quinta-feira, janeiro 05, 2012

Umas no cravo e outras na ferradura



 
 Publicidade gratuita 

  
Foto Jumento 


Amoreiras, Lisboa
Imagens dos visitantes d'O Jumento


Alpedrinha [A. Cabral]
  
Jumento do dia


Pinto Monteiro, Procurador-geral da República
 
Ninguém ouviu Otelo Saraiva de Carvalho apelar a um levantamento militar ou a qualquer outra suposta ilegalidade ou inconstitucionalidade, ouvimos sim opinar sobre se neste momento seria ou não realizável um golpe militar, opinião que qualquer pessoa deste país pode ter e expressar, uns pensarão que seria mais fácil, outros que seria mais difícil. Parece que Pinto Monteiro acha que os que pensarem que seria mais difícil são cidadãos cumpridores e os que pensam o contrário poderão ser criminosos.
 
A isto chama-se condicionar a liberdade de expressão, coagir quem possa ter opiniões incómodas ou diferentes das nossas. Compreende-se que os magistrados estejam, como é norma, ao lado de um poder que historicamente os trata com mordomia, mas desta vez houve exagero, Otelo só expressou uma opinião que poderia ser dita em qualquer país civilizado do mundo que seja regido por uma democracia. Mas parece que Portugal é uma excepção a muita coisa.

Pela lógica de Pinto Monteiro quem se lembrar de prever um tsunami corre o risco de ser acusado de o estar a promover. É a lógica da batata transformada em lei.

«O Ministério Público abriu um inquérito relacionado com as declarações de Otelo Saraiva de Carvalho, que, numa recente entrevista à agência Lusa, falou na possibilidade de haver um golpe militar, caso fossem "ultrapassados os limites".» [DN]
  
 Coisas que sabem tão bem....

 
 Uma pequena pergunta
 
Alguém sabe do António Barreto? Queria perguntar-se se o patrão também vai mudar a sede da sua fundação manhosa para a Holanda.
   
 Ena, tanta gente a fazer-se à gorjeta do ricaço!
 

Basta um ricaço estar em apuros junto da opinião pública para que se assista a um dos espectáculos mais tristes que podemos assistir em Portugal, um espectáculo que  nos ajuda a perceber como na capital há tanta gente a viver de pequenos biscates, em especial no mundo corrupto da comunicação social.
 
Soares dos Santos ou, como muitos graxas preferem dizer, o senhor Soares dos Santos representa milhões em publicidade, livros da fundação manhosa do António Barreto, pareceres e estudos e muitas outras formas mais ou menos corruptas de lambuzar as mãos de uma boa parte da elite da capital. Não admira que se veja tanta gente a vir em defesa do super merceeiro, acotovelam-se para fazer chegar a sua defesa do ricaço à comunicação social, não querem perder a oportunidade de dizer ao ricaço que não se esqueça da gorjeta.
 
O MP decidiu abrir um inquérito às opiniões de Otelo Saraiva de Carvalho, quantos destes manjericos apareceram? Nenhum, o Otelo não tem dinheiro para dar gorjeta a esta imensidão de ranhosos.

 

 Sobre talhos não deixarei de o ouvir

«Alexandre Soares dos Santos é um merceeiro notável. É o presidente da Jerónimo Martins, dona do Pingo Doce, e conhece tanto do seu negócio que para onde o leva, à Polónia, por exemplo, torna-o um sucesso. Já como especialista de Finanças Públicas, não sei..." Há quase um ano, em fevereiro, comecei assim uma crónica, aqui, que intitulei "Ninguém ouviu o merceeiro". Nessa semana, Soares dos Santos dissera duas coisas. Uma, sobre a situação financeira nacional - frase que foi muito comentada. Outra, sobre assunto em que ele é autoridade: "Quero talhantes para as minhas lojas e não os encontro" - frase a que ninguém ligou. A minha crónica era sobre a atenção exagerada quando ele falou de política; já quando falou do que entendia - procurar talhantes e não encontrá-los - não lhe ligámos peva... A atualidade veio dar-me razão. Alexandre Soares dos Santos deslocalizou-se para a Holanda - qualquer fiscalista poderá explicar que ele fez o que todo merceeiro que o pudesse fazer faria. Por outro lado, toda a condução da operação foi inapropriada, levando a alvoroço nacional - o que confirmou a minha opinião sobre a sua medíocre capacidade política. Na altura, a criadagem que circunda os poderosos escandalizou-se com o "insulto" que eu teria feito àquele grande patrão chamando-o merceeiro. Não entenderam o meu respeito pelos merceeiros e a admiração que eu gostaria de ter por um grande merceeiro que soubesse ter sentido político.» [DN]

Autor:

Ferreira Fernandes.
  
 Este medo que nos consome

«Entramos no novo ano sob o peso de ameaças e de abominações terríveis. O medo institucionalizou-se através do discurso oficial. É um sentimento que nos acompanha há, pelo menos, quatro séculos, com a omnipresença da Inquisição, que a República atiçou e que o salazarismo subtilizou em métodos e processos. Consoante as ocasiões, a política tem utilizado os vários níveis do medo não só como intimidação mas, sobretudo, como ideologia. Há meses que nos dizem, ministros e acólitos, "comentadores" estipendiados e adjacências, dos pavorosos sacrifícios, das misérias atrozes com os quais vamos ser açoitados inclementemente. É uma estratégia indigna, mas eficaz. Não há ninguém que fale em 2012 sem o reduzir a uma qualquer palavra infamante. Mas, depois, ah!, mas depois o Governo, salvador e piedoso, admirável e sábio resolverá a maldição e tudo será leite e mel.

