segunda-feira, janeiro 02, 2012

Umas no cravo e outras na ferradura




Foto Jumento


Elevador de Santa Justa, Lisboa
Imagens dos visitantes d'O Jumento


Fim de tarde [A. Cabral]
  
 A mentira do dia  
  
Jumento do dia


Álvaro e Pedro Mota Soares

Pobre Álvaro a única notícia do dia 1 saiu no "I" e foi para mostrar que o super-ministro se espetou na meia hora de trabalho escravo. Mais incompetente é difícil.

«A proposta de lei do governo para aumentar o horário de trabalho em meia hora diária no sector privado já está em discussão pública, mas os patrões apelam ao governo para deixar cair o diploma e apresentar soluções alternativas com vista a conseguir um acordo na concertação social. Uma hipótese que o governo e o PSD colocam de lado, embora os sociais-democratas assumam, pela voz de Adão Silva, que “é mau não ter havido uma plataforma de entendimento”.

O vice-presidente da bancada do PSD e responsável pela área do Trabalho defende, em declarações ao i, que “em matéria de legislação laboral importa que se procure a concertação e o diálogo até ao limite”, apesar de também fazer a ressalva de que “o governo não pode estar eternamente à espera, porque o país precisa de caminhar”.» [i]
 
Se o Álvaro foi notícia mesmo estando calado já o ministro da Lambreta apareceu para dizer uma sacanice, mostrando até onde este governo está disposto a ir para dividir os portugueses, atirando uns contra outros. Justificar o aumento de pensões com poupanças no rendimento mínimo é próprio de um filho de mãe de com profissão isenta de IRS:

«O aumento de cerca de sete euros mensais nas pensões mínimas, rurais e sociais, que entra este domingo em vigor, será aplicado com os 70 milhões de poupança no Rendimento Social de Inserção, disse este domingo o ministro Pedro Mota Soares.

A medida já tinha sido anunciada antes pelo Governo, mas o ministro da Solidariedade e da Segurança Social, Pedro Mota Soares, fez questão de a sublinhar hoje em Lisboa, no dia em que entra em vigor o aumento daquelas pensões, durante uma visita ao Centro Paroquial de São Vicente de Paulo, no Bairro da Serafina.» [JN]

 2012
  

O primeiro dos annus horribilis

O governo e os muitos jornalistas e diversas personalidades que o apoiam apontam 2012 como o pior, depois tudo passará. Estamos perante uma grande mentira, não só 2012 será bem pior do que o governo anuncia, como para a maioria dos portugueses os anos seguintes serão iguais ou piores do que o próximo. Os únicos felizardos deste país serão os desempregados que conseguirem arranjar empregos com salários mais baixos do que alguma vez imaginaram, todos os outros ficarão pior do que estarão em 2012.

Garças a uma troika que aceito fazer o jogo sujo de um governo que quer iludir as regras constitucionais e pretende adoptar um programa que não sufragou os portugueses serão sujeitos a um processo de empobrecimento, perderão direitos sindicais e laborais, deixaram de ter uma constituição pois Cavaco esquece-se de submeter as normas inconstitucionais ao Tribunal Constitucional enquanto Seguro faz de conta que é oposição, muitos portugueses serão despejados das suas casas, outro entrarão em insolvência devidos aos cortes inconstitucionais dos rendimentos. Ora, nada disto será devolvido em 2013 ou nos anos seguintes.

2012 Será o ano em que os alguns portugueses pagarão a ousadia de um povo que sonhou que Portugal poderia ser mais justo, verão o SNS de que tanto se orgulhavam ser destruído por um gestor mediano que ganhou fama publicitando como seu o trabalho alheio, passarão a ter uma escola pública digna de pobres, verão as suas empresas públicas serem geridas por controleiros designado pelo Partido Comunista Chinês.

Pouco ou nada do que os portugueses vão perder neste ano lhes será devolvido, nem os ricos algumas vez terão de devolver as ajudas que lhes estão sendo dados à custa dos pobres ou dos menos ricos. Em 2012 os povo português é metido à força num campo de Auschwitz onde serão escolhidos, uns serão felizardos e ficarão ainda mais ricos, todos os outros serão sacrificados, ficarão mais pobre, perderão a casa e o carro, terão de tirar os filhos da escola, perderão o emprego. À porta do campo estará um dizer “trabalhar mais e por menos dinheiro fará do seu patrão mais rico, mais feliz e mais competitivo”.

Depois de 2012 Portugal não será o mesmo, se agora tem uma constituição com um preâmbulo falando de revoluções e socialismos que sobrevivem apenas na nova EDP, no futuro toda a constituição será uma mentira, falará de direitos sociais que a troika eliminou a pedido do Passos Coelho, falará de um SNS que o Macedo destruiu, falará de uma escola pública que regrediu. Teremos uma constituição simbólica que foi esquecida por um Presidente da República que prometeu defendê-la e por um Seguro que não esteve à altura da história do seu partido que em hora trite o elegeu secretário-geral.

2012 será o primeiro de muitos annus horribilis em que o país terá que recuperar não só da crise financeira internacional que nos atingiu por sermos os mais frágeis de uma Europa que deixou de ser solidária para passar a ser uma merkelândia, num único ano perder-se-ão décadas do que se julgava serem conquistas civilizacionais. Em 2012 a direita usará a troika, a estupidez do líder da oposição e o complexo de culpa da extrema-esquerda que a ajudou para se vingar de um povo que ousou sonhar.

Mesmo assim desejo a todos um bom ano de 2012, até mesmo a Passos Coelho e aos membros do seu governo a quem rogo uma praga dos cuicos de Monte Gordo, “ca tenham uma dor de estômago tão grande, tão grande, que quanto mais doesse mais corressem, quanto mais corressem mais doesse e quando parassem arrebentassem!”.
  
