segunda-feira, julho 09, 2012

Umas no cravo e outras na ferradura




Foto Jumento


Arco de Jesus, Lisboa
Imagens dos visitantes d'O Jumento


Aldeia de Monsanto [A. Cabral]
  
 A mentira do dia
  
   
Tendo-se suscitado dúvidas sobre se Relvas chegou a frequentar a escola primária ou se lhe foi entregue o diploma porque fazia recados à mãe o Jumento investigou e garante que Miguel Relvas concluiu mesmo a primária com uma elevada média de 11. Todavia, não garante se Relvas sabe ler e escrever ou se é um analfabeto funcional.
  
Jumento do dia


Paulo Macedo

O Opus ministro do governo de Passos Coelho decidiu confundir os médicos com os pilotos da TAP e ao mesmo tempo que acenava com a cenoura da negociação ameaçava com a vara da requisição civil. Só que nem Paulo Macedo é o Álvaro, nem os médicos são os pilotos de TAP e sugeriram-lhe que com ele não iam à missa, que fosse rezar para outro lado.

Mas o Opus ministro não se ficou pelas ameaças, para completar um quadro político que cheira a mofo apelou ao patriotismo, o pobre parece que não sabe que associar o sindicalismo ao patriotismo é coisa de estalinistas e de fascistas.

«O Ministério da Saúde disse hoje que vai continuar à espera que se realize a reunião de hoje com os sindicatos dos médicos, e reiterou que está disponível para dialogar, negando ter feito ameaças aos médicos.
  
"O Ministério da Saúde continua disponível para dialogar e encontrar soluções, à semelhança do que aconteceu recentemente noutros setores" e "continua à espera que se realize a reunião que está agendada para esta tarde com as estruturas sindicais", anunciou fonte do gabinete do ministro.» [DN]
  
«O Ministério da Saúde afirma que vai continuar à espera que se realize a reunião de hoje, marcada para as 16h, com os sindicatos dos médicos e nega ter ameaçado os médicos com a requisição civil.


Fernando Leal da Costa, secretário de Estado adjunto da Saúde, em declarações à TSF, diz que que vão ficar à espera dos sindicatos, afirmando ter dificuldades em compreender os motivos dos médicos para se recusarem a estarem presentes na reunião e apelando ao patriotismo dos sindicatos.» [Pública]
   
 E terá pago propinas?
  
Na Alemanha também há um Relvas (Gras) que concluiu um curso de 11 semestres em 3 na "School of Economics and Management, em Essen. Mas parece que lá o problema não é se o rapaz estudou, a escola está a processar o estudante por causa das propinas já que fez os exames. Aqui foi ao contrário, pagou as propinas e não fez exames. Um excelente negócio para o estudante e para a universidade.
 
Ou será que Relvas ainda beneficiou de uma isenção de propinas tendo em consideração os grandes  serviços prestados ao país?
  
«ESSEN, Germany, July 3 (UPI) -- A German university is suing a student for lost income because he finished his bachelors and masters degrees in only 20 months.


The School of Economics and Management in Essen is asking the court to make former student Marcel Pohl, 22, pay an extra $3,772 after he obtained his degrees in only three semesters instead of the usual 11, The Local.de reported Tuesday.» [UPI]

Pobre ilustre dr. Relvas


 
Ainda não percebeu que é um zombie, deve achar que engana o exame dos portugueses com a mesma facilidade com que sacou o título de dr. na Chafarica Lusófona.

Na Jordânia é que há debates políticos a sério!


Equilibrista chinês resiste a queda de 200 m


Até parece o ilustre dr. Relvas, também caiu dessa altura e o Passos Coelho assegura que não sofreu qualquer arranhão e está com uma saúde política invejável.
  
 

A única boa notícia

«O Presidente da República tinha razão: os cortes das pensões e dos salários na função pública não respeitam os princípios da proporcionalidade e da igualdade. Ninguém ficará admirado se Cavaco Silva vier agora dizer que bem tinha avisado, como ninguém se surpreendeu por nada ter feito tendo poderes para actuar. Digamos que é a sua natureza. Cavaco também alertou para os limites para a austeridade, mas, muito provavelmente, aí não acertou, dando por bons os indícios deixados pelo primeiro-ministro na noite de quinta-feira, pouco depois de se ter conhecido a deliberação do Tribunal Constitucional.
  
