sexta-feira, janeiro 20, 2012

O Gaspar, o Álvaro, as putas do Elefante Branco e o burro do inglês

É muito pouco provável que nos papers do Vítor Gaspar e amigos haja referências às putas do Elefante Branco ou ao burro do inglês e isso é uma omissão grave porque significa que ignora muito do que move a nossa economia. A política económica deste governo é conduzida por dois ministros, um tem sintomas de loucura e o outro viveu encafuado em gabinetes produzindo papers para os amigos elogiarem.

A estratégia de empobrecimento forçado do país que Vítor Gaspar decidiu testar pela primeira vez num país usando os seus próprios concidadãos e certificando-se de que regressando ao Banco de Portugal ficaria a salvo das suas próprias decisões, lembra a velha história do burro do inglês, quando já se estava habituando a viver sem comer acabou por morrer à fome. É um pouco o que pode suceder com a economia portuguesa, a dose de empobrecimento forçado foi de tal forma grande que a contracção económica pode levar a que os cofres do fisco acabem por ficar vazios.

O aumento do IVA nos restaurantes é uma medida que explica bem a ausência de contacto entre o Gaspar e a realidade, basta dar uma volta pela Baixa de Lisboa paras se perceber que os restaurantes andam às moscas apesar de na sua maioria não ter aumentado os preços. É evidente que muita gente prefere levar a marmita com uma refeição em que se usaram produtos com 8% de IVA do que pagar uma refeição com 23%, o que significa que por cada quatro almoços está a pagar um ao Gaspar. Daqui a pouco tempo começaremos a ver restaurantes a fechar as portas e os que as mantêm abertas é pouco provável que não estejam a fugir ao fisco.

O Álvaro teve a brilhante ideia de introduzir uma novidade nos horários de trabalho que passaram a ter duas componentes, uma mal remunerada e outra de trabalho escravo. A oferta foi tão generosa que até os empresários desconfiaram e sugeriram alternativas mais adequadas ao século em que estamos. Se o Álvaro fosse frequentador de espaços como o Elefante Branco saberia mais de competitividade das empresas portuguesas do que com uma dúzia de doutoramentos na modesta universidade de Vancouver. Saberia que uma boa parte das ajudas que está a dar aos empresários vai acabar nas casas de putas e outros consumos empresariais como pensos higiénicos.

O Álvaro e o Gaspar são dois bons exemplos de técnicos convencidos de que são eles que moldam a realidade e por isso a podem ignorar e desprezar. O resultado pode ser desastroso com a economia a morrer como o burro do inglês e com muitos dos sacrifícios impostos aos trabalhadores a acabar nas caixas registadoras das casas de putas do país.