sexta-feira, julho 06, 2012

Umas no cravo e outras na ferradura




Foto Jumento


Burros mirandeses em Lisboa (Castelo de São Jorge, 2005)
Imagens dos visitantes d'O Jumento


Bote, Peniche [J. Ferreira]
  

A mentira do dia d'O Jumento
 
 
O Jumento apurou que depois de terminar a legislatura o ministro Miguel Relvas vai regressar à universidade Lusófona para actualizar as suas habilitações académicas, se o seu curriculo miserável permitiu um canudo de Bolonha com quatro anos de governo Miguel Relvas espera um doutoramento. Só ainda não se sabe se vai doutorar-se em comunicação social ou em serviços secretos, está dividido entre o seu desempenho no Público e as suas amizades com o garganta funda.

Aliás, as universidades portuguesas já esperam uma verdadeira invasão, não apenas de ministros mas de todos os portugueses que tenham habilitações profissionais idênticas às de Miguel Relvas. Assim, por exemplo, quem tenha o costume de levar o cão à rua poderá candidatar-se a uma licenciatura em veterinária, quem tenha o hábito de ler jornais terá direito a uma licenciatura em comunicação social, os que costumam assistir aos boletim meteorológicos poderá requisitar a equivalência a um curso em geografia.

Jumento do dia


Miguel Relvas

Portugal tem um ministro que mesmo quase sem ter currículo consegue enganar-se ao fazê-lo quando foi deputado. É admirável que um rapaz que não consegue fazer um currículo sem se enganar e sem enganar os outros tenha habilitações profissionais para levar um canudo de licenciatura quase sem ter de estudar.

Mas Miguel Relvas pode ficar descansado porque se queria ser tratado por dr. é assim que vai passar a ser tratado. Porque a vergonha não é para ele que queria ser doutor a qualquer custo, a vergonha é para a universidade portuguesa e para os muitos professores universitários sérios deste país, a vergonha é para um país que é governado por um doutro da mula russa, a vergonha é para um governo que impediu muita gente com verdadeiras habilitações profissionais de as converter em diplomas para agora verem um ministro exibir-se como licenciado sem ter estudado.

O problema destas situações não é mais um ou menos um canudo, é que com políticos destes há muita gente que já começa a sentir vergonha de ser português. Nada mau para gente que anda sempre a dizer que não é como os gregos, a verdade é que na Grécia onde se diz haverem muitas mentiras não conta que haja licenciaturas honoris causa e muito menos licenciados destes no governo.

«A biografia académica de Miguel Relvas, ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares, suscitou dúvidas nas redes sociais, a partir de artigos do jornal "Crime". As explicações de Relvas - que o DN procurou desde terça-feira - mantêm dúvidas sobre como foi possível ao ministro ter sido no mesmo ano letivo caloiro e finalista do curso de Ciência Política e Relações Internacionais da Universidade Lusófona.
  
O ministro reconheceu ontem ao DN ter corrigido a sua biografia parlamentar, em 1991, por se tratar de um "lapso" a informação inicial declarada na Assembleia da República.» [DN]
   
 Isto vai de mal a pior
   
Tivemos um senhor que recebia o ordenado na Universidade Nova e passava o tempo a dar aulas na Universidade Católica. Depois tivemos um licenciado promovido a professor catedr´tico a tempo zero que ficou famoso graças à teoria económica dos pentelhos. Agora temos um licenciado honoris causa. Um dia destes quando um português nascer recebe uma colecção de canudos universitários e quando for crescido escolhe os que não quer.

Eu ainda sou do tempo em que ....

José Sócrates não podia ir a lado nenhum sem que lá estivesse uma manifestação organizada para o vaiar, sindicalistas como o Mário Nogueira usavam a agenda do primeiro-ministro para o perseguir. Sócrates nunca deixou de entrar pela porta onde era esperado mesmo sabendo que se sujeitava à vaia, nem sequer desvalorizou os manifestantes dizendo que estavam organizados.
  
Também sou do tempo em que cada medida do governo dava lugar a uma manifestação popular, realizaram-se centenas para protestar contra o encerramento de centros de saúde arcaicos, maternidades assassinas ou escolas primárias mais parecidas com solitárias do que com outra coisa. Nesse tempo os amigos de Passos Coelho não só organizavam as manifestações espontâneas como se disfarçavam de populares.
  
