segunda-feira, junho 25, 2012

O pára-choques


Dantes os governos costumavam assinalar as suas efemérides enviando ministros e secretários de Estado para as principais cidades, era habitual ver o ministro das Finanças, o ministro da Economia costumava andar por cá. Agora o governo assinara as suas efemérides em fortes e palácios e agenda conferências de imprensa encenadas, os ministros andam escondidos, só aparecem em sessões coreografadas, só falam em entrevistas combinadas.
  
O caso extremo desta cobardia política é o de Paulo Portas, quem o ouve nas raras aparições públicas pensa que é um gestor do paraíso, só aparece quando tudo está calmo, roubou ao Álvaro o lado bom do ministério da economia, os beberetes e inaugurações de investidores estrangeiros, os seus ministros são uns totós incompetentes mas têm as pastas do populismo.
  
Se quisermos saber do Álvaro teremos de ler o Diário Económico, o jornal da Ongoing que parece ter adoptado o ministro da Economia, Para sabermos da ministra da Justiça teremos de nos informarmos sobre qual o palco onde se poderá falar mal ou perseguir os advogados, principalmente os menos poderosos. Os ministros da Defesa e da Administração Interna tornaram-se transparentes logo que tomaram posse. A ministra da Agricultura esgotou os seus projectos com o regulamento do fardamento do pessoal do ministério.
  
Veja-se o caso do Gaspar, com os seus trejeitos e conversa ao ralenti o desconhecido e modesto economista tornou-se numa vedeta da comunicação, até explicava as declarações do primeiro-ministro. Agora desapareceu, não dá a cara para assumir as consequências das suas opções, não reconhece que os seus excessos são responsáveis por muita miséria desnecessária. Menos sorte tem o Miguel Relvas, a luta pelo segundo lugar no governo e os excessos na relação com os jornalistas incómodos obrigam-no a assumir o papel de estrela, desdobra-se em discursos e presenças na comunicação social, apesar de ser um cadáver político em adiantado estado de decomposição tenta ignorar a realidade e evitar o enterro.
  
No meio de toda esta cobardia governamental eis que Cavaco Silva o pai espiritual desta direita dá a cara às pedradas, é ele que aparece em cerimónias públicas, que participa nas inaugurações com populaça, que se sujeita a ouvir as vaias por causa das políticas governamentais. Para se poupar este governo de cobardolas descobriu no idoso Cavaco as costas atrás das quais se estão a esconder, Cavaco Silva é o pára-choques de um governo formado por gente medrosa.