quarta-feira, junho 20, 2012

Umas no cravo e outras na ferradura




Foto Jumento


"Seja uma pessoa feliz", Alfama, Lisboa
Imagens dos visitantes d'O Jumento


Porto Covo [H. Gomes]
    
Jumento do dia


João Proença, líder da UGT

Mais um candidato a um T0 na Avenida do Brasil, em Lisboa, ali para os lados do Hospital Júlio de Matos. Então o homem assina o acordo e agora diz que que o que assinou é mau?

EM bom português o líder da UGT deixou-se comer, na altura gostou e  agora não quer ficar com o filho.

«A UGT considerou hoje que a revisão do Código do Trabalho "é má" e não resolve os problemas económicos do país, mas está encerrada, depois de ter sido promulgada pelo Presidente da República na segunda-feira.» [DN]

Cuidem-se!


É bom que levem a sério o aviso, se sem equipas especiais o MP é de uma eficácia incrível imagine-se o que vai conseguir com equipas especiais. Depois de ter metido o Pinto da Costa na linha com o caso Apito Dourado, de ter destruído a imagem pública de Figo com a grande descoberta dos negócios políticos do ex-jogador, de ter tramado o Isaltino, de ter tramado tanta gente que apesar de se terem livrado da culpa nos tribunais não se livraram da condenação na Praça Pública, é certo e sabido que mais dia menos dia teremos mais umas fogueiras no Terreiro do Paço.

Com o processo Casa Pia extinto, o Face Oculta a arrastar-se sem se saber o que fazer dele e o Freeport a ficar tão monótono que já nem excita o Correio da Manhã a direita portuguesa precisa de mais espectáculo para que ninguém repare no BPN, nas tropelias dos amigos de Cavaco Silva, dos negócios secretos de Miguel Relvas e da incompetência do governo.

É caso para gritar "ó Ilda mete os putos na barraca, vai haver pedrada!".

O que nos vale é o Passos Coelho ter compaixão de nós!


O Júlio de Matos aqui tão perto


Os portugueses têm uma especial predilecção para este tipo de intelectuais. O ex-ministro das Finanças que mais fala é precisamente o ministro das Finanças menos qualificado que Portugal teve, que não tem habilitações académicas no domínio da economia e cuja obra não passa de uns livrecos sobre direito fiscal
  
Alguém lhe conhece obra digna de nota na política económica? Alguém se recorda de uma decisão enquanto ministro? Alguém se recorda de ter feito um discurso construtivo?
  
O que Medina Carreira devia explicar ao país é como este pode ser viável com tanta gente a acumular pensões, a exercer cargos da treta até morrer para ganhar mais uns trocos e com tantos ex-ministros da Finanças que nada fizeram pelo país.

NASA: Blue Marble


«A 'Blue Marble' image of the Earth taken from the VIIRS instrument aboard NASA's most recently launched Earth-observing satellite - Suomi NPP. This composite image uses a number of swaths of the Earth's surface taken on January 4, 2012. The NPP satellite was renamed 'Suomi NPP' on January 24, 2012 to honor the late Verner E. Suomi of the University of Wisconsin. » [NASA]

Uma pergunta à ministra da Justiça

Quantos tribunais pouparia se acabasse com o absurdo subsídio de residência limpo de impostos atribuído aos magistrados, incluindo os que estão reformados e em cuidados paliativos?

A Espanha, Portugal e a crise financeira

Se em Espanha existisse uma oposição sedenta de poder e disposta a tudo para lançar uma crise política na esperança de ganhar as eleições.

Se em Espanha em vez de um rei dado ao engate e à caça de elefantes tivesse um presidente ressabiado, que odiasse o primeiro-ministro e estivesse disposto a fazer tudo para o derrubar.

Se a Europa pudesse brincar com a Economia Espanhola sem correr grandes riscos como tem feito com a Grécia e com Portugal.

A esta hora a Espanha já teria pedido ajuda financeira em vez de ir ao mercado pagar mais de 5% em empréstimos a um ano.
   