Também sou do tempo em que Menezes recebia e ia cumprimentar os sindicalistas que perseguiam Sócrates e que agora são acusados por um primeiro-ministro pouco dado a valores democráticos de estarem a organizar manifestações organizadas, como se organizar uma manifestação fosse algo de condenável.
 
 O corte inconstitucional dos subsídios

Em Portugal os funcionários públicos e os pensionistas foram roubados em dois subsídios porque um primeiro-ministro inventou um desvio para tapar o buraco da Madeira, o ministro das Finanças foi pouco honesto ao atribuir o desvio ao governo anterior e o Presidente da República se demitiu da sua obrigação de cumprir e fazer cumprir a Constituição.

Um crime destes não pode ficar impune, o governo deve ser demitido e o Presidente da República deve resignar, se Passos Coelho quer ajudar o negócio dos sifões de retrete na Madeira que o faça com o seu dinheiro e se Cavaco Silva quer ignorar a Constituição então que vá para a Quinta da Coelho jogar à sueca com os seus amigos do BPN.


Sindicatos e outras organizações

Foi assim que o primeiro-ministro referiu-se aos supostos organizadores das vaias que se vai ouvindo. Para este iluminado da política o seu governo é tão competente que para se ouvir uma vaia só se for organizadas por sindicatos e outras organizações de má índole.

Para este primeiro-ministro organizar manifestações é coisa própria de gente de má nota e as organizações sindicais só pela sua função desvalorizam qualquer iniciativa, designadamente, o exercício do direito à manifestação. Agora espera-se que tudo o que é gente

Cá se fazem...

Passos Coelho que fez das Novas Oportunidades um dos principais assuntos da campanha eleitoral diz agora que a falsa licenciatura de Miguel Relvas é um não assunto. O país ficou a saber que o número dois do governo que pôs fim à certificação de conhecimentos profissionais tem um curso com a certificação de conhecimentos académicos que nunca foram avaliados.

Como se lixa um Chico esperto


A forma como o jornal "i" abordou a questão da falsa licenciatura do Doutor Miguel Relvas mostra como se agarra um Chico esperto. Miguel Relvas deixou o assunto da licenciatura correr nos blogues até se certificar de que não existiam dados novos e comprometedores, resolvido o problema do Público e quase esquecido o seu envolvimento com o garganta funda das secretas o ministro, espertalão, decidiu arrumar com a única ponta que parecia estar de fora, a falsa licenciatura.

Quem leu a capa do jornal "i" de há dois dias chegaria à conclusão de que aquele jornal tinha sido o escolhido para o jogo sujo do Doutor Miguel Relvas, a sua imagem era branqueada e os portugueses ficaram mesmo convencidos de que o ministro é um dr de verdade.

Com o Miguel Relvas devidamente temperado e depois de estar a marinar dois dias o jornal "i" decidiu que estava na hora de levar o Doutor Miguel Relvas ao lume e divulga a informação que muito provavelmente já tinha, que o doutor da mula russa tinha conseguido 32 duas equivalências, isto é, que o seu canudo vale menso de um bilhete do Metro usado que, como se sabe, pode ser usado mais de uma vez.

Relvas, o espertalhão, rapaz experiente e capaz de tramar jornalistas desta vez lixou-se, caiu que nem um patinho. Miguel Relvas pode ter tramado a jornalista do Público, mas agora tem toda uma classe a queimá-lo em lume brando.

Alargar o prazo para o reajustamento

A proposta de alargamento do prazo do reajustamento em mais dois anos feita por Miguel Frasquilho, um dos vice-presidentes do PSD, não só é a  admissão de que as opções de política económica de Vítor Gaspar falharam, como revela incompetência e sacanice.
 
Vítor Gaspar tentou iludir os agentes económicos com falsas previsões, exagerou nas receitas fiscais e foi optimista nos indicadores macro-económicos, Tudo falho como era previsível e aqui se defendeu, as falas prevsiões revelaram-se um desastre e as contas públicas apresentam um desvio colossal que só pode ser atribuída à incompetência, teimosia e autismo do ministro das Finanças, que ainda não percebeu que não é ele que manda na economia, é a economia que manda nele.

