quarta-feira, novembro 16, 2011

Umas no cravo e outras na ferradura




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Portel
Imagens dos visitantes d'O Jumento


Zero emissões de CO2 [A. Cabral]
  
A mentira do dia d'O Jumento
 
     

Depois de ser mais troikista do que a troika Passos Coelho apostou agora em ser mais alemão do que a Merkell e para que ninguém tenha dúvidas já seguiu a ideia da Assunção e adotpou um dress code para a reunião do Conselho de Ministros. A partir de agora todos os ministros apresentar-se-ão nas reuniões trajados a vigor.

Paulo Portas aderiu desde logo à ideia e para que as más-línguas não digam que anda desaparecido ou é mais americano do que germanófilo até fez questão não só de pousar, mas de proporcionar um momento raro ao posar junto a uma mulher que não é a sua mães, ao lado da virginal Assunção Cristas.

Jumento do dia


João Duque, ex-futuro ministro das Finanças

Depois de ter visto o Governo antecipar-se às conclusões do seu grupo de trabalho sobre serviço público de televisão, para não referir o emagrecimento do grupo ao longo do tempo, João Duque lê na comunicação social que o Governo não abdica da RTP Informação. Por outras palavras, o Governo não está disposto a dispensar uma RTP que controlapela RTO Crochet que João Duque propõe.

«O grupo de trabalho para a definição do serviço público defende uma RTP sem publicidade, com pouca informação e sem um canal de notícias no cabo (a RTP Informação) e sem uma das três estações de rádio actuais. O relatório ontem entregue ao Governo por aquele grupo contradiz o Plano de Sustentabilidade Económica e Financeira da RTP, apresentado em Outubro, mas o PÚBLICO sabe que o Governo não está disposto a abrir mão da RTP Informação, embora refira, em comunicado, que as recomendações do grupo "servirão de base à definição, pelo Governo, de um conceito de serviço público".» [Público]

 Pro bono ou pro boneco? 

Relvas encomendou ao ex-futuro ministro das Finanças um grupo de trabalho sobre o serviço público de televisão. Criado um grupo destes logo a seguir às eleições suspendeu-se a respiração na RTP à espera das suas conclusões, mas quem não perdeu o fôlego e decidiu não experar pelo ex-futuro ministro das Finanças foi o ministro Relvas, (o tal que deveria ir para a cama da Kátia discutir geografia com a concorrente da Casa dos segredos) ainda o grupo não tinha reunido e já estava a encomendar uma reestruturação da RTP ainda mais urgente.
 
O grupo ter-se-á sentido ofendido mas o ministro esclareceu que estavam a trabalhar para depois de 2012. O grupo lá descansou e recomeçou a trabalhar com a máxima urgênce pro bono, como se pode ler no relatório:
 
«(...) Considerando-se ultrapassado nas suas funções, o GT ouviu do Sr. Ministro que, quaisquer acções suas neste contexto, nomeadamente as relativas ao PSEF da RTP e ao seu comunicado a este propósito, se referiam exclusivamente ao horizonte temporal de 2011-2012 e que, por isso, em nada feriam a missão deste GT; e que, ao lidar com a redefinição de serviço público, o GT iria produzir um conjunto de recomendações, agora consubstanciadas neste Relatório, que seriam elemento essencial da definição da política e actuação futura do Governo neste domínio. Nesse sentido, o Grupo de Trabalho resolveu contornar os condicionalismos expostos e prosseguiu a preparação deste documento como prova do seu serviço pro bono à sociedade e como prova da independência com que trabalhou.(...)» [Relatório]
 
Miguel Relvas também terá começado a ler o relatório, leu o pro bono e agradeceu:
 
«O Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares (MAAP) recebeu hoje o Relatório do Grupo de Trabalho nomeado para a definição do conceito de serviço público de comunicação social.

O MAAP agradece a disponibilidade, o empenho, o profissionalismo e o espírito de cidadania que os membros do Grupo demonstraram ao levar a cabo a tarefa que lhes foi confiada.

Tratou-se, na verdade, de uma manifestação de elevado sentido de serviço público, executado pro bono e dentro do prazo fixado o que cumpre salientar e saudar.

O MAAP deseja ainda exprimir o seu apreço pela forma livre, amplamente discutida e participada, numa matéria dificilmente consensual, que orientou os trabalhos do Grupo e que aparece reflectida no documento que lhe foi entregue e que servirá de base à definição, pelo Governo, de um conceito de serviço público de comunicação social no quadro das alterações em curso neste âmbito face às contingências nacionais e internacionais de todos conhecidas, particularmente no que respeita à RTP S.A. que está a por em prática o seu plano de sustentabilidade económica e financeira.

O Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares

Miguel Relvas» [Comunicado]
 
Conclusão, o Duque, o tal ex-futuro ministro andou a trabalhar pro boneco, só um ingénuo acha que alguém vai ler-lhe o relatório lá para Dezembro de 2012. Enfim, aproveitou-se um comunicado em que o Relvas se refere a si próprio e acaba por ser mais prático e auto designa-se pela abreviatura MAAP.

Boa MAAP! Mais uma destas e vais mesmo para a cama com a Kátia, ficas a saber que África é um país da América do Sul e em troca e entre uns apalpões tu lhe explicas que a Noruega aderiu à UE.

 Ainda que mal pergunte

 
O que irá fazer um técnico especialista da rede ferroviária no Tesouro?

 Governo ou tasca da coxa?


O ministério das Finanças parece a tasca da coxa em matéria de remunerações, cada um recebe um montante diferente, não são publicados nem os montantes, nem os critérios, nem a base legal para a fixação dos vencimentos, parece que tudo é feito a olho e sem coerência.

O assessor da rede ferroviária recebe o ordenado de origem, que ninguém sabe quanto é, acrescido de 45%, sem se esquecer dos subsídios de férias, de Natal e de refeição. O mestre do Cebtro de Estudos Fiscais recebe o vencimento de base (sabe-se qual é) acrescido de 2000€, mantendo o direito aos subsídios. A Professora Rita vem fazer apenas uns biscates e recebe 2000€ sem direito a mais. O economista chefe não se sabe bem do quê fica contente com o que recebe na origem.

Será que o corte dos subsídios atinge esta rapaziada? Não parece. De qualquer das formas todos os que recebem segundo a origem estão a salvo deste corte mesmo que o apliquem aos gabinetes. Há portugueses e portugueses, estes são de primeira.
 
Escusado será dizer que nenhum destes senhores consta no site das nomeações do Governo, não constam e pelo menos em relação ao economista-chefe (da treta) nunca constarão.

 No "Imprensa Falsa"

     
 

 O Governo atrapalha-se nas palavras difíceis

«Pedro Passos Coelho pegou-se no Parlamento com um deputado do PS e, em tom peremptório, afirmou: "Nós não fazemos malabarices com as cativações!" O primeiro-ministro, nesse primeiro dia de debate sobre o Orçamento do Estado, repetiu a ideia, de forma a que o eco na abóbada do hemiciclo devolvesse em acusação, para a bancada socialista, partido que formou o anterior Governo, aquilo que terá entendido como insinuação contra o actual Executivo PSD/CDS: "Sim, senhor deputado. Nós não fazemos malabarices!"

"Malabarice" é giro, soa bem, mas não existe no dicionário. Há "malabarismo", "malabarista", "malabarístico", e, relativo ao território de Malabar, na Índia, as palavras "malabar", "malabarense", "malabaresco" e "malabárico". Também existe "malabruto", para designar um homem estúpido mas, julgo, Passos Coelho não queria ir por aí.

Não me atrevo a procurar definições rigorosas para "cativações", pois "cativar", que lhe está na origem, tanto significa subjugar, prender ou encantar e hoje não estou para debates ideológicos.

O ministro Álvaro Santos Pereira, ontem, em mais um episódio da mesma novela orçamental, esteve largos minutos a perorar sobre a "descompetividade" da economia. Entusiasmado, foi deleitando a audiência com "descompetividade" para lá e "descompetividade" para cá. Quando anunciou que em 2012 estaríamos no início do fim da crise, já toda a plateia sorria, condescendente, quase ignorando a nova piada do ministro.

É verdade que entre os actores políticos e os comentadores de televisão, estatutariamente sábios nas matérias que analisam mas comprovadamente ignorantes em língua portuguesa, está há muito vulgarizada a oralização da suposta palavra "competividade" em vez da correcta "competitividade". Também há quem use "precaridade" em vez de "precariedade". E já ofereceram ao povo, além de impostos, a "desorçamentação".

Mas o digníssimo doutorado em Economia pela Universidade Simon Fraser, Vancôver, Canadá (canudo para o qual, suponho, o domínio do português foi irrelevante), adicionou um contributo valioso: com o prefixo "des" propõe aos eruditos um neologismo para substituir a expressão "falta de competitividade". Com tantos cortes para impor não admira que ele pense também em diminuir as sílabas que temos para dizer.

