sexta-feira, agosto 31, 2012

O Goebbels ainda anda por aí...


Se o Goebbels passasse fosse reincarnado e passasse por este país iria perceber que apesar de se ter suicidado com a esposa, que por sua vez matou todos os seus filhos, teria deixado uma forte herança, perceberia que enquanto no reino animal essa herança é passada por via genética, no reino dos humanos mais do que a raça ou os credos são as ideias que se herdam.
  
É evidente que já não chegaria a tempo de sugerir que elegêssemos os judeus como culpados da crise ou que lhes ficássemos com os bens como fez a Alemanha que dessa forma financiou 30% das despesas da guerra. Muito antes da Alemanha ter perseguido os judeus já o nosso país tinha dado o exemplo, expulsando os que insistiram em não converter-se e matando ou chacinando os que se converteram, a diferença é que por cá iam para a fogueira.
  
À falta de judeus o Goebbels sugeriria outros grupos, certamente que se lembraria dos maçons, gente que na Alemanha nazi também foram eliminados. Nesse capítulo os Alemães foram mais eficazes do que a nossa Santa Inquisição ou a PIDE, por cá os maçons sobreviveram da mesma forma que também sobreviveu o ódio instigado pelo Santo Ofício e pelo salazarismo. Se mesmo depois de termos eliminados ainda estamos inquinados de um antissemitismo que até tem  expressão no significado de algumas palavras de uso corrente.
Os nazis ensinaram-nos que a melhor forma de resolver uma crise financeira era elegendo culpados, condenar esses culpados a ficarem sem recursos e até a serem escravos. Ora, os maçons não são assim tantos e como foram infiltrados por gente que mais próximas dos valores do fascismo do que da maçonaria portuguesa também estão no pder. Assim sendo e como os ricos estão excluídos e os pobres já deram o que tinham a dar restam os funcionários públicos.
  
Se o Goebbels estivesse por cá e lhe pedissem a opinião ele diria que escolhêssemos, por exemplo, os funcionários públicos. E como o justificaríamos? Goebbels acrescentaria “digam ao povo que eles ganham mais do que os outros!”. E assim seria feito, aliás, assim se fez.
  
Aliás, se o Goebbels fosse vivo até poderia ser útil, já sem os prestígio de outros tempos e sem um grande cargo que já teve ainda poderia ser contratado em segredo para assessor especial do governo, uma espécie de ministro sem pasta ou mesmo ministro dos fretes. Como para fazer fretes ao Miguel Relvas ou para assessorar o governo nas privatizações o lugar já está ocupado o Goebels poderia ser precioso noutros domínios.
  
Seria uma mais-valia no combate a gente como o D. Januário ou o pessoal da RTP que anda por aí a dizer que discorda da brilhante ideia que o Relvas teve e que o Borges divulgou a título de atirar barro à parede. O Goebbels perceberia que nos dias de hoje já não se pode mandar as SA malhar nessa gente como se fazia com os judeus e todos os opositores ao nazismo, especialista em manipulação e propaganda o Goebels diria logo “arranjem um jornal amigo e difamem essa gente”. E assim se faria.