 

O negócio das reformas

«A ideia já foi lançada, e não por acaso pelo presidente executivo da AIG, um dos impérios financeiros que esteve na origem da actual crise: os governos devem, montando as costas largas da crise financeira, aumentar a idade da reforma "para os 70, 80 anos". Os cidadãos europeus que se vão, pois, habituando à estimulante ideia de entregar durante 50 ou 60 anos parte dos seus salários ao Estado ou a um grupo financeiro - até onde continuar a ser possível discernir uma coisa da outra - e só começar a receber de volta, em suaves prestações mensais, o resultado desse investimento mediante apresentação da certidão de óbito.
  
Para o CEO da AIG, o céu é o limite. Tomando como exemplo a Grécia, recomenda uma nova receita austeritária: pôr "as pessoas a trabalhar mais tempo e [retirar] essa carga aos jovens" ("carga" há muito retirada pelo programa da troika: o desemprego jovem na Grécia já é superior a 50%).
  
Mas a Grécia é, de facto, um bom exemplo. Os gregos têm, conforme dados citados pela "Dinheiro vivo", uma esperança média de vida de 81,3 anos. Reformando-se aos 80, o Estado e as seguradoras a quem terão confiado, durante décadas de vida e de trabalho, os seus descontos, só lhes pagariam, em média, um ano e quatro meses de pensões.
  
Imagine-se quantas pagariam em Portugal, onde a esperança média de vida é, segundo os últimos números do INE, de 79 anos.» [Jornal de Notícias]

Autor:

Manuel António Pina.
    

Regime angolano tenta tramar opositor

«Primeiro estava proibido de sair do país. Minutos depois já podia voar para Lisboa. E com espera na sala VIP. A mudança de decisão e a cortesia intrigaram Luaty Beirão, cantor angolano associado à luta anti-regime de Eduardo dos Santos; mas a resposta, no aeroporto de Luanda, chegou rápido, com o músico a ser alertado por outros passageiros para os dois polícias vistos a mexer na sua bicicleta, despachada no porão. Resultado: 1,7 quilos de cocaína num saco agarrado à bicicleta – e denúncia de um órgão oficial para a Judiciária, via SEF.

A rápida investigação da PJ, na recolha de testemunhos e com imagens de videovigilância junto aos tapetes rolantes onde são levantadas as bagagens, salvou Ikonoklasta, o nome artístico do rapper angolano, conhecido pela oposição que faz ao governo do seu país, de ter entrado na semana passada em prisão preventiva.

As imagens, passadas a pente fino pela Judiciária, foram essenciais. Percebe-se no vídeo ser genuíno o desespero do músico, sozinho, a chorar e de mãos na cabeça, mal recolheu a bicicleta e se apercebeu da armadilha em que caíra.» [CM]

Parecer:

Pobre Angola.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Proteste-se.»
  
Que saudades que eu já tenho da minha modesta Lurdinhas...

«No dia em que começaram os exames nacionais do Básico e Secundário, o Governo anunciou que pretende introduzir exames em mais disciplinas no Ensino Básico – sem especificar quais. Num documento em que fez o balanço de um ano de governação, o Executivo revelou ainda que os candidatos a professores vão realizar a "componente comum" da prova de acesso à profissão "em Dezembro".» [CM]

Parecer:

OS professores devem estar a ficar deliciados com as medidas do ministro que desejaram, apoiaram e ajudara a ser eleito.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se com cinismo.»
  
Espanha cada vez mais perto de um resgate

«Espanha enfrentou hoje mais uma prova de fogo para aferir a credibilidade do país liderado por Mariano Rajoy junto dos credores internacionais. O Tesouro Espanhol colocou 3,04 mil milhões de euros em dívida de curto prazo a 12 e 18 meses, ligeiramente acima do montante máximo indicativo de 3 mil milhões de euros, mas foi obrigada a pagar juros mais altos.
  
Assim, Espanha colocou 2,4 milhões de euros em Bilhetes do Tesouro com maturidade de 1 ano com um juro de 5,074%, que compara com os 2,985% aplicados no último leilão equivalente. Desde que aderiu ao euro, Espanha nunca tinha pago um juro tão elevado para se financiar a 12 meses. A procura superou a oferta em 2,2 vezes (contra o rácio de 1,8 vezes registado na operação anterior).
  