Alargar por mais dois anos o programa significa crucificar a actividade económica durante mais dois anos e forçar os funcionários públicos s suportarem os custos desse ajustamento com a perda de rendimentos. O programa não falhou por falta de tempo, falhou por falta de competência e antes de qualquer discussão deve ser demitido o ministro das Finanças, deve ser demitido por incompetência e grandes responsabilidades na stuação de miséria em que muitos portugueses vivem. Deveria ainda ser julgado pelas mentiras de que se socorreu para fundamentar as suas opções bem como pelos prejuízos resultantes para a economia e para os agentes económicos em consequência das suas previsões de honestidade duvidosa.
 
 

Macedo & Macedo: eu sei do que falo

«O ministro da Saúde transformou-se no ministro da Administração Interna: todas as semanas há notícias de suspeitas, detenções e fraudes nos hospitais e nas farmácias. Agora quando olho para um médico de caneta e receita em punho só consigo ver um contrafator de cheques carecas. Eu sei que é exagero meu, mas sou um tipo influenciável. Estava habituado a ouvir os ministros da Saúde falar na redução das listas de espera, em melhores blocos operatórios, na diminuição dos erros clínicos. Detalhes, não é?
  
Nos últimos anos, também os ouvi falar muito em reduções obrigatórias da despesa, em melhor gestão, em menos dispersão de meios humanos e técnicos, mas sempre como pano de fundo para uma discussão mais ampla sobre a qualidade e viabilidade do Serviço Nacional de Saúde. Paulo Macedo fala pouco destas coisas. Fala de detenções e fraudes - disso fala muito, parece que ainda é o competentíssimo chefe do fisco. Imagino a satisfação que lhe daria se apanhasse o Al Capone do SNS (haverá?). A festa que seria no Ministério da Saúde e a inveja na Administração Interna. Definitivamente, Macedo não gosta de se meter com as batas brancas. Talvez lhes tenha horror e lhe suba a tensão só de as topar. Sente-se mais à vontade com as fardas policiais.
  
Os contribuintes agradecem o zelo investigativo. Sempre são milhões (cem, diz o ministro) que desaparecem todos os anos e que podem servir para fins mais importantes e legítimos, mas parece--me que o que sobra em músculo neste Ministério da Saúde falta em políticas públicas de saúde. Há um enigmático silêncio político (vazio?) nesta área e já lá vai um ano de governação. Por exemplo, ouvir Macedo dizer que não está preocupado com o aumento das listas de espera - nas quais os casos mais graves de cancro são tratados com uma lentidão assustadora - pode ser apenas uma frase tirada do contexto, mas casa com esta atitude de fiscal em que a saúde não é gerida, é apenas racionada.
  
Eu não duvido de que Vítor Gaspar se sinta tranquilo ao ter quem tem à frente do SNS, mas o problema é que as pessoas também têm de se sentir seguras. Reduzir as fraudes é um caminho, sim, mas isso devia estar nas mãos do outro Macedo - o Miguel Macedo, da Administração Interna -, para que este (o da Saúde) deixe de parecer apenas uma espécie de posto avançado da PJ no interior dos hospitais. Cada Macedo no seu galho dá sempre melhor resultado - neste caso, é evidente que eu sei do que falo. A saúde não é um caso de polícia, é um caso de políticas. E essas têm de ser discutidas, não escondidas.» [DN]

Autor:

André Macedo.
    

 

 Corte dos subsídios é inconstitucional
   
«O Tribunal Constitucional (TC) anunciou hoje que viabiliza os cortes nos subsídios de férias e de Natal para os funcionários públicos e pensionistas decretado no Orçamento do Estado para 2012.  
   
"Atendendo a que a execução orçamental de 2012 já se encontra em curso avançado, o Tribunal reconheceu que as consequências desta declaração de inconstitucionalidade, poderiam colocar em risco o cumprimento da meta do défice público imposta nos memorandos que condicionam a concretização dos empréstimos faseados acordados com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional, pelo que restringiu os efeitos da declaração de inconstitucionalidade, nos termos permitidos pelo artigo 282.º, n.º 4, da Constituição, não os aplicando à suspensão do pagamento dos subsídios de férias e de Natal, ou quaisquer prestações correspondentes aos 13.º e, ou, 14.º meses, relativos ao ano de 2012", lê-se na nota do TC.» [DN]
  
Parecer:
  
Isto significa que o ajustamento foi abusivamente feito com uma medida ilegal que não constava do memorando e que só passou porque o Presidente da República ignorou ostensivamente a Constituição.
    
