sexta-feira, abril 13, 2012

Quando tudo nos corre ao contrário

Quando tudo nos corre ao contrário acontece termos surpresas, os resultados são o inverso do desejado, as receitas fiscais descem, o Paulo Portas desaparece, a rapaziada da troika fica mais discreta, o Gaspar gagueja e a burra tosse. O governo está numa desta fases, por mais que se esforcem tudo lhes sai ao contrário.
 
Quando tudo nos corre ao contrário vamos buscar um ministro a uma universidade canadiana na esperança de ser o mago da economia e sai-nos um ilusionista de feira.

Quando tudo nos corre ao contrário pensamos que temos um ministro das Finanças digno da herança financeira de Salazar e sai-nos um neto da avó Prazeres que nos explica a sua última descoberta com um gesticular de mãos digno de um carteirista que 2015 é o ano consecutivo a 2014.
 
Quando tudo nos corre ao contrário o ministro Lambretas vai a Belém de bicicleta e disfarçado de amolador para reunir com um presidente disfarçado de jardineiro da Quinta da Coelho para fazer promulgar leis secretas que devem ser escondidas dos perigosos portugueses.

Quando tudo nos corre ao contrário aumentamos os impostos para aumentar a receita do Estado e esta em vez de aumentar diminui, uns deixaram de ter lucros e pagam menos IRC, outros perderam o emprego e pagam menos IRS, quase todos consomem menos e cortam no IVA.

Quando tudo nos corre ao contrário cortamos nos subsídios para poupar na despesa do Estado e entre o que os lesados deixaram de comprar e o que os outros deixaram de vender a redução na receita do fisco é quase equivalente ao que se poupou na despesa.
 
Quando tudo nos corre ao contrário a Cristas farta-se de rezar, reza tantas ladainhas que até gasta as pedras do terço que tem desde a primeira comunhão, em vez de chuva caem chuviscos, chuva molha parvos e granizo para estragar o resto.
Quando tudo nos corre ao contrário promovemos reestruturações do fisco para o tornar mais eficaz e cortamos na sua despesa para poupar, no fim o fisco fica desorganizado e sem dinheiro para trabalhar, a receita fiscal desce e o Estado fica a perder.
 
Quando tudo nos corre ao contrário dizemos que vamos privatizar a EDP para promover a democracia económica, no fim transformamos uma empresa portuguesa quase privada numa empresa pública chinesa e acabamos por ver mais administradores do partido do poder do que antes da privatização.

Quando tudo nos corre ao contrário escrevemos prefácios vingativos e acabamos com uma Presidência da República quase clandestina, que se esconde dos portugueses, com um Presidente da República caladinho na esperança de os portugueses esqueceram as suas figuras tristes e a promulgar leis secretas para que os portugueses não possam opinar ou reagir.