terça-feira, maio 29, 2012

Estamos a precisar de um patetómetro


O homem das secretas manda clippings de imprensa a um ministro, o primeiro-ministro acha que ficar sem emprego deve ser motivo de alegria, o Álvaro sugere a multinacional do pastel de nata, a Cristas adopta regulamentos de fardamento para poupar no ar condicionado,  o Relvas ameaça a jornalista de que vai dizer na internet que anda amancebada com um gajo da esquerda, o Portas anda a fazer diplomacia económica, o Gaspar não acerta numa previsão.
  
O que incomoda mais em tudo isto já nem é a incompetência ou a falta de respeito pelas regras mais elementares da democracia, mas sim a patetice desta gente, as patetices cometidas pelos membros deste governo são de tal nível intelectual que é muito questionável se nas próximas legislativas é legítimo afirmar que o governo vai ser julgado, vai haver quem se lembre de defender que os membros deste governo não têm idade intelectual para serem julgados, são inimputáveis por se ter provado excesso de patetice.
  
O mais grave é que a patetice já atingiu outros níveis do Estado, veja-se, por exemplo, o discurso da vaca da graciosa ou, ainda antes deste, a afirmação do então candidato presidencial a classificar-se de mísero professor que nada sabe dessas palavras sobre acções escritas em inglês. Outro bom exemplo de patetice foi-nos dado pelo catedrático a tempo parcial zero por cento quando expôs a tese sobre os pentelhos.
  
Não sendo defensável a avaliação curricular dos candidatos a altos cargos do Estado, nem sendo legítimo excluir alguém de um cargo no poder por ser burro demais, começa a fazer sentido a adopção de medidas para evitar o assalto dos patetas ao poder. É necessário inventar um patetómetro para sujeitar todos os candidatos a altos cargos do Estado ao teste da patetice. Antigamente os portugueses em idade escolar iam todos anos colocar o selo nas costas para se sacrificarem de que não estavam tuberculosos, agora teremos de fazer uma coisa do género aos candidatos a carreiras políticas para nos certificarmos de que não são patetas.
  
Aliás, se não fosse o facto de o Álvaro dificilmente passar no teste do patetómetro teríamos um excelente ministro para defender a ideia da criação da multinacional do patetómetro, uma espécie de Nokia portuguesa. O mundo só teria razões para nos agradecer, os EUA teria evitado o Bush e os alemães estariam certos de que o seu chanceler sabe que Berlim não fica em território russo.