terça-feira, abril 17, 2012

o governo invisível

A estratégia adoptada por Paulo Portas é digna do antigo condutor do Jaguar pago pela Amostra, quem acompanha as sondagens sobe o desempenho dos políticos sabe que quanto menos visto for um ministro melhor será apreciado pelos eleitores. Portas é inteligente e desaparece da cena política sendo as figuras menores do CDS a assumirem a despesa, a totó da Agricultura lá vi fazendo a sua reforma agrária com os 600 há que arrebanhou enquanto o anhunhas do Lambretas adopta medidas secretas.

Seguindo estratégia oposta de Portas o deslumbrado do Passos Coelho ainda não percebeu que quanto mais fala mais e se afunda e já o professor Marcelo a pedir dispensa a Cavaco para se armar em conselheiro oficioso de São Bento para apelar ao primeiro-ministro que se cale e seja mais discreto.

Se não fosse o primeiro-ministro a Crista e o Lambretas dir-se-ia que o governo ter-se-ia mudado para a Praia da Manta Rota em plena época baixa, tal é o silêncio que se fez em torno da actividade governamental, o mesmo sucedendo com um Cavaco que depois de ter percebido quão desastrado estava sendo decidiu meter uma reforma presidencial antecipada e desapareceu.

Um pequeno exercício: sabe quando é que o sô Álvaro apareceu em público em funções governamentais? Foi visto na final da taça da Liga e de seguida viajou para Madrid onde foi discutir energia que, como se sabe é uma coisa onde o governo tem muito que fazer.

Segundo teste: qual foi a última medida governamental no domínio da Saúde? Fiel à estratégia que fez dele um gestor de renome nacional o opus ministro não se cansa de fazer propaganda, divulga dados, lança atoardas, promete reduzir os preços que paga às farmacêuticas mas de palpável apenas encontramos nomeações para os hospitais, onde até se esqueceu de uma promessa muitas vezes repetida de reduzir os lugares nas administrações hospitalares de cinco para três

O Macedo das polícias apareceu por causa da bordoada do Chiado, a senhora da Justiça meteu o rabinho entre as pernas desde que se meteu com os advogados e só reapareceu para prometer voltar à carga com o enriquecimento ilícito, o burguês da Defesa submergiu com um dos novos submarinos, o Relvas já nem parece o mesmo de silencioso que anda, o Gaspar só apareceu porque sem o seu brilhantismo intelectual os portugueses só saberiam que 2015 é o ano que se segue pelos jornais do dia 1 de Janeiro desse mesmo ano.

O governo desapareceu, a esquerda conservadora ainda lambe as feridas, o Seguro é o que se sabe, o Presidente da República não se deixa ver, a troika calou-se, os cinco banqueiros deixaram de aparecer juntos, o Diário da República é impresso com tinta invisível, até o Durão Barroso deixou de falar de Portugal. O Marcelo tem razão, com a desgraça em que meteram o país é um erro o Passos Coelho ainda aparecer em público, vai ser o coitado a pagar as favas.