O país liderado por Mariano Rajoy colocou também 640 milhões de euros com maturidade a 18 meses, com uma 'yield' de 5,107%, acima dos 3,302% do anterior leilão com este prazo. A procura superou a oferta em 4,4 vezes (contra o rácio de 3,2 vezes registado na operação anterior).» [DE]

Parecer:

Nenhuma economia resiste a juros acima de 5%.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pelo resgate.»
  
Mais um sucesso do Gaspar

«Contudo, salienta a empresa, "o clima económico no país, tornou-se extremamente difícil, deteriorando a confiança dos consumidores bem como o seu poder de compra", o que "tornou impraticável a continuação da Bata em Portugal, como vinha acontecendo até aqui".» [DN]

Parecer:

É o regresso das alpargatas.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»
  
Mubarak só cumpriu duas semanas da perpétua

«Condenado a pena perpétua há duas semanas, Mubarak, de 84 anos, tinha sido submetido, esta tarde, a uma desfibrilhação cardíaca e chegou a ser transferido da prisão para um hospital, onde foi declarado "clinicamente morto".
  
Recorde-se que no passado dia 2 de Junho, Mubarak e o seu ex-ministro do Interior, Habib al Adli, foram condenados a prisão perpétua por cumplicidade na morte de centenas de manifestantes durante a revolta popular que implicou a sua demissão, em Fevereiro de 2011.» [i]

Parecer:

Este conseguiu escapar-se à justiça dos democratas primaveris do Egipto.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se pelo pior desta democracia primaveril do Egipto.»
  
Chegou a vez da Alemanha?

«Em entrevista ontem à Bloomberg TV, o norte-americano Bill Gross torce o nariz a investimentos em obrigações soberanas de países da Zona Euro, porque considera oscilarem entre a oferta de risco excessivo e retornos desajustados ou mesmo medíocres, que reflectem em boa medida a incerteza que subsiste sobre a viabilidade da união monetária no seu actual formato, com 17 países.
  
O número dois da Pimco, maior gestora de obrigações do mundo, afirma que investir em títulos de dívida espanhola “deixou de ser seguro”, e que existem riscos relativamente ao retorno dos empréstimos feitos a países nucleares, como Itália e França, que têm de oferecer “yields” que duplicam as taxas de crescimento nominal das suas economias.» [Jornal de Negócios]

Parecer:

Mais tarde ou mais cedo o que a Alemanha está fazendo aos seus parceiros vai virar-se contra a própria Alemanha.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»
  
A austeridade ajudou Hitler a chegar ao poder

«“Devido a teorias erradas, a atenção excessiva às políticas de austeridade levou ao desemprego em flecha, a quebras significativas no sistema democrático e, em última análise, à catástrofe do Nazismo”. A descrição sucinta das políticas seguidas pela Alemanha nos anos 30 foi ontem feita por um austríaco, Ewald Nowotny, membro do Conselho de Governadores do Banco Central Europeu (BCE). “Temos de evitar os erros cometidos nessa década e lembrarmo-nos que este é uma questão subjacente aos tempos que vivemos”, apelou o dirigente do BCE citado pela Bloomberg.
  
Em 1932, o Partido Nazi conseguiu duplicar a sua votação, depois de dois anos de uma forte política de austeridade levada a cabo por Heinrich Bruening. O então chanceler aumentou taxas e impostos, cortou nos apoios estatais, promoveu cortes salariais, tendo, para tudo isto, passado ao largo das competências do parlamento, para o que recebeu ajuda do presidente, através de decretos. A ideia era subir as exportações e ajudar o país a pagar as indemnizações da Primeira Guerra Mundial, estabelecidas pelos acordos de Versalhes.
  
Este não é o primeiro aviso do género. No final do ano passado, o chanceler Helmut Schmidt dizia-se preocupado com o facto de a Alemanha estar a esticar a corda da austeridade dentro da zona euro, comparando as medidas agora tomadas com a política seguida nos anos 30 por Bruening, durante a República de Weimar, que qualificou de “desastrosa”.» [Jornal de Negócios]

Parecer:

Quem o diz é vice do BCE.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «A Merkel vai ficar?»