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Cavaco Silva que resigne do cargo.»



Quem quer mais?

«O vice-presidente do grupo parlamentar do PSD Miguel Frasquilho defende que a 'troika' devia flexibilizar os prazos do ajustamento financeiro de Portugal, concedendo mais dois anos para o cumprimento das metas fixadas e financiamento adicional.» [DN]

Parecer:

Isto começa a ser ridículo, parece que estamos num leilão de austeridade.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Miguel Frasquilho se aceita um corte dos seus subsídios no banco pelo tempo que propõe ou se está a contar que sejam terceiros a suportar tantos anos de austeridade.»
  
Pobre senhora!

«"Houve uma tentativa de instrumentalização dos membros do conselho regulador, indireta, triste, através do poder editorial, por quem não faço a mínima ideia, mas por quem queria que a deliberação tivesse um determinado resultado", denunciou Raquel Alexandra, na comissão parlamentar para Ética, Comunicação e Cidadania, no âmbito de um requerimento feito pelo Bloco de Esquerda (BE).» [DN]

Parecer:

A amiga de Relvas foi vítima de chantagens e de ameaças e em vez de se queixar às entidades de investigação criminal sofreu em silêncio, pobre senhora!

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
  
Uma cadeira de direito equivale a 32 da Lusófona!

«O ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, obteve 32 equivalências e teve ainda de fazer exames a quatro disciplinas para poder concluir num ano a licenciatura em Ciência Política e Relações Internacionais na Universidade Lusófona de Lisboa. No despacho assinado por Fernando Santos Neves, director do curso – que em 2006 também era reitor desta instituição de ensino privado -, são descritos todos os cargos e funções públicas ou privadas desempenhados pelo governante que serviram para justificar as unidades de crédito que lhe foram concedidas para a sua inscrição e matrícula no curso.
  
Os cargos públicos que Miguel Relvas ocupou desde os seus 26 anos valeram-lhe a equivalência a 14 disciplinas. De acordo com o documento que o i teve acesso, a sua avaliação das “competências adquiridas ao longo da vida” teve em conta os nove cargos que o ministro ocupou seja como membro da delegação portuguesa da NATO, entre 1999 a 2002 ou como secretário da direcção do grupo parlamentar do PSD entre 1987 e 2001.» [i]

Parecer:

Será que a Lusófona estava integrada na rede das Novas Oportunidades?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Miguel Relvas como se sente quando o tratam por dr..»
  
Confusão entre Estado e CDS

«O ministério liderado por Paulo Portas nomeou para adjunto da subsecretária de Estado dos Negócios Estrangeiros João Carvalho, de 42 anos, funcionário do CDS-PP nos últimos 12. A origem partidária consta mesmo do despacho de nomeação publicado em Diário da República no passado 24 de Junho. João Carvalho é um dos funcionários do partido que são arguidos no processo Portucale por causa dos recibos de justificação de depósitos bancários no valor de um milhão de euros e que eram passados em nome de "Jacinto Leite Capelo Rego". 
  
No despacho de nomeação, a subsecretária de Estado adjunta dos Negócios Estrangeiros, Vânia Dias da Silva, que foi dirigente do partido, designa para adjunto do seu gabinete "o licenciado João Paulo da Silva Carvalho, do partido político CDS-PP". Na nota curricular anexa ao despacho publicado em Diário da República é possível verificar que a proveniência de João Carvalho é mesmo do partido, onde foi funcionário desde 2000 até à data da nomeação.
  
O porta-voz do CDS-PP, João Almeida, não quis comentar a nomeação, mas no Largo do Caldas a situação gerou incredulidade, sobretudo por se escrever a origem partidária no despacho de nomeação. "Não comento nomeações de membros do Governo", disse João Almeida ao PÚBLICO, rejeitando, no entanto, que se trate de uma "nomeação partidária", mas sim de uma "nomeação de um membro do Governo".» [Público]

Parecer:

É o estado a que o país chegou, um estado de merda onde vale tudo.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vomite-se.»