domingo, maio 13, 2012

Umas no cravo e outras na ferradura




Foto Jumento


Bairro do Castelo, Lisboa
Imagens dos visitantes d'O Jumento


Carregando a cruz das "cruzes" [A. Cabral]
     
Jumento do dia


Poul Thompson

Atribuir o aumento das exportações portugueses ao trabalho da troika é mentira, é oportunismo e revela uma imensa falta de honestidade intelectual da parte do senhor do FMI. As exportações começaram a crescer muito antes de ser adoptada qualquer medida e nenhuma das medidas que a longo prazo podem influenciar as exportações são demasiado recentes.

Que o senhor diga isso aos seus chefes para justificar o que ganha é com a directora do FMI, mas que venha ensinar isso a estudantes portugueses revela que este senhor não tem a mais pequena vergonha no focinho.

«Poul Thomsen diz que as exportações portuguesas têm "reagido com uma força surpreendente" ao programa de ajustamento.

"O sector das exportações em Portugal tem reagido com uma força surpreendente [ao programa da 'troika'] mais do que estávamos à espera", disse Poul Thomsen, o dirigente do departamento europeu do Fundo Monetário Internacional (FMI), intervindo numa conferência na Faculdade de Economia de Coimbra.» [DE]

Uma pergunta oportuna

Agora que o Câmara Corporativa meteu férias sem termo certo vale a pena recordar uma pergunta que foi feitas várias vezes:

 
Uma verdadeira delícia é o comentário do DN em defesa do espião de quem agora ninguém quer ser amigo.  Quanto a Passos Coelho não ter feito o programa na Fomentivest o DN deve ter razão, é pouco provável que Passos Coelho consiga fazer um programa na Fomentivest ou onde quer que seja. A dúvida não está em saber onde faz os seus programas, está em conhecer quem os faz.

Agora que uma parte das actividades do espião Ongoing já são conhecidas vale a pena ler o editorial do DN de ontem:

«Começo por dizer que não me faz confusão que uma determinada empresa, sedenta de poder, decida contratar um técnico dos serviços de informações (neste caso Jorge Silva Carvalho, ex-diretor do SIED) com o intuito de recolher vantagens comerciais, empresariais, de negócio. E que, ao que parece (pela acusação deduzida pelo DIAP), consiga ter sucesso nessa operação para, presumivelmente, obter informação privilegiada, indevida, ilegal.»

 Em França como cá
 

Mal Hollande ganhou as eleições os magistrados da direita promoveram a organização de um sindicato.
 

«Quelques heures après la victoire de François Hollande, quel- ques magistrats triés sur le volet ont reçu, lundi 7 mai, un mail qui leur proposait de rejoindre un nouveau syndicat nettement marqué à droite, et qui ne cache pas ses «orientations affirmées ». Le syndi- cat, créé le 20 avril, mais qui ne devrait publiquement voir le jour que début juin, a été baptisé Magis- trats pour la justice (MPJ).
  
Il est porté par une jeune parque- tière, Alexandra  Onfray,  39 ans, ancienne conseillère de Rachida Dati et procureure-colonelau tribu- nal aux armées de Paris. Le tribu- nal ayant été supprimé en janvier, la jeune femme attend une nouvel- le affectation. Un premier syndicat très marqué à droite, l’Association professionnelle  des magistrats (APM), avait vu le jour juste après la victoire de la gauche en 1981 et s’est dissous en 2008 dans de pénibles convulsions.» [Le Monde]
 
Agora só falta algum arguido ou réu pagar-lhes o congresso.




Desemprego


   
 

Podem rir mas é deprimente

«No dia 29 de junho de 2011, a jornalista angolana Cristina da Silva publicou no Jornal de Angola (JA): "São necessários 17 mil milhões de dólares para novas infraestruturas de eletricidade até ao ano de 2016." O JA foi para a rua e vendeu a notícia por 50 kwanzas (0,40 euros). O JA cumpriu a sua função social, espalhou a notícia. No dia seguinte, no outro lado do mundo, o site Macauhub publicou: "Angola necessita de 17 mil milhões de dólares para investir na produção de energia elétrica até 2016." O Macauhub difundiu a notícia pela Internet, grátis. O Macauhub cumpriu, ele é pago pelo Governo de Macau para potenciar negócios entre a China e os países de língua portuguesa. Nesse mesmo dia, um funcionário do SIED, serviço de espionagem português, fez um relatório com a notícia acima referida. Essa notícia chegou ao seu ex-chefe Jorge Silva Carvalho, que a enviou a 40 pessoas, assim: "Angola necessita de 17 mil milhões de dólares para investir na produção de energia até 2017." Para dar notícias destas (nesse dia ele deu mais nove, todas de agências públicas, Lusa, AFP, Reuters...), Silva Carvalho foi para a Ongoing ganhar 40 mil euros por mês, como foi noticiado. Três conclusões, todas chocantes: 1) em Portugal, esconde-se, não se difunde; 2) em Portugal, custa 40 mil o que noutros pontos do mundo é gratuito ou quase; e 3) o careiro vende gato por lebre (não é "2017", é "2016"). E esses três pontos estão ligados.» [DN]

Autor:

Ferreira Fernandes.
    

Crise artificial

«O primeiro-ministro afirmou hoje que "mantém" as afirmações sobre o desemprego poder ser uma oportunidade e acrescentou que Portugal "está cansado das crises artificiais" que querem "aproveitar qualquer coisa" para tentar criar "uma tensão enorme no país".

"Acho que o país está um bocadinho cansado das crises artificiais e desta tentativa de distorcer e de aproveitar qualquer coisa para querer fazer uma tensão enorme no país. Sei bem o que disse e mantenho o que disse", afirmou Pedro Passos Coelho, em declarações aos jornalistas.» [DN]

Parecer:

É natural que para alguém que começou a trabalhar aos quarenta anos com o estatuto de afilhado de Ângelo Correia diga que a crise é artificial.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se a ignorância do pobre rapaz.»
  
Os exames são para ser à moda antiga!

«"A Constança fez assim [nestas condições] as provas de aferição do 6.º ano e teve B (Bom) a Língua Portuguesa, o problema é a leitura, precisa que um professor leia os enunciados e ela responde", contou a mãe à agência Lusa, enquanto diligencia junto do Ministério da Educação para resolver o problema da filha de 14 anos, com dislexia profunda.

No processo, a que a Lusa teve acesso, constam recomendações da escola, em Odemira, da terapeuta, e até um despacho favorável da Direção Regional de Educação do Alentejo para que seja atendido o pedido da encarregada de educação, Mafalda Alves.» [DN]

Parecer:

Com o Cratino o ensino está a sofrer um retrocesso civilizacional.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»
  

   


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