sexta-feira, agosto 10, 2012

Eonomia, indicadores e mentiras


Já tivemos um ministro das Finanças que constatou o elevado custo de vida porque certa vez foi ao mercado com a esposa, mas isso é coisa do passado, agora os ministros das Finanças conhecem a realidade através de indicadores económicos, para eles os seus concidadãos não passam de agentes económicos, gerem a economia como se pudessem mandar batalhões para a morte na frente de combate, como se fossem generais do tempo das grandes guerras.
  
Um dos grandes problemas desta abordagem de gestores de mercearias arvorados em economistas é não terem a percepção do sofrimento que infligem ao seu povo, é não entenderem que um país não pode ser gerido como se fosse uma conta de lucros e perdas de uma mercearia. Nas empresas há greves pontuais quando há, num país há conflitos sociais, revoluções e guerras civis.
  
Ainda por cima desde há duas décadas que as economias, empresas e Estados, passaram a viver da mentira e aldrabar sistematicamente as contas, os ministros das Finanças deixaram de ser gente confiável para passarem a ser aldrabões. Hoje é difícil confiar na bondade dos orçamentos do Estado que assentam em falsos pressupostos e apontam para metas de despesas e de receitas manipuladas.
  
Depois tudo serve para ver sinais positivos no horizonte, tudo são grandes sucessos e até a venda de uma dúzia de latas de conservas de peixe se deve a uma viagem de Paulo Portas e da sua comitiva de cem pessoas à China. Como o governo e a troika tentaram enganar os portugueses e os mercados o aumento conjuntural das exportações foram resultado das grandiosas reformas do Álvaro.
  
De um lado temos um governo optimista, um Cavaco que falava de criação de emprego e de crescimento já neste segundo semestre e uma troika que usa Portugal para achincalhar a Grécia. Do outro está uma realidade deprimente, os carros de compras quase vazios, as filas de espera para receber a ajuda alimentar que é distribuída à noite pelas ruas das cidades, os restaurantes às moscas e a encerrar uns a seguir aos outros.
  
Como compatibilizar a realidade económica de que nos apreendemos no dia a dia com o optimissmo radiante do Gaspar ou do careca? Em quem confiar?