Claro que um grande político, um fabuloso governante, pode, em tese, sem consequências graves, tratar a gramática ao pontapé. O pior não é eles falarem mal, é eles parecerem não saber o que estão a dizer.» [DN]

Autor:

Pedro Tadeu.
  
 De que tem medo Marques Mendes

«Marques Mendes tem feito, na TVI, um pequeno exercício de hipocrisia partidária, no qual consegue, em simultâneo, solicitar esclarecimentos, negar os esclarecimentos e omitir os esclarecimentos. Solicitar, porque coloca questões sobre as negociações das Scut. Negar, porque por três vezes (!) demonstrei junto da Direcção da TVI, junto dos jornalistas e junto do próprio toda a disponibilidade para esclarecer as suas alegadas dúvidas, inclusive no formato debate. O máximo que obtive foi um sorriso cabisbaixo do próprio Marques Mendes... Omitir, porque esconde as minhas respostas e as da Comissão de Negociações na AR. É a sua forma de estar: depois de falhar como dirigente partidário, Mendes tem a sua Conversa em Família semanal sem aceitar o contraditório. Velhos tiques... Mas aqui estão sem rodeios as suas perguntas e as respectivas respostas:

Ponto prévio: as renegociações foram conduzidas por comissões de negociação cujo profissionalismo e rigor é verificável pela idoneidade dos seus elementos em vários anos de serviço público. A decisão conjunta dos ministérios das Finanças e das Obras Públicas foi sustentada no trabalho destes profissionais. É lamentável verificar a forma leviana e insinuosa como alguns têm classificado esse trabalho, numa lógica de insídia que nada tem provado.

1.ª) Não sendo Scut, por que razão se renegociaram as concessões da Grande Lisboa (CGL) e Norte (CN)? Por dois motivos. a) Por ser condição necessária para o Estado atingir os seus objectivos, cf. resposta 2; b) Por ser uma condição negocial do concessionário à qual o Estado não se deveria opor caso concretizasse os resultados financeiros que veio a alcançar.

2.ª) Porque é que o Estado passou a ter encargos com estas duas concessões? É falso que os encargos tenham aumentado. Com a inclusão da CGL e CN fechou-se um acordo que permitiu: uma redução dos encargos líquidos de 1900 milhões de euros (ME); o aumento de 300 ME nas receitas anuais da EP; a diminuição dos encargos de gestão destes contratos; a diminuição de 789 ME nos custos com os reequilíbrios, dos quais 230 ME na CN; a eliminação de reequilíbrios futuros; a uniformização de todos os contratos, que viabiliza um refinanciamento logo que os mercados o permitam. Se estes não são bons resultados, pergunta-se: quem teria feito melhor?

3.ª) Porque vai o Estado gastar 1,5 mil milhões de euros (MME) nestas duas concessões? Curioso que Mendes se refira a números parciais quando a renegociação é global. Para dar um exemplo de fácil percepção: é como ir ao Pingo Doce comprar um dos seus cabazes e depois dizer que um dos produtos não é bom, esquecendo-se de que todos foram comprados por um preço global favorável. Além disso, os números parciais referidos, retirados de um relatório que não tem como objectivo a análise das renegociações, incluem IVA que é pago ao próprio Estado e, por exemplo, centenas de ME dos reequilíbrios, devido a acções de governos PSD, nomeadamente os milhões de Estarreja incorridos não em nome do interesse geral, mas sim em nome de interesses próprios e eleitorais. Todos os relatórios conhecidos que analisaram as negociações, sem excepção, Comissão de Negociação, KPMG, IGF e INIR, evidenciam uma diminuição global dos encargos.

Mas estas questões de Mendes não são suscitadas simplesmente pela solidariedade partidária. Vêm de trás, de 2006.

Nas campanhas eleitorais de 2001 e 2002, Mendes (candidato em Aveiro) prometeu alterar o traçado do IC1 em Estarreja. Eleito o novo Governo PSD/CDS avança para a alteração prometida. O presidente da EP alerta por escrito a tutela para as consequências altamente danosas para o Estado. É afastado e o Governo, por despacho conjunto de Ferreira Leite e Valente de Oliveira, adjudica a alteração. É o ministro dos Assuntos Parlamentares, Mendes, que no dia 20 de Setembro de 2003 vai ao Alto da Fermelã anunciar essa grande notícia para os interesses locais, mas péssima para os nacionais. Essa alteração custaria ao estado 500 ME! Sr. Mendes: recordo este facto para memória futura e para que se saiba que houve governantes que em nome de interesses eleitorais próprios sacrificaram os interesses gerais do País!