Que o Governo teve uma estrondosa derrota não restam dúvidas: basear uma estratégia em normas que se vêm a revelar inconstitucionais não é propriamente apenas um contratempo. O Tribunal Constitucional vir afirmar, de forma cabal, que um Governo pôs em vigor normas que põem em causa princípios fundamentais como os da igualdade e proporcionalidade não é algo que enche, com certeza, de orgulho um primeiro-ministro. Compreende-se assim o desconforto de Passos Coelho quando confrontado pelos jornalistas com a deliberação do Tribunal. Até, com muita boa vontade, se desculpará um primeiro-ministro que, sem tempo para analisar uma deliberação desta importância, vem sugerir medidas duma importância fundamental para o País e os cidadãos à porta duma sala de espectáculos. O que não se pode admitir é que o primeiro-ministro venha sugerir que a aplicação dessas medidas lhe foi praticamente imposta por um tribunal. Primeiro, porque numa democracia os tribunais julgam, não sugerem acções. E, em segundo lugar, porque, de facto, os juízes não o fizeram.
  
Passos Coelho pode ter muitos defeitos, mas, até este momento, nunca se escondeu atrás de nada nem de ninguém para tomar as decisões que julga correctas. Foi Passos Coelho que levou com o ónus das políticas impostas pela troika ao PS, quando disse que até achava que se devia ir além delas - claro que Seguro não tirou politicamente vantagem disso, como também tendo ido contra os deputados do seu partido no pedido de fiscalização de constitucionalidade acabou por ficar a dividir a derrota de quinta-feira com Passos Coelho. Não será agora que o primeiro-ministro tentará atirar a responsabilidade das medidas que eventualmente tomará para os ombros do Tribunal Constitucional. Isso seria não só uma gigantesca mentira como seria uma forma de pôr em causa o papel do Tribunal Constitucional, o que representaria um verdadeiro ataque ao Estado de direito. Terá sido falta de autocontrolo momentâneo.
  
Mas a perda de autocontrolo num primeiro-ministro, sobretudo nestas circunstâncias, pode trazer consequências terríveis. A imediata assunção de que as medidas de austeridade seriam ainda mais graves também para os privados são mortíferas para a confiança e expectativas económicas. A retracção do consumo e do investimento já baixíssima, consequência do cenário pré-anunciado, fará a receita fiscal diminuir ainda mais. Falar de 4,5% de défice ou coisa parecida, este ano, já era insultar a inteligência das pessoas, com esta reacção/promessa do primeiro-ministro não passa duma piada de péssimo gosto. E nem vale a pena falar de 2013 e 2014.
  
E o pior é percebermos que não há número da execução orçamental, não há crescimento do desemprego, não há falência que faça o Governo perceber o desastre que está a ser a sua política. É que, sempre segundo o primeiro-ministro, as medidas de austeridade chumbadas vão ser substituídas por outras de ainda maior gravidade. Não restem dúvidas: um agravamento da carga fiscal terá consequências ainda mais devastadoras para a economia do que as já vivemos. Não perceber que nem orçamentalmente esta suicida política de austeridade está a funcionar só pode ser cegueira ou, pior, inconsciência.
   
Os cortes das pensões e dos salários da função pública já eram más medidas e com os resultados conhecidos, mas tudo leva a crer que, por decisão do Governo só e apenas, ainda vamos ter piores.
O célebre "custe o que custar" do primeiro-ministro ainda não chegou à lei. Esta é a única boa notícia da semana.» [DN]

Autor:

Pedro Marques Lopes.
   

Manifesto contra a privatização (obscura) da RTP

«O realizador António Pedro Vasconcelos, um dos responsáveis pelo "Manifesto contra a privatização da RTP", revelou hoje à agência Lusa que o documento pretende travar "um processo sem sentido e de contornos obscuros".
  
O manifesto a favor do serviço público prestado pela empresa foi hoje publicado no semanário "Expresso", e acompanhado por cerca de 30 apoiantes de várias áreas da sociedade, desde José Jorge Letria, presidente da Sociedade Portuguesa de Autores, o professor universitário Narana Coissoró, o bispo Januário Torgal Ferreira, o jornalista Daniel Oliveira e o economista e ex-ministro Bagão Félix.» [DN]

Parecer:

Tudo o que passa pelas mãos do ilustre dr. Miguel Relvas parece ser obscuro.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Assine-se.»