Quiseram fazer-nos cair na pior das armadilhas: a que se fundamenta na descrença, na inevitabilidade, no fatalismo e num insidioso complexo de inferioridade. Pouco valemos e o "outro" é sempre superior. As comparações com Espanha não deixam escapar nenhuma ocasião para estabelecer um paralelismo humilhante. A desmoralização passou a ser um ajustamento político, para fustigar os erros do Governo anterior. Com uma retórica deste género, têm-nos amedrontado, na tentativa de obter, posteriormente, os chamados "resultados plausíveis". Além de indigna, a estratégia é imoral, o que parece não incomodar muito o Executivo de Passos Coelho - nem o próprio.[DN]

Que horizonte? Nenhum. O projecto do Governo é, meramente, de exercício do poder pelo poder, e não perspectiva qualquer solução de melhoria social. Como não sabem o que fazer, crivam-nos de impostos e cercam-nos de privações. A nação esvazia-se de sentido e o País vê os seus melhores filhos proceder a uma debandada. No ano passado, 120 mil portugueses foram-se embora. Nos últimos meses, pelo menos catorze famílias entram, diariamente, em insolvência. O desemprego é transversal a toda a sociedade e a todas as faixas etárias. Os nossos velhos estão a morrer no opróbrio e na vileza, sem aparecerem respostas que autorizem a esperança na dignidade.

"O ano que ninguém quer", diz a RTP num estribilho no qual a espinoteante tolice dissimula a verdade dos factos. Não é o ano que condiciona as necessidades mais fortes; é a imbecilidade e a inépcia de quem cedeu a outrem a capacidade de decidir e o poder de alterar. Leio, numa gazeta semanal, que a troika quer reduzir o poder dos sindicatos. A troika quer? Que Governo é este, que permite a sua própria exautoração e deixa de representar aqueles que o elegeram em favor de um pequeno grupo de burocratas?

Um Governo assim, negligente e servil, cujo objectivo declarado é o de nos desmoralizar e empobrecer, serve para quê?»

Autor:

Baptista-Bastos.
     

 Mamã extremosa

«Uma mãe britânica que ofereceu à filha de sete anos no último aniversário uma operação para aumentar os seios, deu-lhe agora, no Natal, outra prenda insólita – um voucher para uma futura lipoaspiração!

Sarah Burge, de 51 anos, conhecida por ‘Barbie Humana' e viciada em cirurgias plásticas, diz que esta é a melhor forma de garantir que a filha, Poppy, tem todas as condições para ter sucesso na vida...» [CM]
    
 DGCI vendeu 38661 bens

«Os bens penhorados a contribuintes que não conseguem pagar as suas dívidas fiscais estão a aumentar. Prova disso é a venda electrónica desses bens, que, após uma ligeira quebra em 2010, ganhou um novo fôlego em 2011. O fisco conseguiu vender 38 661 bens, o que representa um aumento de 6,6% (mais 2405 bens) sobre o ano anterior, de acordo com as estatísticas da Direcção-Geral dos Impostos, agora Autoridade Tributária e Aduaneira (AT» [i]

Parecer:

Até vendeu um apartamento com um cadáver lá dentro!

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mandem-se os parabéns ao Azevedo»
  
 A anedota do dia

«O Ministério Público abriu um inquérito relacionado com as declarações de Otelo Saraiva de Carvalho, que, numa recente entrevista à agência Lusa, falou na possibilidade de haver um golpe militar, caso fossem "ultrapassados os limites".» [i]

Parecer:

Não faz mal, os contribuintes pagam.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
  
 Faz sentido

«Os proprietários que têm dívidas ao Fisco referente à casa que está arrendada não podem usufruir dos mecanismos de despejo rápido. “ O procedimento especial de despejo apenas pode ser utilizado relativamente a contratos de arrendamento cujo imposto de selo tenha sido liquidado”, diz fonte do Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território ao Diário Económico.» [i]

Parecer:

Se o contrato não existe para o fisco também não existe para o mecanismo do despejo.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprove-se.»
  
 O pessoal dos estaleiros de Viana do Castelo podem estar descansados

«"O encerramento já é uma hipótese há muito tempo, devo-lhe dizer que o plano de viabilização da empresa que a administração anterior e o Governo anterior aprovaram e que começou, curiosamente, a ser aplicado no dia anterior à tomada de posse do atual Governo, significava, nem mais, nem menos, o encerramento da empresa num curtíssimo espaço de tempo. Este Governo e este Grupo Parlamentar estão a tentar encontrar soluções para que isso não aconteça", disse o deputado social-democrata Carlos Abreu Amorim.» [DN]

Parecer:

Com esta "ejaculação precoce" do anafado deputado Amorim vai chover dinheiro nos estaleiros.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso de gozo.»
  

 Brin