Neste caso ainda conseguimos agir: renegociamos o contrato da IC1 poupando 350 ME!

É por todas estas renegociações terem beneficiado o Estado, não só as das Scut mas também as das Concessões Brisa e Lusoponte, que em seis anos, apesar de se ter construído mais 1000 km, foi possível diminuir os encargos com as PPP rodoviárias. Quem o afirma é Bagão Félix, que inscreveu, no Orçamento do Estado de 2005, para as PPP rodoviárias até 2030, 15,8 MME de encargos líquidos, e Vítor Gaspar que inscreveu 12,4 MME, entre 2012 e 2030. Se a este valor adicionarmos os encargos líquidos verificados entre 2005 e 2011 obtemos um total de 15,4 MME, inferior ao previsto em 2005.

A cortina de fumo que tem alimentado a doutrina política do actual Governo sofreu, com o conhecimento destes números, um revés fatal. Para o Governo seria fácil comunicar que a austeridade imposta aos portugueses, nomeadamente o corte nos subsídios, se deve ao despesismo dos governos de José Sócrates, especialmente nas PPP, a causa de todos os males.

Mas esta almofada, com que o PSD adormece o povo português, adia o esclarecimento das causas da deterioração das contas públicas e não permite que se encontrem as respostas para o desejo actual de todos os portugueses: recuperarem a sua dignidade e qualidade de vida.

Bagão Félix e Vítor Gaspar transmitiram a verdade. Inscreveram nos OE dois números que demonstram que o Estado tem hoje menos encargos com as PPP do que tinha em 2005. Façam um grande favor aos portugueses. Não se preocupem tanto com a percepção da opinião pública e enfrentem com profissionalismo, coragem e inteligência a crise europeia e o grave problema do País. Aos políticos a verdade, aos jornalistas a imparcialidade e ao povo, então sim, municiado com a informação correcta, o juízo.» [DN]

Autor:

Paulo Campos.
    

 Já não festejam?

«A taxa de desemprego estimada pela OCDE para Portugal subiu para os 12,5 por cento em Setembro, enquanto na média dos 34 países permaneceu nos 8,2 por cento, foi hoje divulgado.» [DN]

Parecer:

Longe vão os tempos em que cada aumento do desemprego quase era motivo para festejos pela direita e esquerda conservadora, agora sucedem-se e não se ouve um comentário.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso cínico.»
  
 Cavaco obrigado a ser optimista

«"Espero que no fim da execução do acordo de assistência financeira, e se se concretizarem as previsões feitas, que Portugal esteja a crescer em 2013 e esteja com um grau de competitividade muito mais forte do que aquilo que tem agora", afirmou o chefe de Estado, quando questionado se vê algum fim para a crise que Portugal atravessa.

Sublinhando que tem de estar optimista, Cavaco Silva nunca apontou uma data para o fim da crise, mas notou que é importante esperar para ver o que vai acontecer na Europa na sequência das mudanças políticas que estão a ocorrer em Itália e na Grécia.» [DN]

Parecer:

Temos de acreditar no Álvaro, em 2012 acaba a crise e em 2013 a Nossa Senhora de Fátima aparece de novo para festejar junto dos três videntes, o Pedro, o Álvaro e o Gaspar.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Cavaco quem o forçou a acreditar nas previsões.»
  
 A fruta é igual para todos

«"Os frutos são iguais aos do resto do País. Vai ser produzida exactamente a mesma fruta para todos", garantiu o presidente do Executivo madeirense.» [DN]

Parecer:

O Passos Coleho já lhe perdoou a dívida.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»
  
 Seria uma desonestidade?

«O economista Miguel Cadilhe disse hoje que o corte dos subsídios de Natal e férias para a função pública e pensionistas deve ser uma medida "intercalar" até o Governo avançar com medidas estruturais, caso contrário seria uma desonestidade política.» [Dinheiro Vivo]

Parecer:

É o próprio Governo que se refere à medida como definitiva e a comunica a Bruxelas.
  
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Cadilhe o que entende por desonestidade.»
  

 Basketball Game on an Aircraft [Feel Desain]