 In memoriam 2011


 O anúncio do Núncio

 
Paulo Núncio aproveitou a última edição do Expresso para anunciar ao país a boa aventurança da fusão (sem consequências procriativas) do fisco, obra sua, decidida pelo seu antecessor e manhosamente incluída no memorando com a troika. Portanto, Paulo Núncio pode agora mostrar obra feita mas a verdade é que nunca poderá ser considerado pai desta criança deficiente que o actual governo não quis abortar. O pai do anormalão é um tal Sérgio Vasques que ficou conhecido por se ter aproveitado do dinheiro dos contribuintes para fazer praias nalgumas ilhas paradisíacas "à pala" dos acordos de dupla tributação. Não admira que tenha nascido um aborto, quando era funcionário da DGCI esse tal Sérgio Marques chegou a perder os suplementos em consequência de uma má classificação de serviço. Mas, enfim, que Deus o tenha e que nunca volte a ter a oportunidade de regressar a um cargo governamental.
    
«É uma reforma estrutural adiada desde a década de 90 e que este governo planeou, preparou e executou em cinco meses.»

A entrevista começa mal, desde logo porque não é nem nunca foi uma reforma adiada desde os anos 90 e no passado recente, durante o governo de António Guterres foi lançada a AGT que acabou por ser extinta pelo governo de Durão Barroso. Assim sendo, na melhor das hipóteses estaríamos perante uma reforma adiada desde há seis anos.

A verdade é que as Alfândegas foram sujeitas a sucessivas reestruturações adequando-se ao processo de integração europeia, foi a DGCI que se manteve imutável e foi crescendo por camadas nunca eliminando os serviços desnecessários. Como se perceberá mais adiante a grande reforma que se impões, a da DGCI continua por fazer, repetindo-se o que já sucedeu com o PRACE que foi ignorado na DGCI ao contrário do que sucedeu na DGAIEC.
  
Compreende-se que o secretário de Estado tenha querido mostrar serviço mas a verdade é que para já está quase tudo por fazer, o que neste momento existe é uma administração fiscal desorganizada, com uma equipa dirigente que reunida quase precisa do hemiciclo de São Bento, com muitas incertezas e receios, para não falar da desmotivação resultante da brutalidade das medidas de austeridade. Em vez  estar triunfante oi secretário de Estado tem sérias razões para estar preocupado, não só a receita fiscal prevista no OE 2012 dificilmente será arrecadada pois foi inflacionada com base em previsões económicas irrealistas, como no pior ano financeiro de Portugal o Governo decidiu brincar ao fisco. Talvez seja melhor esperar uns meses para o Dr. Paulo Núncio festejar, ou talvez tenha razão, o melhor será festejar porque pode não voltar a ter uma oportunidade para o fazer.
   
«Na segunda fase, entre 2012 e 2013, far-se-á a racionalização das direções de finanças e dos serviços locais.»

Seria interessante se o secretário de Estado tivesse explicado proque razão a racionalização do que efectivamente precisa há muito de ser racionalizado fica para o fim. Volta a suceder o que sucedeu com o PRACE, a velha estrutura municipalista da DGCI do século XIX e que hoje apenas serve para gastar dinheiro dos contribuintes e favorecer a gestão de influências sobrevive. Parece que há muita gente interessada em que sobreviva.

«Que custos desaparecem com a reafectação das pessoas? Quanto se ganha com a redução dos cargos dirigentes?

O orçamento para a AT no próximo ano, que resulta dos orçamentos das direcções-gerais envolvidas na fusão, sofreu um corte de 10%.»

Ou o secretário de Estado foi mal informado ou tem pouca consideração por quem o vai ler e pouco se importa com a enormidade da falsidade que disse. A redução de chefias fica-se por pouco mais de meia dúzia na DGAIEC e DGITA, que foram parcialmente compensadas pela criação de lugares de subdirector-geral na DGCI. A maior parte dos lugares de chefia eliminados não estavam preenchidos e, por conseguinte, não geraram despesa em 2010.

O secretário de Estado sabe muito bem ao que se deve a redução de despesa prevista para 2012, ao desinvestimento na informática, ao corte irracional da despesa e à eliminação dos subsídios dos funcionários. Uma boa parte das poupanças resultantes da fusão foram absorvidas pela DGCI para reforçar os seus tachos.

O secretário de Estado devia ser obrigado a explicar aos leitores do Expresso, pelo respeito que estes devem merecer, como é que contratando 350 inspectores e reduzindo menos de uma dúzia de cargos de chefia poupa 10% do orçamento de uma organização como o monstro ingovernável que resulta de três grandes directores-gerais.

de Estado evidencia que o governante tem uma leve ideia do que se está passando na máquina fiscal, que acredita em tudo o que os gangues de corredor lhe dizem e não tem a mais pequena noção do buraco financeiro em que o Estado se está metendo. Parece que também não percebeu que sendo secretário de Estado de uma única super direcção-geral o seu cargo não faz sentido pois não passará de um moço de recados entre o ministro e o todo poderoso director-geral da super-DGCI e respectivos apêndices aduaneiros e fiscais.

Que Deus salve o nosso pobre e desgraçado país da crise, da incompetência dos governantes e do oportunismo dos responsáveis do Estado.
    

 Mais um crime de Sócrates

«Quatro anos depois da entrada em vigor da lei do tabaco houve uma redução de cinco por cento do número de fumadores, mas um em cada quatro portugueses ainda morre prematuramente, em parte devido ao tabaco.» [Público]

Parecer:

Daca uma bela primeira página do CM.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se a sugestão ao caçador de bloggers.»
  

 Kenp