconder", Jardim afirmou que teve "a honestidade de pedir a intervenção da República antes das eleições, não é como os Açores que deixou para novembro".

O responsável adiantou que o "acerto de contas" será feito "com o Governo da República" e não com a troika.

"Eu nunca assinei nada com a troika. Não assino nada com a troika. Não vou estar aqui para aturar políticas que só pensam no défice", declarou Alberto João Jardim, notando que os madeirenses, "como os outros portugueses", vão "fazer sacrifícios por igual", logo "o tratamento da dívida vai ser também igual para todos", sejam do Continente ou da Madeira.

"Também somos portugueses e, portanto, se o Estado português vai pagar a dívida a 30 anos, eu exijo que também a dívida da Madeira seja paga a 30 anos; se o Estado português vai pagar a dívida com os juros baixos que foram criados pelo Banco Central Europeu, então são esses mesmos juros baixos que se aplicam à Região Autónoma da Madeira", considerou.» [Expresso]
Parecer:

Por que no te callas?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Metam-lhe uma rolha na fossa!»
  
 "Não é verdade meu amigo?"

«"José Sócrates, que é meu grande amigo, está ali sentado, é estudante aqui neste instituto, foi primeiro-ministro português", disse Lula da Silva na parte improvisada do seu discurso de agradecimento pelo doutoramento honoris causa que acabara de receber do Instituto de Ciências Políticas de Paris, uma prestigiada instituição francesa.

Na altura, Lula da Silva proferia um longo e apoiado elogio à primazia da política sobre a economia e os mercados. Num aparte imediato, virando-se para o antigo primeiro-ministro José Sócrates, atualmente ali a frequentar um curso, acrescentou: "Não é verdade, José Sócrates? É a política, a política, meu amigo!".» [Expresso]

Parecer:

O quê, Sócrates ainda tem amigos?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Informe-se o Miguel Relvas, o tal do MP e a Felícia.»
  
 Afinal, era um falso corretor

«Alessio Rastani, um suposto corretor independente, tornou-se mundialmente famoso ao dizer, em entrevista à BBC, que sonhava com outra recessão para fazer mais dinheiro, assegurando que o mundo é controlado pela Goldman Sachs (principal banco de investimento dos EUA). Agora, e depois de outra entrevista, desta vez à ‘Forbes’, Alessio Rastani admitiu ao ‘Daily Telegraph’ ser um “aficionado” e um “charlatão”, desmentindo a BBC, que defendeu a sua credibilidade mesmo quando esta foi posta em causa pelos mais cépticos. Ainda assim, Rastani assegura: “Quis dizer tudo aquilo que disse.”» [CM]

Parecer:

Mas será que não terá dito o que muitos pensam?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se às agências de rating.»